Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O SABER E O FAZER DOS PROFISSIONAIS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE TIMBÓ-SC NA ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Fernanda Vicenzi Pavan

Última alteração: 2018-01-02

Resumo


A Atenção em Saúde para as doenças crônicas constitui-se um desafio para as equipes de saúde da família. As doenças crônicas, em geral, estão relacionadas a múltiplas causas, caracterizam-se por início gradual, de prognóstico geralmente incerto, com uma duração longa e indefinida. Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leve-duras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura. Dentre as doenças crônicas não transmissíveis, elenco como foco principal neste trabalho o Diabetes Mellitus (DM), por ser considerado pelo Ministério da Saúde um dos problemas mais comuns que as equipes de saúde enfrentam e por se tratar de uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) de crescente prevalência. Os profissionais da Atenção Básica (AB) têm importância primordial nas estratégias de prevenção, diagnóstico, monitorização e controle do DM. É importante que o profissional de saúde volte sua prática para a pessoa e envolva usuários e cuidadores na definição e implementação de estratégias de controle ao DM. Este estudo teve como objetivo analisar os saberes e práticas dos profissionais de saúde da Estratégia de Saúde da Família de uma cidade de pequeno porte de Santa Catarina quanto ao cuidado prestado às pessoas com Diabetes Mellitus (DM), a partir da perspectiva ergológica. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, classificada como estudo de caso e pesquisa-ação. A amostra é composta por 60 profissionais de 6 equipes de Saúde da Família que atendem pessoas cadastradas com DM. Foram realizados 11 Encontros de Trabalho para a produção dos dados, que foram gravados em áudio, transcritos e analisados através da análise de conteúdo. Os profissionais privilegiam a prescrição de normas aos usuários, sem considerar o contexto em que vivem. Espaços de reuniões não são percebidos pelos trabalhadores como potenciais espaços de Educação Permanente. A educação em saúde se faz a partir de grupos nas Unidades de Saúde. Há necessidade dos profissionais serem escutados pela gestão. A maioria dos trabalhadores desconhece a proposta do modelo de autocuidado apoiado como uma das mudanças fundamentais na atenção à saúde das pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como recomenda o Ministério da Saúde. Além dos saberes adquiridos na graduação, utilizam-se daqueles produzidos no cotidiano do trabalho, mais no sentido de alcançar a produtividade prescrita em detrimento do apoio às singularidades das pessoas sob seus cuidados. Os encontros de trabalho realizados durante a pesquisa produziu a observação do trabalho e escuta pelos trabalhadores quanto às renormalizações inerentes às atividades de trabalho.


Palavras-chave


Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Processo de Trabalho; Ergologia.