Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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MORTALIDADE MATERNA E ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL, NO AMAZONAS, 2008 A 2016
Anny Beatriz Costa Antony de Andrade, Maria Jacirema Ferreira Gonçalves

Última alteração: 2017-12-26

Resumo


Apresentação: A melhora dos indicadores de saúde materna faz parte da agenda de desenvolvimento mundial. Para o alcance deste objetivo é necessário reduzir a razão de mortalidade materna (RMM), importante indicador de desenvolvimento social. As causas de mortalidade materna são, em sua maioria, evitáveis. O Brasil não alcançou o quinto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), previsto para 2015, no que se refere à melhora da saúde materna. A RMM do país, está 3 a 4 vezes acima da meta estipulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O acompanhamento pré-natal (PN) constitui um dos principais pilares da Rede Cegonha, programa desenvolvido pelo Ministério da Saúde, como forma a garantir atenção qualificada a saúde do binômio materno-fetal, pois quando realizado de forma adequada, o PN promove tanto a saúde materna, como neonatal. O presente trabalho teve como objetivo identificar a taxa de mortalidade materna e acompanhamento pré-natal, de 2008 a 2016, no estado do Amazonas. Desenvolvimento do trabalho: Neste estudo descritivo foram utilizadas informações do Painel de Mortalidade Materna, da sessão de Informações de Mortalidade, processadas pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Os óbitos maternos declarados totais foram selecionados, englobando causas obstétricas diretas, indiretas e ignoradas, por local de residência. Os dados de cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) foram obtidos através do Departamento de Atenção Básica (DAB), para a quantidade de consultas pré-natal, foram utilizadas informações da sessão de nascidos vivos, estatísticas vitais do DATASUS. Para cada ano, foi calculada a taxa de mortalidade materna, conforme descrito na ficha de qualificação do indicador, expedida pela Rede Interagencial de Informações Para a Saúde (RIPSA). O software Microsoft Excel 2013 foi utilizado para análise dos dados. Esta pesquisa está em conformidade com a Resolução n°510 de 07 de abril de 2016, por tratar exclusivamente de dados secundários. Resultados: A RMM no Amazonas é elevada. Em 2014 foi registrado o maior número de óbitos maternos (78). A cobertura da APS, deste mesmo ano, chegou a 53,8%. Do total de mulheres que realizaram o acompanhamento pré-natal, apenas 43,5% apresentaram o registro de 7 ou mais consultas, A RMM do estado, de 2008 a 2016, esteve entre 54,7 a 96,2 óbitos por 100 mil nascidos vivos, apresentou redução de 9,5 óbitos por 100.000 nascidos vivos. Embora significativa, ainda ocorre lentamente, e está aquém do aceitável pela OMS, que estipulou a ocorrência de 70 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, até 2030. Quanto à APS, é possível observar o discreto crescimento da cobertura, de 2008 a 2016, com aumento de 9,4%. Considerações finais: A redução da RMM é fundamental na melhoria da saúde materna, com consequente melhoria do desenvolvimento social do país. O PN, de forma isolada, não foi suficiente para a redução da RMM, é necessário questionar a qualidade das consultas realizadas, o funcionamento de redes assistenciais entre a APS e serviços de referência, como ambulatórios de alto-risco e maternidades, de forma a identificar a causa raiz e demais contribuintes dos óbitos.