Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ENSINO DE ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA SAÚDE DAS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO AMAZONAS – BRASIL
Abel Santiago Muri Gama, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Ananias Facundes Guimarães, Andriele Valentim da Costa, Firmina Hermelinda Saldanha Albuquerque

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


Apresentação: As populações ribeirinhas do Amazonas vivem ás margens de rios e lagos e desenvolvem as mais variadas formas adaptativas para sobreviverem em meio ao isolamento, que restringe o acesso à educação, informação, saúde e bens de consumo. As comunidades carecerem de recursos básicos, como saneamento, água tratada, energia elétrica e serviços de saúde. Nesta perspectiva, a atuação da enfermagem em uma universidade pública no interior do Estado do Amazonas, tem representado um importante avanço para reduzir as desigualdades vivenciadas por estas populações. Este relato pretende descrever a experiência sobre o ensino de graduação em enfermagem no contexto da saúde das populações ribeirinhas no interior do Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por professores do curso de Enfermagem do Instituto de Saúde e Biotecnologia (ISB/UFAM) em disciplinas cursadas no formato de prática de campo, com o uso de metodologia ativa de problematização, em comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. As disciplinas são ofertadas no 7º (Saúde Coletiva II) e 8º (Saúde das Populações Amazônicas) semestre do curso de graduação em enfermagem. O formato da prática de campo é realizado em sistema de internato, durante 5 dias, com deslocamento via fluvial. Resultados: As ações foram motivadas a partir da experiência com a realização do maior estudo populacional desenvolvido em comunidades ribeirinhas de Coari (ano de 2015), que apontou severas limitações de acesso a saúde pelos ribeirinhos. Sendo assim, no ano de 2017, foram realizadas 3 atividades de prática de campo: janeiro - duas comunidades ribeirinhas do Lago do Mamiá - Bom Jesus do Japiim (70 km da zona urbana) e São Francisco do Jacaré (78 km da zona urbana) na disciplina de Saúde Coletiva II, com a participação de 22 acadêmicos e 2 preceptores; em junho, nas mesmas comunidades, na disciplina de Saúde das Populações Amazônicas, com 27 acadêmicos e 2 preceptores; em novembro, nas comunidades Esperança I (13 km da zona urbana) e São Pedro da Vila Lira (17 km da zona urbana) com 33 acadêmicos e 2 preceptores. Durante as práticas foram desenvolvidas atividades de educação em saúde; visitas domiciliares; elaboração de diagnóstico situacional com mapa de risco; matriz decisória e “círculo da cultura ribeirinha”. Além disto, de forma transversal foram desenvolvidos projetos de extensão “Cine Ribeirinho”, cinema educativo nas comunidades ribeirinhas e a doação de livros pelo projeto “Bibliotecas Ribeirinhas do Beiradão – BIRIBE”. Considerações finais: Os custos das atividades são elevados em detrimento a logística diferenciada com a necessidade do uso de embarcação, insumos de combustível e alimentação da equipe. Além disto, expõe a equipe a riscos relativos as intemperes da Amazônia (tempestades, doenças tropicais e acidentes ofídicos), além de ataques “piratas”. As atividades de ensino em enfermagem têm contribuído para reduzir as limitações de acesso a saúde dos ribeirinhos com ações de promoção de hábitos saudáveis e prevenção de doenças, inserção social da universidade nas comunidades e sensibilização dos acadêmicos para as necessidades regionais e suas peculiaridades.


Palavras-chave


Enfermagem; estudantes de Enfermagem; populações ribeirinhas do Amazonas.