Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE ENTRE MORADORES DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO MUNICÍPIO DE COARI-AMAZONAS
Jéssica Karoline Alves Portugal, Mariana Paula da Silva, Marcelo Henrique da Silva Reis, Victor Linec Maciel Barbosa, Rodrigo Damasceno Costa, Silvia Regina Secoli, Paula Andreza Viana Lima, Abel Santiago Muri Gama

Última alteração: 2017-12-22

Resumo


Apresentação: As populações ribeirinhas do interior do Estado do Amazonas caracterizam-se por viverem em comunidades, distantes das sedes do município, compostas por núcleos familiares. Nas comunidades, não há serviços de saúde e os ribeirinhos precisam deslocar-se até a sede do município ou contar com o apoio do Agente Comunitário de Saúde (ACS) local. Diante disto, este povo está exposto a diversas situações que prejudicam seu estado de saúde, levando-os ao acometimento de enfermidades ocasionadas por fatores sociais e ambientais, como variações climáticas, falta de saneamento básico e condições financeiras desfavoráveis. Neste contexto, o objetivo desse trabalho é descrever os principais problemas de saúde enfrentados por moradores de comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal de base populacional, realizado no período de abril a julho de 2015, nas comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas, região do Médio Solimões. A coleta de dados foi realizada com 492 indivíduos com 18 anos ou mais, moradores de 24 comunidades. Primeiramente foi realizado um treinamento da equipe e um teste piloto. O instrumento da coleta de dados foi um questionário avaliativo, contendo perguntas referentes a informações socioeconômicas, demográficas, consumo de medicamentos e enfermidades autorrelatadas nos últimos 30 dias antecedentes a pesquisa. Resultados: Dos 492 indivíduos entrevistados, a maioria era do sexo feminino (53,0%), com média de idade de 38,4 anos. Em relação a distancia da comunidade, a maioria (12,2%), informou levar mais de seis horas de viagem no deslocamento da comunidade até o município. Quando perguntados sobre o consumo da água, 41,9% relataram não fazer tratamento de água antes da ingestão. No que diz respeito aos problemas de saúde relatados pelos moradores, a maioria informou terem sidos acometidos por gripe (31,3%), seguido por dor em geral (19,3%), que engloba dor de cabeça, dor estomacal, dor nas costas e dor musculares. Houve também um grande predomínio de hipertensão (8,4%) e diarreia (5,0%). Considerações finais: O estudo apontou o predomínio de problemas relacionados a fatores ambientais. Pode-se observar um grande número de pessoas que não utilizam o tratamento de água, o que pode explicar a grande quantidade de doenças intestinais. Em relação a grande incidência de gripe, constatou-se que as variações climáticas podem ser responsáveis por esse problema. Observou-se ainda, que muitas pessoas se queixam de dores em geral, no entanto esse fato justifica-se pelas atividades exercidas por esses indivíduos, que requer esforço físico continuo em trabalhos agrícolas, propiciando o aumento de relatos de dores. Diante do exposto, ressalta-se a necessidade de maior atenção dos gestores públicos para essas comunidades, levando acesso à saúde de qualidade e adotando medidas que possam minimizar os agravos de saúde que esses indivíduos enfrentam.


Palavras-chave


Enfermagem em saúde comunitária; doenças; ribeinhos do Amazonas