Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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A UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE E A LUTA DO POVO: PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA A CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL DO DIA 28 DE ABRIL DE 2017
Última alteração: 2018-01-25
Resumo
Um dos principais desafios para o campo da Educação Popular em Saúde é atuar frente às exigências atuais que se colocam num contexto de avanços das políticas neoliberais no Brasil e no mundo, com retrocessos dos direitos sociais, trabalhistas e da democracia, salientados sobremaneira em território nacional a partir do golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016. Neste relato de experiência tem-se como objetivo compartilhar os caminhos trilhados por uma equipe de residentes em Saúde da Família e em Saúde Coletiva da Escola de Saúde Pública do Ceará para, no ambiente de trabalho, debater a reforma da previdência e mobilizar para a construção da Greve Geral do dia 28 de abril de 2017. Entre os dias 10 e 27 de abril de 2016 foram desenvolvidas três rodas de conversa na Unidade de Atenção Primária à Saúde Frei Tito de Alencar, localizada na Praia do Futuro, em Fortaleza: com Agentes Comunitários de Saúde, outra com membros das equipes da Estratégia Saúde da Família, e a última com usuários integrantes de um grupo de Hipertensos e Diabéticos. Também foi realizada uma sala de espera com os usuários, onde foi exibido um vídeo sobre as principais alterações propostas na reforma da previdência, acompanhado pela encenação-dramatização da “Cartomante Madame Sabe Tudo”, a partir do acúmulo teórico do Teatro do Oprimido, utilizado também a apresentação da calculadora da aposentadoria, que simulava a expectativa da aposentadoria com e sem a reforma da previdência, para ao final abrir o debate junto aos usuários. Essas atividades proporcionaram a troca de saberes sobre a importância do direito à previdência, a problematização do “rombo da previdência social” e do papel da grande mídia na alienação da população sobre os impactos dessas reformas, além de mobilizar profissionais e usuários para a construção e participação da greve geral de 28 de abril de 2017. Entendemos que tais atividades contam com o poder de ressignificação do ambiente da Unidade de Saúde para profissionais e usuários, demarcando aquele ambiente como espaço de construção da luta coletiva por uma sociedade mais justa e meio de organização e resistência popular.