Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CONSUMO DE ANALGÉSICOS EM POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO AMAZONAS
Abel Santiago Muri Gama, Jéssica Karoline Alves Portugal, Marcelo Henrique da Silva Reis, Mariana Paula da Silva, Victor Linec Maciel Barbosa, Ananias Facundes Guimarães, Andriele Valentim da Costa, Silvia Regina Secoli

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: Os povos ribeirinhos do Amazonas vivem às margens de rios e lagos, em meio ao isolamento e desenvolvem as mais variadas formas adaptativas para sobreviverem. As limitações de acesso à educação, informação e saúde são comuns nas comunidades ribeirinhas, o que leva a busca para soluções de problemas de saúde na própria comunidade, sobretudo pelo uso de medicamentos alopáticos. Os medicamentos se utilizados de forma inadequada, podem causar problemas a saúde, com a ocorrência de reações adversas graves, interações medicamentosas, mascaramento de doenças e gastos desnecessários. O analgésico é a classe terapêutica mais consumida em âmbito mundial, em detrimento ao uso para a dor - principal sintoma de doenças, sendo comercializados indiscriminadamente, sem a necessidade de prescrição, além disto, o consumo é maciçamente estimulado por propagandas e pontos de vendas. Objetivou-se investigar o consumo de analgésicos entre populações ribeirinhas de Coari - Amazonas - Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal, de base populacional, conduzido através de amostragem probabilística por conglomerados, com ribeirinhos da zona rural de Coari - Amazonas – Brasil, entre abril a julho de 2015. As entrevistas foram realizadas com questionário estruturado. Os medicamentos foram classificados pelo sistema de Classificação Anatômico-Terapêutica-Química (ATC). As variáveis contínuas foram analisadas conforme suas características de distribuição, as categóricas, pelo número e percentual. Resultados: Foram entrevistados 492 sujeitos, 346 (70,3%) relataram uso de medicamentos nos últimos 30 dias. Dentre os que consumiram medicamentos, 185 (53,5%) utilizaram algum medicamento com ação analgésica. O uso de analgésicos predominou entre o sexo feminino (56,2%). Dentre as substâncias químicas mais consumidas (ATC – nível 5) destacaram-se o paracetamol (34,6%), dipirona sódica (33,6%), paracetamol combinado, excluindo os psicolépticos (26,7%) e ibuprofeno (5,1%). Foi observado o uso conjunto de substâncias químicas diferentes com a mesma ação (13%). O consumo de analgésicos foi elevado entre a população ribeirinha estudada, sobretudo entre mulheres. Considerações finais: Os analgésicos parecem ser um componente do autocuidado na saúde dos ribeirinhos, talvez pelas limitações de acesso a zona urbana e facilidade de aquisição destes medicamentos nas farmácias e a necessidade de estocar nas residências para os casos de sintomas de doenças – dor. Por outro lado, é importante a orientação dos ribeirinhos para o uso destes produtos, considerando que não são inócuos a saúde, além de poderem mascarar sintomas de doenças.

Palavras-chave


Uso de medicamentos; analgésicos; populações ribeirinhas do Amazonas.