Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
COMPORTAMENTO E ADESÃO DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE SOBRE A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA, REBECA ARCE GUILHERME, FELIPE LIMA SANTOS, MARIA EDUARDA LEAO FARIAS, ANA CAROLINA SCARPEL MONCAIO

Última alteração: 2018-01-21

Resumo


APRESENTAÇÃO: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde são uma das causas de morte em pacientes hospitalizados e, suas taxas representam cerca de 15% dos pacientes no Brasil e 10% nos Estados Unidos da América e Europa. Neste sentido, como as mãos constituem a principal instrumento de trabalho dos profissionais que realizam atividades nos serviços de saúde, a proteção do paciente está diretamente ligada a adesão aos protocolos de higienização das mãos, que é um procedimento pessoal, técnico, elementar e válido na prevenção e controle de infecções causadas por mãos contaminadas durante à assistência ao paciente. A probabilidade de transmissão de microrganismos pelas mãos dos profissionais da área da saúde, a eficácia da higienização das mãos e, ainda, a redução das taxas de infecção após a adoção dessas medidas tem sido registrada, no entanto, ainda é verificado um distanciamento entre a teoria e a prática, uma vez que as taxas de adesão à higienização das mãos permanecem baixas, tanto nacionalmente quanto internacionalmente e, raramente ultrapassam 40%, o que reflete o comportamento ineficaz dos profissionais sobre a execução desse procedimento. A Organização Mundial de Saúde preconiza que a prática de higienização das mãos é necessária em cinco momentos: antes de contato com o paciente, antes da realização de procedimento asséptico, após risco de exposição a fluídos corporais, após contato com o paciente e após áreas próximas ao paciente. O ser humano é influenciado a partir de fatores pessoais, comportamentais e ambientais, a forma com que o ele aceita essa interferência irá intervir no seu comportamento futuro. Essa influência pode ser vista em alguns momentos, como quando o indivíduo não precisa realizar uma ação para adquirir experiência, mas por meio da análise de situações ocorridas, podem alterar a forma de executar atividades. A autoeficácia é o julgamento que a pessoa faz sobre suas capacidades para organizar e executar cursos de ação necessários para alcançar certos tipos de desempenho, trabalhando as percepções que os indivíduos têm sobre suas próprias capacidades, fazendo com que o indivíduo exerça sua competência pessoal, entrando como base para motivação humana, o bem-estar e as realizações pessoais. OBJETIVO: Analisar a literatura científica nacional e internacional sobre o conhecimento e adesão dos profissionais da área da saúde sobre a higienização das mãos. DESENVOLVIMENTO: Tratou-se de uma Revisão Integrativa da literatura com a seguinte questão norteadora: “qual a produção científica nacional e internacional frente ao comportamento dos profissionais da área da saúde sobre a higienização das mãos?” Foram utilizadas as bases de dados: LILAC, PubMed e MEDLINE. Para a seleção dos artigos consultou-se os Descritores em Ciência da Saúde (DeCS), sendo utilizados: higiene das mãos, profissionais, autoeficácia e comportamento e, seus correspondentes no idioma inglês, com operador boleano “and”. Os critérios de inclusão foram artigos que abordassem a temática sobre o conhecimento e adesão dos profissionais, nacionais e internacionais, nos idiomas português, inglês e espanhol, dos últimos cinco anos, e os de exclusão foram artigos não disponíveis na íntegra, com abordagem de outros fatores, microbiologia e, publicações secundárias. RESULTADOS: A amostra final resultou em sete artigos originais, sendo respectivamente, dois da base de dados LILACS e cinco das bases de dados PubMed/MEDLINE. Os artigos foram categorizados em duas temáticas: “Comportamento dos profissionais frente à higienização das mãos” e “Intervenção e adesão à higienização das mãos”. O conhecimento dos profissionais em relação aos momentos que devem lavar as mãos ainda é limitado, por exemplo, para alguns a técnica não se fazia tão necessária se os mesmos estivessem usando luvas de procedimento ou, quando antes e depois de irem até o paciente. Em relação a execução do procedimento, os profissionais conseguem realizar a higienização das mãos, porém alguns alegam que a ausência de tempo e profissionais no ambiente de trabalho faz com que os mesmos esqueçam de lavar as mãos nos momentos certos, as distrações e interrupções prejudicam a atenção do profissional e influenciam na execução dessa técnica, a tomada de decisão por parte da equipe de realizar o procedimento também interfere. Algumas intervenções como educação em saúde e palestras sobre a importância da realização da higienização das mãos melhoram à sua adesão, porém a mesma é difícil de ser sustentada por um período permanente, por isso os estudos afirmam que uma teoria que estuda o comportamento dos profissionais da área da saúde pode ser uma intervenção otimamente eficaz. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os artigos estudados concluíram que as intervenções utilizadas com os profissionais buscando a implementação e eficácia à higienização das mãos só conseguiram uma alta adesão quando foram empregadas intervenções utilizando como base as teorias comportamentais. Outro fator relevante é a carga de trabalho elevada para os profissionais que prejudica o tempo que os mesmos têm de realizar adequadamente suas atividades incluindo a higiene das mãos, uma realidade que deve ser vista por parte da diretoria do hospital se visam à baixa nas taxas de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Além disso, nas pesquisas com os profissionais os entrevistadores perceberam que por vergonha ou por serem de repente denegridos profissionalmente, os trabalhadores não respondiam sinceramente os questionamentos feitos em relação à higienização das mãos. Alguns requisitos como memória, atenção, tomada de decisão e conhecimento estão como os fatores mais comumente ligados ao não cumprimento desse procedimento. Muitas intervenções para melhorar o procedimento basearam-se na suposição de que limpar as mãos é uma consciência racional ligada ao comportamento.  No entanto algumas pesquisas sugerem que devido a natureza dinâmica do papel dos profissionais de saúde, que pode ser caracterizado por múltiplas exigências, exigindo priorização de tarefa, que, por sua vez, coloca pressão sobre a atenção deles prejudica na realização da higienização das mãos. Os profissionais de saúde também relataram confusão sobre quando limpar as mãos, apesar da presença de diretrizes simples, amplamente disponíveis, como "5 momentos para a higienização das mãos" da OMS, o treinamento para sua realização nem sempre foi efetivo. Os cinco momentos podem ser desafiadores e, as intervenções educacionais por si só podem não ser eficazes.  Isso consiste com as descobertas dos estudos onde os trabalhadores da área da saúde, que precisam limpar suas mãos muitas vezes por dia, estão sujeitas a distrações frequentes, de modo consistente, lembrando que é um desafio e algo que deve ser sempre lembrado e não menosprezado. Tomado como um todo, os estudos sugerem que intervenções efetivas devem focar em segmentação automática e associativa ao procedimento, abrangendo também um bom conhecimento, permitindo assim que os trabalhadores de saúde identifiquem os momentos para higienização das mãos e para realizá-la será necessário um comportamento de rotina.

 


Palavras-chave


Higiene das Mãos; Profissionais; Autoeficácia; Comportamento