Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Coletivo Povaréu Sul – uma estética de ‘rexistência’ no Extremo Sul do Brasil
Michele Neves Meneses, Angela Teresa Nobre Pereira, Cid Curte Branco, Ivon Fernandes Lopes, Liamara Denise Ubessi, Vagner Berchon Des Essarts, Marcos Aurélio Matos Lemões, Gabriella Bastos Ferreira

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


O cenário sócio, político, econômico, cultural e ideológico tem colocado em risco direitos humanos fundamentais a existência, como o próprio direito a vida, a saúde, entre tantos outros que se transversalizam a estes, como alimentação, moradia, trabalho. Responde ao avanço da perspectiva neoliberal no contemporâneo. Neste sentido, o agenciamento coletivo tem sido uma das formas de resistência no enfrentamento destas situações e produção de saídas nesse caos social que temos vivido desde o processo de golpe na população brasileira, que configura um Estado de exceção. Este trabalho visa narrar os movimentos do Coletivo Povaréu Sul como uma máquina de guerra que ‘planta flores’ na contramão das que destroem vidas, via educação popular em saúde. O Coletivo é composto por pessoas de movimentos sociais, dentre estes LGBTT, Antimanicomial, AIDS, camponês, alguns atuam em serviços de saúde e/ou em escolas formadoras. Entendendo estética como em movimento e que a Educação Popular não se reduz a processos formativos, mas também as práticas contra-hegemônicas de cuidado, criação de espaços de cuidado como de problematização do vivido com as Tendas do Afeto Popular, no apoio a equipes de saúde, nas Frentes de Mobilização e Luta pelos direitos sociais, e pela participação popular no controle social em saúde e em outros, ao que se fará destaque, temos atuado com a participação na Comissão de Integração Ensino-Serviço na construção cotidiana da Educação Permanente e Popular em Saúde na região, no Grupo Condutor de Saúde Mental municipal e regional, na Comissão Municipal de Saúde Mental, nos Conselhos Municipais de Saúde de Pelotas e do Rio Grande e na Comissão Gestora de uma mídia independente no município de Pelotas. Os impactos consistem na ampliação da problematização ante ao vivido, aumento no engajamento das pessoas na luta social, colocada em questão a rede de atenção em saúde mental no município de Pelotas, reconstruindo fluxos menos manicomiais no cuidado, empoderando as pessoas de seus direitos sociais, enfrentando as disputas que se colocam nas arenas do controle social. Por fim, podemos nos dizer como uma estética de resistência, nesse movimento de nos ocupado permanentemente da defesa da vida e construção de possíveis. Dessa forma, entende-se o mesmo como uma estética de resistência, mas de modo algum fixa, e sim uma estética em movimento.


Palavras-chave


Educação Popular em Saúde; Cidadania; Saúde Mental; Tenda do Afeto Popular