Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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DIABETES MELLITUS TIPO 2: FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO EM ADULTOS
Tainara Silva Thomaz, Andreza Dantas Ribeiro, Brenda dos Santos Coutinho, Herman Ascenção Silva Nunes, Renan Fróis Santana, Irinéia de Oliveira Bacelar Simplício

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


Apresentação: O crescimento e envelhecimento populacional, agregado a maior urbanização, obesidade e sedentarismo aumenta significativamente o número de diabéticos. O Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é a forma prevalente (90-95% dos casos) e a maioria dos pacientes com essa forma de diabetes apresenta sobrepeso ou obesidade, por consequência, a sua prevenção baseia-se em intervenções na dieta e na prática de atividades físicas, visando combater o excesso de peso. O controle de fatores de risco modificáveis do DM2, como dieta habitual, atividade física, tabagismo e excesso de peso, associa-se a redução na incidência da doença com ou sem histórico familiar. Desse modo, o objetivo do estudo foi verificar os fatores de riscos presentes nos adultos participantes da pesquisa para o Diabetes mellitus tipo 2. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa, realizado no mês de novembro de 2015, através de uma ação em saúde efetuada em um shopping no município de Santarém/PA, com a população adulta que aceitou participar do estudo, de acordo com a Resolução 196/96 da CNS. Os dados obtidos foram tabulados por meio da utilização do pacote estatístico Excel 7.0. A ação realizada contou com atividades voltadas para a prevenção do Diabetes mellitus e outras doenças, sendo ofertadas orientações sobre os alimentos que devem ser utilizados moderada ou raramente pelos indivíduos, dispondo-se da respectiva quantidade de açúcar em cada alimento, com o objetivo de chamar maior atenção dos participantes, para que ocorresse a conscientização sobre o risco do consumo exagerado dos alimentos para o surgimento do DM tipo 2 e outras patologias crônicas. Além disso, na atividade foram ofertados serviços básicos em saúde, como verificação da pressão arterial e da glicemia capilar. De acordo com os resultados encontrados, os participantes eram orientados quanto à necessidade de mudança de hábitos, bem como à procura de um serviço de saúde. Resultados e/ou impactos: participaram do estudo 19 pessoas, 42% proferiram ser solteiros, 58% autodeclararam-se pardos, 79% exercem atividade remunerada; em relação à renda familiar mensal, 21% expressaram obter 3 salários mínimos mensais; no que concerne aos fatores de risco não modificáveis no DM2, o gênero exerce significativa influência, juntamente com a idade e histórico familiar, desse modo, 58% eram do sexo masculino e 42% do feminino, é importante destacar que no Brasil e em todas as regiões, a prevalência do diabetes ocorre entre mulheres, ressaltando-se o gênero feminino como um fator de risco não modificável; a idade também denota um elemento de risco para o DM, visto o incremento de 2,7% na faixa de 30 a 59 anos para 17,4% na de 60 a 69 anos, em relação a faixa etária dos participantes (19 a 56 anos), média de 35 anos, 53% estão na faixa de 30 a 59 anos; Considerando o histórico familiar da doença, 53% atestaram não possuir nenhum caso, 26% afirmaram possuir familiares de 1º grau (pais, irmãos) e 21% de 2º grau (avós, tios ou primos), o histórico é relevante, observado que são mais propensas para desenvolver a doença pessoas que o possuem; no que se refere as condições passíveis de modificações pelo indivíduo e que contribuem para o surgimento da doença, o excesso de peso apresenta-se como relevante variável, em vista disso, a partir dos critérios do IMC, 42% apresentaram peso normal, 21% obesidade, 26% sobrepeso e 11% não verificaram peso e altura, a julgar a intima relação do DM2 com a obesidade, o equilíbrio do peso torna-se essencial para a sua prevenção, em razão do tecido adiposo aumentar a demanda por insulina no organismo, criando uma resistência a esta; todos afirmaram não ser ou não sabiam se eram diabéticos; na questão aliada ao tabagismo, 95% declararam nunca terem sido fumantes, também foi indagado se os participantes conviviam com alguma pessoa tabagista (fumante passivo), 74% disseram que não, 21% enunciaram já terem convivido e 5% emitiram que convivem; no que diz respeito ao consumo de bebida alcoólica, 37% asseguraram não utilizar, 37% alegaram o uso de uma a três vezes ao mês, 16% de uma a três vezes na semana e 11% menos de uma vez ao mês, evidências indicam que o tabagismo e o etilismo contribuem para o desenvolvimento de DM tipo 2, principalmente quando associados ao histórico familiar e obesidade; quanto à alimentação, foi questionada a frequência que os entrevistados iam à fast food, lanchonetes, lanches de rua ou pizzaria, 47% disseram ir frequentemente, 42% não frequentam e 11% raramente; no tocante ao consumo diário de frutas e/ou verduras, 84% afirmaram consumir e 16% não; relativo a prática de atividade física, 53% não efetuam nenhum tipo de exercício, 26% dizem desenvolver menos de três vezes por semana e 21%  mais de três vezes por semana. Cabe ressaltar que, atualmente, é recomendado pelo menos 150 minutos de atividade física aeróbica moderada na semana ou então, 75 minutos de atividade aeróbica vigorosa na semana. Além disso, dado que mudanças na alimentação inadequada (quantidade e qualidade) e inatividade física são efetivas na prevenção do DM e outras doenças, na medida em que se evita a obesidade, os aspectos dessas duas causas modificáveis devem ser consideradas, logo a quantidade energética ingerida deve ser adequada à atividade física e ser fracionada em 5 a 6 refeições/lanches diários, considerando que cerca de 80% dos pacientes recém-diagnosticados com o diabetes são obesos. Considerações finais: Em consideração as condições de risco que não são susceptíveis de alteração presentes nos colaboradores da pesquisa, que favorecem a ocorrência do DM tipo 2, 42% são do gênero feminino, 53% estão na faixa de 30 a 59 anos e 47% afirmaram possuir algum familiar do primeiro ou segundo grau com a doença, já em conformidade aos que decorrem da vontade pessoal para serem remodelados, 47% mostraram-se com sobrepeso ou obesos; 16% alegaram o consumo de bebida alcoólica de uma a três vezes na semana; 47% afirmam ir frequentemente à fast foods, lanchonetes, lanches de rua ou pizzaria e 53% não fazem nenhum tipo de atividade física. Assim, concebendo o atual contexto do Diabetes mellitus tipo 2, a prevenção assume papel irrevogável, tornando-se imperativo que a comunidade saiba como prevenir a doença, dirigindo-se aos profissionais de saúde, em especial ao enfermeiro, o fomento da educação em saúde com o propósito de identificar grupos de risco, educar e preparar a população.

 


Palavras-chave


fatores de risco; diabetes mellitus tipo 2; promoção da saúde.