Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Educação Permanente em Saúde na Unidade de Pronto Atendimento: Reflexões sobre o olhar dos trabalhadores e vivência em rede
Claudielle de Santana Teodoro, Paula Bertoluci Alves Pereira, Rosimary de Oliveira Pedrosa, Cristiane Lopes de Souza, Talita Luíza Faria, Elaine Aparecida dos Santos Marques, Ivone Aparecida de Souza, Sueli Sakumoto

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


INTRODUÇÃO :

O município de São Bernardo do Campo (SBC) é dividido em nove territórios de saúde, levando em consideração as similaridades e deslocamentos geográficos e composto pelas unidades básicas de saúde (UBS) e por uma Unidades de Pronto Atendimento (UPA). Já os serviços da atenção especializada, dentre eles a saúde mental, estão distribuídos enquanto base municipal sendo que as equipes organizam-se de forma territorial a fim de promover a melhor conexão em rede.

A UPA é serviço de retaguarda para as urgências e emergências e pode atuar como observatório da rede de saúde do território, dando subsídios acerca dos agravos mais frequentes e dos desafios cotidianos para garantir a continuidade do cuidado.

Para promover a articulação do cuidado em saúde, cada território possui uma equipe de apoiadores, que é uma estratégia da secretaria de saúde para produzir a conexão em rede a partir das linhas de cuidado e casos complexos.

O apoiador em saúde é um profissional com formação em saúde coletiva, vivências em apoio matricial e institucional que tem por finalidade apoiar e articular tanto na rede de saúde como intersetorialmente, realizando a interface com profissionais que dão a assistência direta aos usuários do SUS, com vistas a garantir a integralidade.

A equipe de apoio do território cinco quinzenalmente faz discussões junto à assistente social, responsável técnica e gerente em torno dos casos complexos que necessitam da construção de estratégias para o cuidado. Em janeiro de 2016, por meio de reuniões com a gerente foi identificado a necessidade da criação de espaço de educação permanente para os trabalhadores da UPA, dado a inserção de novos profissionais. Ao mesmo tempo, percebeu-se que havia necessidade em abordar temas relacionados à saúde mental e violência bem como à composição dos fluxos e dos serviços que compõe a rede.

 

OBJETIVOS:

Apresentar a rede de saúde de SBC e o funcionamento de cada serviço;

Garantir a articulação de rede e gestão do cuidado compartilhado;

Discutir as temáticas relacionadas as demandas do serviço;

Aproximar a equipe de apoiadores em saúde do cotidiano da Urgência e Emergência e integrar os profissionais da UPA Silvina Ferrazopólis, nas diretrizes existentes no município.

 

METODOLOGIA

Foram realizados cinco encontros com trabalhadores da saúde de todos os plantões, no período de março a setembro/2016 sendo abordado os seguintes temas: 1 – Reconhecimento da Rede de Cuidado do Município de São Bernardo do Campo. 2- Trabalho em Rede e entre Secretarias a partir da UPA. 3- Trabalho de Campo: Vivências dos trabalhadores nos diferentes pontos de Atenção à Saúde de São Bernardo do Campo (Consultório de Rua, Unidades Básicas de Saúde, Centro de Atenção Psicossocial, Centro de Atenção Pronto Atendimento de Saúde Mental, Atividades realizadas no Programa de Bem com a Vida. 4 – Feedback sobre os encontros realizados. 5- Discussão da Rede de Violência.

A temáticas abordadas comtemplaram os trabalhadores de todos os turnos. Cada encontro teve duração de cerca de 2 a 3 horas.

Cada encontro promoveu o compartilhamento de saberes entre os trabalhadores que fizeram reflexões e problematizações frente às atividades vivenciadas.

 

RESULTADOS:

As diversas temáticas discutidas nos encontros, possibilitou aos participantes o domínio maior sobre a constituição da rede de saúde em SBC, sua lógica de funcionamento a partir das vulnerabilidades do território e de como se programa a gestão do cuidado. Discutimos principais desafios enfrentados pela rede, articulação de rede e as políticas públicas de saúde, dando visibilidade as demandas enfrentadas diariamente pelo serviço, tais como: violência contra populações vulneráveis e principalmente na temática à mulher e cuidado a usuários com sofrimento psíquico e álcool e outras drogas. Essas reflexões foram fundamentais, pois também cabe destacar que o grupo trouxe muitas vivências pessoais sobre o acesso a saúde antes e depois da Lei 8080/90, dialogando no tempo histórico as fragilidades e potencialidades do SUS, mas que hoje percebem como os princípios e diretrizes garante a equidade no cuidado.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A oferta de educação permanente aos trabalhadores da UPA e a dinâmica do curso na proposta de metodologia ativa e atividades de dispersão, auxiliou no fortalecimento da equipe de saúde e melhor aproximação de diálogo entre serviços e comunidade.

Os profissionais da UPA avaliam a necessidade de um espaço de educação permanente constante, para melhoria do desempenho profissional, qualidade do serviço, garantindo a conexão entre os dispositivos da rede.

 

 

 


Palavras-chave


Educação permanente em saúde, Apoio em rede, Unidade de Pronto Atendimento