Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-21
Resumo
A imigração de determinados grupos étnicos é algo que tem se tornado cada vez mais presente em nossa sociedade, que vai desde o contexto mundial e chega até bem próximo de nós, podendo ser visto, notado, até mesmo tocado, de tão presente que se faz em nosso meio. Os fatores que causam esse processo imigratório são diversos. Na passagem do ano de 2015 para 2016, um grupo de venezuelanos imigrou para o Brasil, em especial para o Estado de Roraima e para a cidade de Manaus, no Amazonas. Dentro desse grupo de imigrantes venezuelanos encontra-se o povo indígena Warao, que é caracterizado também pela sua frequente mobilidade dentro do seu próprio país, determinadas tanto por questões culturais próprias, como por agentes externos. Antes de essa população imigrar para Roraima e Manaus, não se tinha informações sobre a sua existência, e como esse processo imigratório é recente, ainda há pouco conhecimento sobre essa comunidade indígena, o que tem colaborado para especulações equivocadas sobre eles por parte da comunidade local. Além disso, é possível perceber que essa população não tem sido assistida pelo Estado, e tem vivido em condições sub-humanas. Desse modo, a psicologia como ciência que visa à promoção e reabilitação em saúde, precisa necessariamente se inserir nesse espaço, buscando, também, a efetivação dos direitos humanos. Nesse sentido, o presente trabalho tem o objetivo de fomentar a aproximação entre o corpo docente e discente do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas – UFAM e a população indígena Warao para promover encontros e diálogos que possam possibilitar um espaço de aprendizado e reflexão sobre a história e o universo cultural desses indígenas, para que seja possível, além de incentivar a valorização da sua cultura, desenvolver, juntamente com eles, ações estratégicas voltadas para a promoção de saúde e cidadania, uma vez que as políticas públicas da cidade de Manaus não tem incluído, até o presente momento, essa população em suas ações. Esses encontros e diálogos entre docentes, discente da UFAM e Waraos tem a intenção, também, de mostrar para a comunidade local e para a sociedade, o conhecimento adquirido sobre esses indígenas, visando, assim, diminuir o preconceito social. Assim, este trabalho se insere no Eixo 2 – Trabalho, pois trata de sujeitos e singularidades na construção do cuidado em saúde. Para o alcance desses objetivos propõe-se como técnica a execução de rodas de conversa semanais, durante seis encontros, com os grupos propostos acima, tendo cerca de quinze indígenas Warao, um docente e cinco discentes. Essas rodas de conversas podem ocorrer em um espaço aberto, até mesmo embaixo das árvores, na UFAM, ou em um local indicado pelos indígenas. A motivação para este projeto de intervenção surge da necessidade de incentivar a produção de pesquisas sobre imigração indígena e saúde mental, visto que há pouco estudo nessa área. Por fim, espera-se com esta intervenção possibilitar um espaço de trocas, intercâmbio de experiências, saberes, opiniões, afetos, sentimentos, emoções, que possibilite uma aproximação que gere, antes de tudo, empatia e um espaço de construção de conhecimento.