Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CONVERSANDO COM ADOLESCENTES SOBRE CONHECIMENTOS A CERCA DE CUIDADOS ESSENCIAIS EM HIGIENE PESSOAL
Ana Eliza Ferreira Pinto, Fabiana Santarém Duarte, Suan Kell dos Santos Lopes, Andressa Diniz Cardoso, Simone Aguiar da Silva Figueira, Érika Marcilla Sousa de Couto

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: Segundo o Ministério da Saúde, a higiene é a ciência que lida com a manutenção e implantação de saúde ao indivíduo e ao grupo. Incluem procedimentos, condições e práticas que conduzem à saúde em forma de assepsia. As práticas estabelecidas podem ser orientadas através da educação em saúde, que consiste em uma importante estratégia de prevenção relacionada à aprendizagem para alcançar hábitos de saúde. Sendo assim, sabe-se que é necessário que estas ações estejam voltadas a atender a população de acordo com sua realidade, induzindo a reflexão nos indivíduos, criando oportunidade para este pensar e repensar a sua cultura, tornando-o capaz de realizar transformações em sua própria realidade. Por isso, a importância da educação em saúde voltada a adolescentes, visto que a adolescência é uma fase de transformações caracterizadas por tensões e conflitos. Esses adolescentes passam por momentos que acreditam que tudo é urgente; desse modo, é comum acreditarem que não possuem tempo para medidas de autocuidado, com isso é frequente o abandono dos bons hábitos, e assumindo assim menor importância nesse contexto. Assim, educação em saúde no âmbito escolar, é um meio eficaz para inserir entre esse público uma conscientização sobre como cuidar melhor de si. A escola possui como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem, desta forma, desempenha papel básico na formação e atuação das pessoas na vida social. Sendo assim, a escola torna-se fundamental para ações de promoção da saúde para crianças, adolescentes e jovens adultos, em que a partir das dificuldades existentes no âmbito escolar faz-se necessário a atuação do enfermeiro, pois é mediante a promoção de saúde bucal, corporal e íntima que é reforçado o cuidado pessoal e individual, sendo o enfermeiro um dos principais mediadores dessas práticas preventivas de cuidados em saúde.  Ao referir sobre promoção de saúde provou-se que o enfermeiro pode e deve atuar através de atividades de educação para a saúde e de práticas educativas, em diferentes espaços, mas principalmente em escolas. Portanto, tem-se a educação para saúde como um processo que visa à promoção de saúde de escolares. O objetivo deste resumo é identificar o conhecimento prévio dos adolescentes sobre higiene geral e posteriormente avaliar se a Educação em saúde foi capaz de sanar as dúvidas pré-existentes. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado em uma instituição de ensino fundamental pública no município de Santarém-Pará, no segundo semestre de 2015, com alunos do 8º ano, onde foi realizada uma educação em saúde por acadêmicos do 2º semestre de enfermagem de uma universidade estadual, e posteriormente aplicado um questionário antes e após a atividade para avaliar o conhecimento dos participantes sobre os conteúdos abordados, e a assimilação desses conhecimentos. Participaram do estudo 56 adolescentes, tendo sido incluídos todos os adolescentes regularmente matriculados no 8º ano, de ambos os sexos e foram excluídos do estudo quem faltou em algum dos dias da coleta de dados e na ação de educação em saúde. Resultados: A faixa etária abordada foi de 12 a 17 anos, sendo 63% do sexo feminino e 37% do sexo masculino, o questionário aplicado abordava sobre realização de higiene bucal, corporal e íntima, e questões para os diferentes sexos como frequência da troca de absorvente e o hábito de higienização do pênis após urinar. Em relação à higiene bucal, abordaram-se perguntas especificas como: Frequência em que deve ser feita a higiene, uso do fio dental, escovação da língua, cárie, mau hálito e gengivite, que no primeiro dia obteve-se um resultado satisfatório em que das seis questões abordadas foram acertadas no mínimo quatro e no segundo dia manteve-se essa mesma média. No entanto, apresentaram resultado insatisfatório quando perguntados sobre a temática da cárie, onde no primeiro dia apenas 19% e no segundo 35% acertaram a questão, apesar de este ser considerado um problema bastante comum e de fácil prevenção. Quanto à higiene corporal foi abordado temas como: Frequência de banhos e troca de roupa íntima, lavagem das mãos, troca da toalha de banho, micose e uso de roupas apertadas, onde houve a média de 56% de acerto no primeiro dia e 72,5% no segundo dia, o que infere que os mesmos realizavam a higiene corporal de forma correta. A questão referente a troca de absorventes apresentou 57% no primeiro e 51% no segundo com isso, supõem-se que esse decréscimo se deu por desconforto dos alunos pela falta de privacidade dentro da sala de aula no momento do preenchimento do questionário, pois observou-se que durante o preenchimento do instrumento muito dos alunos não tiveram a privacidade de realizá-lo de forma individualizada.  Em relação a higiene íntima fôra abordado sobre lavagem da genitália, troca e compartilhamento de roupa íntima, doenças ocasionadas pela deficiência em higiene íntima, onde 95% relataram conhecer e saber essa prática. Já em relação a frequência que os meninos realizavam a higienização do pênis após urinar no primeiro dia 100% dos participantes afirmou não fazer essa higienização, isso sugere que esses adolescentes não recebem essas orientações por seus responsáveis, enquanto que no segundo dia 85% afirmaram ter essa prática, confirmando a eficácia e importância de educações em saúde em âmbito escolar realizadas pelo enfermeiro. Considerações Finais: O público relatou pouco conhecimento acerca das patologias apresentadas, isso mostra que há a necessidade de práticas de educação em saúde a serem efetivadas na escola, visto que possuem um caráter informativo aos participantes, pois auxiliam o esclarecimento de dúvidas. Os dois gêneros apresentam resultado satisfatório quanto aos temas higiene bucal, corporal e íntima, mas no que se refere as patologias apresentavam pouco conhecimento em relação à cárie, gengivite e micose. De ambos gêneros, o público feminino apresentou menos dificuldades na higienização corporal, toma-se por orientação que o público feminino possui maior preocupação quanto a aparência, a estética que apresentam e por isso mais autocuidado. Historicamente, o papel do enfermeiro está ligado à educação em saúde, visto que no surgimento da enfermagem moderna, ele foi instruído para suprir a necessidade da população quanto às atividades educativas sanitárias. Tendo em vista essa realidade, ao promover assuntos como higiene corporal, bucal e íntima disseminam informações essências aos participantes de forma a alertar para o cuidado pessoal, com intuito de formar indivíduos críticos quanto às decisões necessárias para uma vida saudável. Uma vez a criança ou adolescente orientada pelo enfermeiro educador nas escolas, creches, nas suas casas, e na comunidade tornam-se mais aptas a dividir o conhecimento adquirido por estarem em processo de aprendizagem, sendo multiplicadores e incentivadores ao autocuidado.

Palavras-chave


Higiene; Enfermeiro; Escola