Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE HIV/AIDS NO CONTEXTO DO TRABALHADOR PORTUÁRIO DE BELÉM-PA.
Joanna Angélica Azevedo de Oliveira, Yasmin Brabo de Lima, Glenda Keyla China Quemel

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


APRESENTAÇÃO: Sabe-se que todas as populações humanas vivem em condições próprias de vulnerabilidade, assim, entende-se a vulnerabilidade como um conjunto de fatores que podem aumentar ou diminuir os riscos a que estão expostos em todas as situações de vida. Nesta perspectiva, surgem em meados do século XX, concepções acerca de promoções de saúde frente a uma sociedade vítima de pragas urbanas e doenças infecciosas. Logo, a promoção em saúde é uma estratégia que desvela os fatores de riscos e agravos de uma população específica afim de fomentar mecanismos que reduzem a vulnerabilidade do grupo de estudo, focando no atendimento adequado aos mesmos. Tal estratégia apoia-se em práticas de educação em saúde, no entanto, ainda que sejam conceitos semelhantes, a promoção em saúde tem visão mais ampla, holística e integral visando o ser humano e a sociedade em seus mais diversos seguimentos como lazer; cultura; trabalho; moradia; ambiente; educação; acesso a bens de serviços essenciais; disparidades de gênero e sexualidade, enquanto que, a educação em saúde estimula a percepção critico-reflexiva do meio em que os grupos ou individuo estão inseridos para mudanças de hábitos nocivos à saúde através de ações educativas, dando autonomia aos atores envolvidos demonstrando que estes são ativos no processo saúde-doença. As práticas de educação em saúde envolvem três seguimentos: os profissionais de saúde que estimulam, valorizam e executam a prevenção e promoção de saúde, tanto quanto, desempenham práticas curativas; os gestores, que apoiam os profissionais de saúde, utilizam-se da liderança, planejamento, organização e gestão participativa com seu corpo de trabalhadores; e a população que está sempre em dialética de conhecimento, necessitando refazer-pensar-agir frente a condições de vulnerabilidade e aumentam sua independência. Desta forma, estas ferramentas e conceitos são aplicáveis em quaisquer organizações humanas, incluindo, o ambiente de trabalho, afinal, entende-se o mesmo também é espaço para veículo de informações pertinentes a saúde do trabalho a nível de sua própria atividade laboral, visando a diminuição de doenças profissionais e acidentes de trabalho; como, também, o ambiente de trabalho é local para estimulo de consciência prevencionista para condições de saúde não vinculadas diretamente ao trabalho como estimulo a prevenção de patologias infectoparasitárias, atualização de esquema de imunização, estimulo ao lazer e etc. A saúde do trabalhador é um ponto crucial de estudo do Sistema Único de Saúde (SUS), através da instauração da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora instituída pela portaria nº 1.823, de 23 de agosto de 2012, que busca pela vigilância em saúde determinar estratégias de proteção, promoção e recuperação de saúde. Neste contexto, o trabalho dentro de organizações portuárias sofre um desconhecimento por parte dos enfermeiros em relação a educações em saúde que contribuam para a melhoria da qualidade de vida destes trabalhadores, assim, o presente trabalho objetivou relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem durante a realização de quatro ações educativas sobre HIV/AIDS em uma empresa portuária em Belém-Pa. Por conseguinte, a AIDS é uma epidemia que representa fenômeno global, dinâmico e instável     decorrente da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tendo seu ápice de veiculação de informações na década de 80. A teoria mais aceita do surgimento do HIV decorre de sua emergência, primeiramente, em chimpanzés do sul de Camarões, os quais contaminaram caçadores silvestres com um vírus muito semelhante ao HIV, e este sofreu diversas mutações no organismo humano até tornar-se o vírus de alta virulência que deprime células do sistema imunológico, a partir do enfraquecimento de células CD4+, que conhecemos hoje. DESENVOLVIMENTO: o presente estudo trata-se de um relato de experiência a partir de quatro ações educativas sobre HIV/AIDS para colaboradores vinculados a uma empresa de serviços portuários. A primeira ação foi realizada para 20 menores aprendizes com faixa etária de 16 a 18 anos vinculados a instituição com o aval do serviço social, pais e responsáveis, e patrocinada pela comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA) a qual foram explanadas considerações gerais sobre o tema como: o que é o HIV; como o mesmo atinge as funções imunológicas humanas; quais modos de transmissão; métodos de prevenção; considerações sobre diminuição de preconceito e inserção de pessoas HIV positivas na sociedade e ambiente de trabalho; e, após a educação em saúde, foi realizada uma atividade lúdica onde colocaram-se papéis com as dúvidas mais frequentes dentro de uma caixa e os participantes foram orientados a repassar a caixa ao som de uma música e, ao termino da música o participante que parou a caixa deveria ler a pergunta para o grupo responder; as perguntas eram: quais os modos de transmissão do HIV? Quem tem HIV, necessariamente tem AIDS? Por que a mãe infectada por HIV não pode amamenta a criança? HIV é transmitido por picadas de mosquito? Objetos perfurocortantes relacionados a estética das unhas podem transmitir o vírus? As segunda e terceira ações educativas ocorreram em cada setor da empresa em questão com o auxílio de folder com considerações gerais sinalizando “maneiras de contrair HIV” e “maneiras de não contrair HIV”, e distribuição de preservativos. E a quarta ação educativa ocorreu em forma de roda de conversa com servidores da empresa e estagiários com faixa etária de 23 a 65 anos abordando considerações gerais e utilizando de atividade lúdica com placas de “mito” e “verdade”, onde perguntas frequentes eram lançadas aos participantes e estes levantavam a placa que achassem adequada como resposta, e ao final, a resposta em debatida em grupo. RESULTADOS: observou-se que alguns participantes tinham compreensão superficial sobre o tema em questão independente da faixa etária; os mesmos tiveram bastantes dúvidas, relataram ter presenciado situações gritantes de preconceito e narraram casos na família. CONSIDERAÇÕES FINAIS: tornou-se claro que ações educativas e promoção de saúde sobre HIV/AIDS no contexto da saúde do trabalhador devem ser encorajadas pela enfermagem. Apesar da área de enfermagem do trabalho ser um campo consolidado no mercado, ainda é um seguimento da enfermagem pouco explorado por discentes, os quais precisam identificar necessidades e demandas dos trabalhadores; fortalecer a vigilância em saúde; avaliação de indicadores de saúde; definir pontos prioritários de intervenção. Logo, as ações educativas adotadas contribuíram para ampliar concepções dos autores acerca do trabalho, promovendo interações de ensino-aprendizagem para conhecimentos além dos limites do local empregatício para serem incorporadas em praticas cotidianas.

Palavras-chave


Saúde do Trabalhador; AIDS; Educação em Saúde.