Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
O uso da Crotalária como estratégia de Prevenção ao Aedes Aegypti: Uma alternativa intersetorial da Gestão Municipal
Ana Paula Macedo, Denise Medeiros Teixeira

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


O Município de Estância Velha está localizado na região metropolitana de Porto Alegre, com uma população estimada em 47.287 hab (IBGE, 2017), tendo sua principal atividade econômica na área coureiro calçadista. A rede de saúde é composta por oito Unidades Básicas de Saúde, com oito equipes de Saúde da Família, um CAPS, uma Farmácia Municipal, um Hospital Municipal e Equipe de Vigilância em Saúde.

O relato aqui apresentado é fruto de um trabalho em conjunto das Secretarias de Saúde, Educação e Meio Ambiente, além do envolvimento da comunidade local, através da participação do Lions Clube de Estância Velha, que adquiriu cinco mil mudas da planta crotalária para distribuição e plantio orientado.

As doenças transmitidas através do aedes aegypti (dengue chikungunya e zika vírus) são consideradas como problemas de saúde pública importantes no Brasil e em outros países de clima tropical. As doenças já atingem a todos os Estados do país, com maior concentração nas regiões norte e nordeste.  Na região Sul encontramos muitos casos autócnes já registrados.

O trabalho realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Endemias, juntamente com outros setores é fundamental para o controle e prevenção das doenças transmitidas pelo aedes aegypti. Através da inspeção dos domicílios, eliminação de depósitos, remoção mecânica e realização de tratamento químico os agentes obtém a prevenção rotineira das doenças. A crotalária entra de forma a complementar este processo, atuando como arma biológica para o controle do desenvolvimento do mosquito. Isso porquê a crotalária atrai a libélula, um inseto predador do aedes. As libélulas costumam depositar seus ovos em água parada e limpa, assim como o aedes aegypti. Desta forma, a planta atua como um agente natural de desnvolvimento das libélulas, que acabam por se alimentar das larvas do mosquito.

O projeto do uso da crotalária em Estância Velha iniciado em março de 2017 é realizado com o cultivo das mudas na Estação Ecológica Municipal, a qual distribui as mesmas para o plantio após orientação sobre os cuidados e somente através de visitas com grupos definidos e escolas.

Além desta distribuição foram plantadas mudas em locais específicos da cidade, tais como cemitério e prédios públicos.

Através do Projeto já foram distribuídas mais de mil mudas da planta e o resultado esperado é a redução dos focos de Aedes Aegypti. Nos próximos três meses será realizado o monitoramento onde será possível realizar a medição de locais específicos de coleta de larvas, para que possamos comprovar a efetividade do uso da Crotalária como alternativa de prevenção no combate ao mosquito.


Palavras-chave


Crotalária; Gestão intersetorial; Aedes Aegypti