Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Condições de saúde de imigrantes venezuelanos na região Norte do Brasil: uma abordagem sobre saúde e migração desenvolvida através de seminário
Beatriz Mella Soares Pessôa, José Lucas Quadros de Sá, Dayana Raquel Marques Pinto, Leonardo Maquiné Hermont, Ana Paula de Siqueira Moreira Gil, Adson Martins Pinto Júnior, Antônio de Pádua Quirino Ramalho

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


Apresentação: Devido à crise econômica e à perseguição política, em 2017 o número de venezuelanos solicitando refúgio no Brasil superou 12.000, um número cinco vezes maior ao total do triênio 2014-2016. No entanto, segundo estimativas oficiais, o número de imigrantes venezuelanos em 2017 ultrapassou 30.000. Grande parte dos refugiados se estabelece em Roraima, devido à proximidade geográfica, enquanto alguns migram para outros estados, como Amazonas e São Paulo. A migração contínua e desordenada na fronteira Brasil/Venezuela tem impacto direto na vulnerabilidade socioeconômica e ambiental, colaborando com uma possível mudança na morbimortalidade, no surgimento de surtos de doenças e aumento do risco de desassistência à população. Diante deste cenário, torna-se necessária a aplicação de medidas efetivas de prevenção, controle e contenção de riscos, além de adotar medidas efetivas para aprimorar a capacidade de resposta da rede de serviço do Sistema Único de Saúde. O objetivo deste trabalho foi apresentar as condições de saúde enfrentadas por imigrantes venezuelanos na região Norte do Brasil, como forma de chamar atenção à necessidade de promoção de saúde entre essa população, visando melhorar a qualidade de vida, diminuir a vulnerabilidade, minimizar as taxas de transmissão de doenças e evitar o surgimento de surtos, que possam vir a oferecer risco à saúde pública.

Desenvolvimento: O presente trabalho foi realizado por acadêmicos de medicina da Universidade Federal do Amazonas, sendo apresentado na forma de seminário para a disciplina de Saúde Coletiva IV.  O tema foi abordado através de uma apresentação com slides, trazendo dados sobre a imigração venezuelana, questão que demanda ações do governo brasileiro a fim de absorver o impacto desse fluxo migratório, além de notícias atuais que ilustrem as condições de saúde enfrentadas pelos imigrantes ao chegarem em território brasileiro.

Resultados: Percebe-se que os imigrantes venezuelanos vivem em condições de vulnerabilidade, habitando locais com pouca infraestrutura, falta de saneamento básico e de alimentação adequada, além de dificuldades no acesso aos serviços de saúde pública e ao mercado de trabalho. Tal fato pode justificar a alta incidência de doenças notificadas nessa população. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016, o estado de Roraima foi o que mais notificou casos de malária advindos de outros países, sendo cerca de 77% desses casos procedentes da Venezuela. Além disso, os venezuelanos também representavam as maiores taxas de infecção por leishmaniose tegumentar e 100% dos novos casos de infecção por HIV.  Os acadêmicos puderam assimilar o impacto causado pelos agentes externos na saúde dos imigrantes, devendo ser estimuladas medidas de promoção de saúde entre essa população.

Considerações finais: A discussão acerca das condições de saúde encontradas por imigrantes venezuelanos mostra-se essencial durante a formação de profissionais médicos, devendo ser abordada durante a graduação. O acadêmico deve desenvolver um olhar atento à promoção de saúde entre a população de imigrantes pois esta medida, além de trazer melhorias na qualidade de vida dessa população, funciona como prevenção à instalação de surtos.


Palavras-chave


emigração e imigração;saúde pública; vulnerabilidade em saúde