Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PREVENÇÃO DO HPV: experiência de Educação em Saúde com crianças
Ana Carolina Almeida Ribeiro, Caroline Palma e Silva da Costa, Elizabeth França de Freitas, Marcilene da Silva Saraiva, Marlon Lobato Lourenço, Bruno Albuquerque Vilhena, Maria Heliana Chaves Monteiro da Cunha, Geyse Aline Rodrigues Dias

Última alteração: 2017-12-27

Resumo


Apresentação: O Papilomavírus Humano (HPV) é responsável pela doença sexual denominada condiloma acuminado. Existem cerca de 120 tipos, dos quais 36 podem infectar o trato genital. O contato desse agente através de relação sexual pode causar lesões na vagina, no colo do útero, pênis e ânus, portanto o HPV tem papel importante na etiologia do câncer, já que alguns tipos de HPV possuem fatores oncogênicos. Além do aumento alarmante dos números de casos do HPV na população jovem e adulta, e com a implementação da Política Nacional de Imunizações (PNI) na inclusão de meninos no calendário vacinal do HPV, fez-se importante uma intervenção com as crianças entre nove a onze anos, visto que com o passar dos anos o início da vida sexual torna-se mais precoce, além da deficiência do investimento em políticas de educação sexual, tornando-se necessário abordar o tema que é muito relevante para a saúde pública. O objetivo deste é socializar experiência de educação em saúde para crianças acerca da prevenção contra o HPV por meio da vacinação. Desenvolvimento: Trata-se de um relato de experiência, de uma atividade de educação em saúde realizada durante as práticas obrigatórias da atividade curricular Estágio Vivencial, em uma Obra Social da periferia de Belém-Pará no mês de janeiro de 2017. A ação foi dividida em cinco momentos: esses momentos foram responsáveis por obter a informações do público alvo e principalmente seus conhecimentos com relação ao HPV. 1º momento: acolhimento de forma informal às crianças, com apresentação dos acadêmicos e do tema a ser exposto. 2º momento: roda de conversa introduzindo o tema de forma a priorizar uma escuta sensível, a fim de captar o conhecimento inicial dos participantes sobre o assunto utilizando de um breve questionário previamente elaborado. 3º momento: apresentação de imagens relacionadas ao HPV, a fim de socializar informações que abrangem o tema em questão, a campanha de vacinação e idade recomendada para tomar a vacina. Utilizou-se uma linguagem informal, comum da geração atual. 4º momento: desenvolve-se o conteúdo com orientações, por meio das imagens, de forma explicativa fundamentado no conhecimento científico e no conhecimento prévio das crianças. 5º momento: para finalizar a ação educativa, retoma-se o questionário realizado no início da ação para identificar o conteúdo absorvido. A interação com as crianças se deu através de adaptações para facilitar a assimilação da temática, fazendo o uso de imagens e perguntas discutidas em uma roda de conversa. Inicialmente buscamos conquistar a confiança do público através da apresentação da equipe, fazendo com que eles tentassem memorizar nossos nomes de modo a criar um vínculo com os participantes, depois apresentamos uma lista com quatro perguntas as quais eles deveriam tentar responder com seus conhecimentos antes do efetivo início da ação educativa, neste momento percebemos as dificuldades que as crianças tinham em responder perguntas quando pensam que estão sendo avaliadas, para contornar esta situação utilizamos um cartaz antigo da campanha de vacinação contra o HPV, demonstrando-lhes a proximidade com que o tema se encontra na sua realidade. Desta forma foram estabelecidas regras, de comum acordo com os participantes, para que cada um falasse no seu momento, então gradativamente eles foram respondendo as perguntas como “o que é a vacina anti-HPV?”, dessa maneira nenhum deles conseguiu dizer sozinho qual a finalidade da vacina, entretanto ao associarmos as ideias dos diversos alunos conseguimos construir um conceito razoável da função da vacina na vida deles e outros conceitos instigados pelas perguntas, pois apesar de se encontrarem em situação de pouca instrução eles se mostraram dispostos a aprender mais sobre o HPV. Em um segundo momento, apresentamos a sintomatologia clínica da doença através de imagens, iniciando com ilustrações da aparência microscópica do vírus e desenvolvendo a partir daí uma conversa um tanto quanto informal sobre a interação viral com a fisiologia humana, momento este em que percebemos a atenção deles completamente voltada para o que estava sendo informado, na busca por entendimento a partir de abstração, necessidade esta que foi suprida pela equipe através de transposições didáticas para que os discentes pudessem elucidar a informação a eles apresentada por meio de associações. A imagem do sintoma clínico em que se encontravam verrugas de HPV na cavidade oral de uma pessoa, inicialmente causou confusão porque as crianças não entendiam exatamente do que se tratava a ilustração, no entanto à medida que lhes foi explicada a imagem eles passaram a compreender e apresentaram relativa repulsa quanto à imagem. Dando sequência à dinâmica os alunos nos informaram com que idade eles achavam que tinham que tomar a vacina, houveram divergências com alguns deles dizendo idades de 9 a 25 anos, depois passamos a comandar os diálogos e chamar a atenção deles para quem estava se vacinando, tentando lembrar-lhes de pessoas próximas vacinadas recentemente, construindo a partir deste diálogo a resposta correta para a idade adequada para a vacinação.  Resultados: A dinâmica foi uma conversa desenvolvida de maneira horizontal, em que nos encontrávamos no meio das discussões de maneira simplificada alcançando nosso principal objetivo, a elucidação do HPV e a prevenção através da vacina e outros métodos. Além disso, percebemos que apesar da dificuldade inicial, foi possível atrair a atenção das crianças para as formas de contaminação e como a doença se manifesta no organismo. As crianças puderam conceituar sem o auxílio da equipe da dinâmica, as principais perguntas do questionário, mesmo com alguns equívocos nas respostas. O grupo de crianças passou a ter mais interesse em conversar sobre o tema, além de que passaram a ficar mais atentos a doença, reconheceram que não sabiam dos seus impactos e apesar de muitos ainda não alfabetizados, conseguiram assimilar o assunto. A dinâmica permitiu que eles pudessem compartilhar o conhecimento que já possuíam, permitindo assimilar aquilo que a ação lhes proporcionou como aprendizado. Considerações finais: A ação educativa foi implementada como uma estratégia de educação em saúde com o intuito de estimular aquele grupo a se esforçar por meio de ações que promovam a sua própria saúde, tendo por objetivo a maior atenção à profilaxia ao papilomavírus humano, ampliando o acesso das crianças à vacinação, pois se percebe que o simples fato de ofertar gratuitamente a vacina não garante uma larga abrangência de pessoas vacinadas, é preciso que as pessoas entendam a necessidade da vacinação para então efetivar o acesso à saúde.

Palavras-chave


Enfermagem; Vacina; Prevenção.