Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
SEGURANÇA ALIMENTAR, SAÚDE E TRABALHO INTERDISCIPLINAR E MULTISSETORIAL.
Mayara Suelirta Costa, Taísa Gomes Andrade Oliveira, Rosiele Neves Felix, Karen Palmeira Figueiredo, Mileide Silva Santana, Rosane Menezes Santos, Tatiana Correia Silva

Última alteração: 2018-01-30

Resumo


Apresentação: Garantir a saúde das pessoas e populações é algo que envolve vários setores, pois sabemos que saúde não é somente a ausência de doenças, diante do conceito amplo de saúde, temos a certeza da importância do trabalho interdisciplinar e multissetorial para garantir a mesma. Quem tem fome não tem saúde, quem não tem acesso a um direto básico e essencial para a sobrevivência, como a alimentação, a garantia do direito à saúde ainda se encontra muito distante. Discutir sobre Direito Humano a Alimentação Saudável (DHAA), Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e saúde é um assunto abrangente, interdisciplinar e multissetorial, principalmente quando relacionado a áreas de periferias urbanas, que apresentam grande vulnerabilidade social. Espera-se com a pesquisa aprofundar as discussões do acesso ao alimento, a SAN, Soberania Alimentar, DHAA, atuação dos profissionais da área da saúde no combate à fome e a importância do trabalho interdisciplinar e multissetorial na busca pela saúde.
Metodologia: O presente trabalho é um recorte de uma pesquisa sobre a situação de SAN de uma comunidade de periferia urbana no município de João Pessoa/PB. Trata-se de um estudo do tipo transversal, tipo inquérito, com a aplicação de 60 questionários as famílias residentes na comunidade Pe. Hildon Bandeira, que fica ao redor de uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Resultados: Os resultados desse estudo mostram que mais da metade das famílias entrevistadas tiveram a preocupação que o dinheiro acabasse antes que tivessem mais dinheiro para comprar alimento, mostrando altas prevalências de insegurança alimentar e nutricional, chegando a 80% das famílias entrevistadas, e relação direta de insegurança alimentar com fatores sociais, estruturais e econômicos. Dos entrevistados, 49,16% afirmaram que não estavam satisfeitos com a própria saúde, deixando refletir que a situação de saúde é uma manifestação do lugar. A comunidade é caracterizada por famílias carentes, morando em área de risco, com baixa escolaridade e grandes números de desempregados ou sem renda fixa. As famílias deste estudo são constituídas por pessoas com baixa escolaridade, das que compõem as famílias entrevistadas, 2/3 delas sabem ler e/ou escrever, menos de 1% tem curso superior e 1,2% curso profissionalizante, estando concentrada a maior parte das pessoas no ensino primário incompleto, a falta de acesso e/ou oportunidade nos estudos é notória, visto que apenas uma minoria teve acesso ao ensino superior. O nível de escolaridade baixo reflete diretamente na renda e empregabilidade, que são fatores essências para garantir pelo menos o dinheiro para cesta básica e acesso a alguns serviços de saúde.
Considerações finais: Diante dos resultados expostos, faz-se necessário refletir que a atuação profissional seja capaz de entender a saúde de forma intersetorial, ver o processo saúde-doença um pouco de fora da UBS, analisar e intervir nas "feridas" profundas que têm o território que a mesma está inserida, seja a fome, a renda, escolaridade, são problemas que devem serem enfrentados diretamente pelos trabalhadores na área da saúde, para que possamos construir e de fato levar saúde as populações.


Palavras-chave


Segurança Alimentar; saúde; comunidade; trabalho interdisciplinar e multissetorial.