Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
Mulheres ao léu: Construção de uma ação de saúde dirigida a um grupo específico
Raquel Patrícia Quereza e Silva Faria, Paulo Henrique Dias da Silva Dantas, Rodrigo Oliveira Farias

Última alteração: 2018-01-11

Resumo


O trabalho em saúde abrange grande parte da população. No entanto, há grupos específicos que possuem necessidades particulares de atenção. Apesar do esforço do poder público, existem coletivos que não são alcançados de forma adequada pelo sistema de saúde e que são extremamente vulneráveis. Dentre eles pode ser citada a população de profissionais do sexo. Esse trabalho tem por objetivo focar na saúde do público das mulheres que trabalham como profissionais do sexo em seu contexto geral, e não apenas analisá-las sob os paradigmas que se reduzem, geralmente, às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs); analisando a pessoa como uma mulher que também possui uma vida normal com necessidades a serem supridas, se expondo a outros riscos, ficando susceptível a outras doenças, que poderiam abranger qualquer outro indivíduo, como diabetes, hipertensão, câncer, anemia, pneumonia, tuberculose, entre outras. Esse grupo foi escolhido, pois seu acesso ao sistema de Saúde possui diversos obstáculos, uma vez que são pessoas excluídas e estigmatizadas, que por seu estilo de vida, não possuem um dia comum, trocando, por vezes, o dia pela noite e vice-versa, o que pode modificar até mesmo seu estado de  sono e vigília. Isso dificulta seu acesso a bens e serviços de saúde, ou mesmo que, por estigmas em relação a seu modo de ganhar a vida, podem não se ver dignas de procurar ajuda médica ou um hospital. Para tanto, foi organizado, por acadêmicos de Medicina, um evento em parceria com uma associação de trabalhadoras do sexo, onde se realizou um atendimento coletivo às mulheres que fazem parte da associação. Foi aplicado a elas um formulário que continha perguntas relacionadas à situação de saúde atual, baseado na Caderneta de Saúde da Mulher Curitibana e nos Protocolos de Atenção Primária:  Atenção à saúde da mulher, do Ministério da Saúde; sendo que através dele poderiam ser analisadas as queixas, contribuindo para atender às necessidades de cuidado que elas procuravam.  O evento ocorreu no dia 07 de dezembro de 2017; houve a participação de cerca de 100 mulheres e um total de 10 alunos, juntos ao preceptor; os organizadores também entraram em contato com uma assistente social que pôde dar suporte ao evento. Por intermédio dessa ação foi possível analisar o quanto é importante que públicos como esse tenham estratégias desenhadas particularmente para garantir-lhes acesso e inclusão pelo Sistema Único de Saúde, fazendo-se cumprir os princípios do SUS de universalidade, de igualdade, de integralidade e, principalmente, de equidade. Acredita-se que através dessa experiência, os acadêmicos de Medicina, puderam compreender a realidade de saúde dessa população e posteriormente podem ser agentes de transformação na realidade de saúde desse grupo específico e também atrair a outros profissionais a se atentarem para essas populações excluídas.


Palavras-chave


Atendimento coletivo; equidade; profissionais do sexo; obstáculos; saúde pública