Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-12-22
Resumo
Apresentação: As populações ribeirinhas do interior do Estado do Amazonas caracterizam-se por viverem em comunidades, distantes das sedes do município, compostas por núcleos familiares. Nas comunidades, não há serviços de saúde e os ribeirinhos precisam deslocar-se até a sede do município ou contar com o apoio do Agente Comunitário de Saúde (ACS) local. Diante disto, este povo está exposto a diversas situações que prejudicam seu estado de saúde, levando-os ao acometimento de enfermidades ocasionadas por fatores sociais e ambientais, como variações climáticas, falta de saneamento básico e condições financeiras desfavoráveis. Neste contexto, o objetivo desse trabalho é descrever os principais problemas de saúde enfrentados por moradores de comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Estudo transversal de base populacional, realizado no período de abril a julho de 2015, nas comunidades ribeirinhas do município de Coari-Amazonas, região do Médio Solimões. A coleta de dados foi realizada com 492 indivíduos com 18 anos ou mais, moradores de 24 comunidades. Primeiramente foi realizado um treinamento da equipe e um teste piloto. O instrumento da coleta de dados foi um questionário avaliativo, contendo perguntas referentes a informações socioeconômicas, demográficas, consumo de medicamentos e enfermidades autorrelatadas nos últimos 30 dias antecedentes a pesquisa. Resultados: Dos 492 indivíduos entrevistados, a maioria era do sexo feminino (53,0%), com média de idade de 38,4 anos. Em relação a distancia da comunidade, a maioria (12,2%), informou levar mais de seis horas de viagem no deslocamento da comunidade até o município. Quando perguntados sobre o consumo da água, 41,9% relataram não fazer tratamento de água antes da ingestão. No que diz respeito aos problemas de saúde relatados pelos moradores, a maioria informou terem sidos acometidos por gripe (31,3%), seguido por dor em geral (19,3%), que engloba dor de cabeça, dor estomacal, dor nas costas e dor musculares. Houve também um grande predomínio de hipertensão (8,4%) e diarreia (5,0%). Considerações finais: O estudo apontou o predomínio de problemas relacionados a fatores ambientais. Pode-se observar um grande número de pessoas que não utilizam o tratamento de água, o que pode explicar a grande quantidade de doenças intestinais. Em relação a grande incidência de gripe, constatou-se que as variações climáticas podem ser responsáveis por esse problema. Observou-se ainda, que muitas pessoas se queixam de dores em geral, no entanto esse fato justifica-se pelas atividades exercidas por esses indivíduos, que requer esforço físico continuo em trabalhos agrícolas, propiciando o aumento de relatos de dores. Diante do exposto, ressalta-se a necessidade de maior atenção dos gestores públicos para essas comunidades, levando acesso à saúde de qualidade e adotando medidas que possam minimizar os agravos de saúde que esses indivíduos enfrentam.