Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Hospital Comunitário: Relato da experiência Italiana e cooperação Brasil-Itália.
DANIELY QUINTÃO FAGUNDES

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


APRESENTAÇÃO: Com o crescimento da população idosa no Brasil em relação à população geral, aumentaram as demandas por cuidados a doenças crônicas, recuperação e reabilitação. Uma melhoria nos cuidados e alternativa aos altos custos hospitalares pode ser observada através dos cuidados intermediários que se situam entre a Atenção Básica e Hospitalar. No Brasil há várias experiências, e a Itália tem avançado muito nesta questão, servindo de subsídio à organização destes serviços. A Itália e em especial a Região Emilia-Romagna tem feito investimento em serviços de atenção intermediária que são voltados a pacientes crônicos ou egressos de internação, com baixa autonomia, e por isto não podem ser cuidados em domicílio, mas que não têm necessidade de serem internados em Hospitais Gerais. Entre os dispositivos de cuidados intermediários se colocam os “Hospitais Comunitários”.

 

OBJETIVOS: O objetivo desse trabalho e relatar a experiência Italiana e discutir possibilidades de implantação no Brasil desse modelo de cuidados intermediários, a partir da cooperação entre o Brasil e Itália.

 

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Os hospitais comunitários italianos são unidades de internação, de referência territorial que contam com o suporte do médico de família e do pessoal de enfermagem. Seus objetivos são: reduzir riscos e custos com internações, empoderar familiares e cuidadores, realizar abordagem multidimensional, executar um plano de cuidado integrado e individualizado. O hospital comunitário é reservado à: Pacientes provenientes da estrutura hospitalar que necessitam de cuidados de reabilitação; Pacientes frágeis e/ou crônicos que apresentam instabilidade clínica, mas sem a necessidade de internação no hospital para agudos; Pacientes com necessidade de cuidados de enfermagem na administração de medicamentos, ou em serviços não realizáveis no domicílio. Não são permitidos pacientes afetados por patologias agudas que necessitam de cuidados intensivos como Instabilidade cardiovascular ou neurológica, ou pacientes sem diagnóstico e plano de tratamento definidos.  A partir do contexto Italiano, adotar os cuidados intermediários no plano da Atenção Básica Brasileira é a solução pensada para atender a uma demanda de problemas de saúde que se encontram fora do escopo atual, e não seriam casos para o Hospital Geral, prevenindo internações desnecessárias, trabalhando a recuperação e reabilitação de usuários agudizados, ou com baixa autonomia para ficar em segurança no domicílio.

 

IMPACTOS: Os cuidados intermediários em hospital comunitário diminuíram significativamente o número de readmissões para a mesma doença para o hospital geral e um número significativamente maior de pacientes ficou independente do atendimento comunitário após 26 semanas de seguimento, sem aumento na mortalidade e número de dias em instituições, demonstrando que os cuidados intermediários são altamente efetivos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir dessa experiência, será realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde, e na Itália, um projeto de pesquisa que tem como objetivo analisar as experiências existentes nos dois países, com possibilidades para a ampliação dos cuidados intermediários. No decorrer deste projeto será pensada proposta de inclusão do “Hospital Comunitário”, junto à Atenção Básica.

 


Palavras-chave


Serviços de Saúde Comunitária; Continuidade da Assistência ao Paciente; Assistência à Saúde