Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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VALORAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS AO ENFERMEIRO POR ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO FEDERAL DA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Dhiuly Anne Fernandes da Silva Pontes, Andressa Fabiana Ferreira Fonseca, Jouhanna do Carmo Menegaz, Nathalia Karen Araújo Martins, Victoria Malcher Silva, Euriane Castro Costa, Edna Cristina Vieira Conceição, Maria Clara Costa Figueiredo

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


Apresentação: A gestão por competências é um tipo de gestão ainda pouco utilizada nas organizações, no entanto, é considerada tendência para os próximos anos nos serviços de saúde. Competência é definida pela tríade composta por: conhecimentos (saber o que fazer), habilidades (como fazer) e atitudes (porquê fazer). É possível classificar as competências como humanas aquelas relacionadas ao indivíduo ou à equipe de trabalho ou organizacionais aquelas que dizem respeito à organização como um todo. Toda organização tem suas características, sua cultura, estrutura e estratégia, entre outros elementos, que a diferenciam das demais, o que demanda a definição de rol de competências contextualizado e adequado às suas necessidades específicas. A aplicação desse modelo de gestão visa o alcance de determinados objetivos a fim de melhorar o desempenho das instituições. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, advindas das transformações tecnológicas, refletem na formação do enfermeiro e na Enfermagem enquanto prática social e profissional. Nas organizações de saúde, o espaço de atuação do enfermeiro tem se ampliado com introdução da gestão por competências, sistema que visam identificar, caracterizar e gerir perfis profissionais a partir da análise de suas fortalezas e lacunas, demandando que a categoria construa seu mapa e valore as competências pelas quais quer ter seu trabalho regido, melhorando assim a qualidade do serviço. Nesse sentido, busca-se a princípio conhecer a partir da visão e missão da organização às competências necessárias aos servidores e através de uma pesquisa comparativa com pessoas-chave da organização filtrar informações relevantes para o serviço.  Desta forma, buscou-se como objetivo estratificar as competências do enfermeiro por grau de importância a partir de um questionário respondido por enfermeiros gerentes e assistenciais de um hospital universitário federal da região norte do Brasil. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um recorte de uma pesquisa que compõe o macroprojeto intitulado “Gerenciamento em enfermagem: novas abordagens de formação e trabalho em universidade pública e hospitais de ensino”, que tem entre seus objetivos mapear as competências de enfermeiros de um hospital universitário federal da região norte do Brasil. O passo inicial desse processo consistiu-se em identificar as competências profissionais relevantes à consecução dos objetivos da organização. Essa identificação ocorreu primeira por meio de uma pesquisa em documentos relativos à estratégia organizacional e posteriormente através de coleta de dados com enfermeiros gerentes e assistenciais, para que tais dados fossem comparados com a análise documental. A técnica de pesquisa comparativa utilizada foi o questionário estruturado com escalas de avaliação, com 28 títulos de competências individuais classificadas em três grandes categorias: gerências, clínicas e atitudinais. O questionário apresentava os seguintes títulos de competências (comunicação, liderança, motivação, resolução de conflitos, tomada de decisão, delegação, persuasão, proatividade, responsabilidade, ética, raciocínio clínico, supervisão da equipe, dimensionamento da equipe, gestão de materiais, desenvolver pesquisas, aplicar pesquisas, pensamento crítico, trabalho em equipe, educação continuada, educação permanente, educação em saúde, sistematização da assistência de enfermagem (SAE), programas de treinamento e desenvolvimento, manuais de serviço, processo administrativo, relação interpessoal, inovação, adaptabilidade), que foram valoradas individualmente com auxílio da escala Likert (desenvolvida por Rensis Likert no ano de 1932), em cinco graus, de sem importância a extremamente importante, nas quais os respondentes emitiram seu grau de importância dentre as competências listadas. O questionário foi respondido por quarenta e um enfermeiros, intencionalmente destacados, em acordo entre a equipe de pesquisa e os enfermeiros do serviço que compõem a equipe técnica do hospital lotada em diversos setores. Os dados obtidos foram analisados por estatística descritiva, em cálculos de frequência absoluta e relativa. Resultado: Cada enfermeiro valorou 28 títulos de competências, totalizando 1146 valorações.  De acordo com a análise do questionário aplicado, foi possível observar que 58% (n = 662) das competências foram assinaladas como extremamente importante; 31% (n = 359) como muito importante; 10% (n = 119) como importante e apenas 1% (n = 6) como pouco importante. Não houveram competências valoradas no grau sem importância.  As competências valoradas como extremamente importante foram responsabilidade, ética e comunicação por mais de 90% dos respondentes; 70% a 89% dos respondentes citaram motivação, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, tomada de decisão, resolução de conflito e sistematização da assistência de enfermagem; enquanto, foram classificadas com menor proporção dentro desse grau de importância, a delegação citada por 24% (n=10), desenvolvimento de pesquisas, 29% (n=12) e o processo administrativo, 29% (n=12). Considera-se, a valoração dada ao processo administrativo, 29% (n=12), contraditória, pois a maioria das competências gerenciais receberam maior destaque e o processo administrativo que é o principal elemento do gerenciamento não recebeu destaque dentro desse grau de importância. Como já citado ao longo do resumo, a escala de avaliação, foi estruturado em 28 títulos de competências individuais classificadas em três grandes categorias: gerências, clínicas e atitudinais. Considerando as respostas extremamente importantes e muito importantes em conjunto, as principais competências gerenciais destacadas pelos profissionais foram: liderança; supervisão de equipe; dimensionamento de equipe; educação permanente/continuada; gestão de materiais e processo administrativo; dentre às competências assistenciais citadas destacam-se: raciocínio clínico; educação em saúde; aplicar pesquisas; pensamento críticos e desenvolver pesquisas; e dentre as competências atitudinais as que foram classificadas com maior destaque foram: ética, responsabilidade, comunicação. Tais resultados foram expostos aos participantes da pesquisa através de uma oficina, com o intuito de elaborar posteriormente o mapa de competências dos enfermeiros do hospital de ensino. Considerações Finais: A valoração predominante dos títulos foi extremamente importante, sinalizando a pertinência das mesmas para os enfermeiros respondentes no contexto do seu trabalho. Observa-se que os títulos de competências atitudinais receberam um maior destaque: a competência comunicação foi a mais valorada dentre as demais com 98% na pontuação extremamente importante, seguida pela ética 95% e responsabilidade 90%, o que demonstra que essas são consideradas fundamentais dentro da instituição. Os títulos de competências gerenciais, em geral, foram os menos valorados, onde percebe-se que boa parte dos enfermeiros desconhece a grande importância do processo administrativo como instrumento no seu trabalho. Diante disto, percebe-se a necessidade de trabalhar os conceitos das competências dentro da instituição, com vistas a esclarecer tais conceitos para uma melhor compreensão dos mesmos pelos profissionais dessa organização.  E por fim, ressalta-se o dado de que nenhuma competência foi valorada como sem importância, e isso demonstra o quanto são indispensáveis para os enfermeiros.


Palavras-chave


Competências; Valoração; Enfermeiros