Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Aplicação de Inventário sobre riscos psicossociais em trabalhadores de um hospital público
Gerusa Menezes de Carvalho

Última alteração: 2018-01-21

Resumo


A Organização do Trabalho, caracterizada pela divisão das tarefas (ritmo, prazos e condições de trabalho) e pela divisão social do trabalho (normas, comunicação, avaliação, autonomia e participação dos trabalhadores nas decisões), na perspectiva da Psicodinâmica do Trabalho, pode afetar a saúde do trabalhador (ANJOS, 2013). Este resumo apresenta os resultados de um inventário que mapeou os riscos psicossociais no trabalho, concernentes à Organização do Trabalho, utilizando o Protocolo de Avaliação dos Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (PROART) que, a partir de uma escala likert de frequência, analisa os riscos relacionados com a organização do trabalho prescrita (FACAS; DUARTE; MENDES; ARAÚJO; 2015). O inventário foi aplicado em 30 trabalhadores de um hospital público, porém somente 25 responderam. Destes, 09 não se identificaram, 08 são técnicos em enfermagem, 05 são enfermeiros, 02 são profissionais da equipe multidisciplinar e um 01 é da área administrativa. Dezenove itens compõe a dimensão Organização do Trabalho, descrita no inventário. Os resultados aqui divulgados são os que apresentaram maior percentil. No item recursos de trabalho, 36% responderam que “raramente” estes são em número suficiente; 40% responderam que “às vezes”, o número de trabalhadores é suficiente; 32% consideraram que “às vezes” o espaço físico é adequado; 52% assinalaram que “às vezes” os equipamentos estão adequados; 32% assinalaram que “às vezes” o ritmo de trabalho é adequado; 32% consideraram que “às vezes” os prazos para realização das tarefas são flexíveis; 32% apontaram que “às vezes” possuem condições adequadas para realizar seu trabalho; 32% assinalaram que “às vezes” há clareza na definição das metas; 52% consideraram que “às vezes” há justiça na distribuição de tarefas; 40% assinalaram que “às vezes” participam das decisões sobre o trabalho; 48% consideraram que “frequentemente” a comunicação entre chefia e subordinado é adequada; no item autonomia para trabalhar, empataram com o mesmo percentil (28%) as respostas de frequência “às vezes” e “frequentemente”; 40% responderam que “às vezes” há qualidade na comunicação entre os funcionários; 36% informaram que “frequentemente” há clareza nas informações necessárias para executar as tarefas; 36% consideraram que “às vezes” a avaliação de seu trabalho inclui outros aspectos além da produção; 44% consideraram que “às vezes” há flexibilidade nas normas de trabalho; 44% apontaram que, “frequentemente”, há coerência nas orientações que são passadas; 44% assinalaram que “frequentemente” há variabilidade nas tarefas executadas e 52% indicaram que “às vezes” têm liberdade para opinar sobre seu trabalho. Embora o quantitativo de trabalhadores respondentes do questionário seja pequeno (inferior a 10% do total de trabalhadores da instituição), importa destacar os resultados apresentados, classificados como risco médio, que apresentam indicadores que merecem atenção por parte da gestão, uma vez que, a médio prazo, os desencadeadores de adoecimento relacionados à sobrecarga e degradação das condições de trabalho podem se intensificar. É preciso ainda, ampliar o número de participantes da pesquisa, bem como mapear onde tais riscos estão mais graves e, com isso, refinar o processo de intervenção.


Palavras-chave


hospital; organização do trabalho; saúde do trabalhador