Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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CONVERSANDO COM ADOLESCENTES SOBRE CONHECIMENTOS A CERCA DE CUIDADOS ESSENCIAIS EM HIGIENE PESSOAL
Última alteração: 2018-01-25
Resumo
Apresentação: Segundo o Ministério da Saúde, a higiene é a ciência que lida com a manutenção e implantação de saúde ao indivíduo e ao grupo. Incluem procedimentos, condições e práticas que conduzem à saúde em forma de assepsia. As práticas estabelecidas podem ser orientadas através da educação em saúde, que consiste em uma importante estratégia de prevenção relacionada à aprendizagem para alcançar hábitos de saúde. Sendo assim, sabe-se que é necessário que estas ações estejam voltadas a atender a população de acordo com sua realidade, induzindo a reflexão nos indivíduos, criando oportunidade para este pensar e repensar a sua cultura, tornando-o capaz de realizar transformações em sua própria realidade. Por isso, a importância da educação em saúde voltada a adolescentes, visto que a adolescência é uma fase de transformações caracterizadas por tensões e conflitos. Esses adolescentes passam por momentos que acreditam que tudo é urgente; desse modo, é comum acreditarem que não possuem tempo para medidas de autocuidado, com isso é frequente o abandono dos bons hábitos, e assumindo assim menor importância nesse contexto. Assim, educação em saúde no âmbito escolar, é um meio eficaz para inserir entre esse público uma conscientização sobre como cuidar melhor de si. A escola possui como missão primordial desenvolver processos de ensino-aprendizagem, desta forma, desempenha papel básico na formação e atuação das pessoas na vida social. Sendo assim, a escola torna-se fundamental para ações de promoção da saúde para crianças, adolescentes e jovens adultos, em que a partir das dificuldades existentes no âmbito escolar faz-se necessário a atuação do enfermeiro, pois é mediante a promoção de saúde bucal, corporal e íntima que é reforçado o cuidado pessoal e individual, sendo o enfermeiro um dos principais mediadores dessas práticas preventivas de cuidados em saúde. Ao referir sobre promoção de saúde provou-se que o enfermeiro pode e deve atuar através de atividades de educação para a saúde e de práticas educativas, em diferentes espaços, mas principalmente em escolas. Portanto, tem-se a educação para saúde como um processo que visa à promoção de saúde de escolares. O objetivo deste resumo é identificar o conhecimento prévio dos adolescentes sobre higiene geral e posteriormente avaliar se a Educação em saúde foi capaz de sanar as dúvidas pré-existentes. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado em uma instituição de ensino fundamental pública no município de Santarém-Pará, no segundo semestre de 2015, com alunos do 8º ano, onde foi realizada uma educação em saúde por acadêmicos do 2º semestre de enfermagem de uma universidade estadual, e posteriormente aplicado um questionário antes e após a atividade para avaliar o conhecimento dos participantes sobre os conteúdos abordados, e a assimilação desses conhecimentos. Participaram do estudo 56 adolescentes, tendo sido incluídos todos os adolescentes regularmente matriculados no 8º ano, de ambos os sexos e foram excluídos do estudo quem faltou em algum dos dias da coleta de dados e na ação de educação em saúde. Resultados: A faixa etária abordada foi de 12 a 17 anos, sendo 63% do sexo feminino e 37% do sexo masculino, o questionário aplicado abordava sobre realização de higiene bucal, corporal e íntima, e questões para os diferentes sexos como frequência da troca de absorvente e o hábito de higienização do pênis após urinar. Em relação à higiene bucal, abordaram-se perguntas especificas como: Frequência em que deve ser feita a higiene, uso do fio dental, escovação da língua, cárie, mau hálito e gengivite, que no primeiro dia obteve-se um resultado satisfatório em que das seis questões abordadas foram acertadas no mínimo quatro e no segundo dia manteve-se essa mesma média. No entanto, apresentaram resultado insatisfatório quando perguntados sobre a temática da cárie, onde no primeiro dia apenas 19% e no segundo 35% acertaram a questão, apesar de este ser considerado um problema bastante comum e de fácil prevenção. Quanto à higiene corporal foi abordado temas como: Frequência de banhos e troca de roupa íntima, lavagem das mãos, troca da toalha de banho, micose e uso de roupas apertadas, onde houve a média de 56% de acerto no primeiro dia e 72,5% no segundo dia, o que infere que os mesmos realizavam a higiene corporal de forma correta. A questão referente a troca de absorventes apresentou 57% no primeiro e 51% no segundo com isso, supõem-se que esse decréscimo se deu por desconforto dos alunos pela falta de privacidade dentro da sala de aula no momento do preenchimento do questionário, pois observou-se que durante o preenchimento do instrumento muito dos alunos não tiveram a privacidade de realizá-lo de forma individualizada. Em relação a higiene íntima fôra abordado sobre lavagem da genitália, troca e compartilhamento de roupa íntima, doenças ocasionadas pela deficiência em higiene íntima, onde 95% relataram conhecer e saber essa prática. Já em relação a frequência que os meninos realizavam a higienização do pênis após urinar no primeiro dia 100% dos participantes afirmou não fazer essa higienização, isso sugere que esses adolescentes não recebem essas orientações por seus responsáveis, enquanto que no segundo dia 85% afirmaram ter essa prática, confirmando a eficácia e importância de educações em saúde em âmbito escolar realizadas pelo enfermeiro. Considerações Finais: O público relatou pouco conhecimento acerca das patologias apresentadas, isso mostra que há a necessidade de práticas de educação em saúde a serem efetivadas na escola, visto que possuem um caráter informativo aos participantes, pois auxiliam o esclarecimento de dúvidas. Os dois gêneros apresentam resultado satisfatório quanto aos temas higiene bucal, corporal e íntima, mas no que se refere as patologias apresentavam pouco conhecimento em relação à cárie, gengivite e micose. De ambos gêneros, o público feminino apresentou menos dificuldades na higienização corporal, toma-se por orientação que o público feminino possui maior preocupação quanto a aparência, a estética que apresentam e por isso mais autocuidado. Historicamente, o papel do enfermeiro está ligado à educação em saúde, visto que no surgimento da enfermagem moderna, ele foi instruído para suprir a necessidade da população quanto às atividades educativas sanitárias. Tendo em vista essa realidade, ao promover assuntos como higiene corporal, bucal e íntima disseminam informações essências aos participantes de forma a alertar para o cuidado pessoal, com intuito de formar indivíduos críticos quanto às decisões necessárias para uma vida saudável. Uma vez a criança ou adolescente orientada pelo enfermeiro educador nas escolas, creches, nas suas casas, e na comunidade tornam-se mais aptas a dividir o conhecimento adquirido por estarem em processo de aprendizagem, sendo multiplicadores e incentivadores ao autocuidado.
Palavras-chave
Higiene; Enfermeiro; Escola