Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-05-24
Resumo
APRESENTAÇÃO: Tendo em vista a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), mudanças no processo de formação, de trabalho e de gestão em saúde se fizeram necessárias. Desta forma, o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental representa uma evolução enquanto estratégia de formação. Tem aspirado a sua implantação, visando atender a quatro diferentes áreas envolvidas nos cuidados em saúde mental: enfermagem, psicologia, serviço social e terapia ocupacional. As áreas definidas respondem às necessidades de formação no âmbito da saúde mental, considerando as necessidades loco-regionais e as políticas de formação, visando promover a articulação entre ensino, serviço e gestão, e permitindo a construção de competências compartilhadas para a consolidação do processo de formação em equipes. O objetivo deste trabalho é apresentar o programa de residência multiprofissional em saúde mental de um hospital psiquiátrico de Minas Gerais que tem como finalidade formar especialistas em Saúde Mental, segundo as diretrizes da Política Nacional, Estadual e Municipal da área, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, tendo como cenários de aprendizagem os diversos níveis de atenção de uma rede de Saúde Mental. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: O presente estudo trata-se de um relato de experiência do tipo exploratório e qualitativo, que buscou apresentar o modelo de residência multiprofissional em saúde mental, apontando seu pontos dificultadores e facilitadores, bem como todos os desafios da implementação deste programa para conseguir formar profissionais da saúde. Para isso, seguiram-se as seguintes etapas: estabelecimento do problema de pesquisa; busca na literatura; categorização dos estudos; observação do campo da prática; interpretação dos resultados e apresentação do relato. RESULTADO E/OU IMPACTO: Dentre os mais importantes desafios enfrentados pelo SUS na área de recursos humanos aponta-se a formação de profissionais de Saúde, que carentes de qualificação adequada para o trabalho em equipe, interdisciplinar, realizado em redes de atenção descentralizadas e regionalizadas. Tal problema é particularmente relevante na Saúde Mental, onde os avanços obtidos na implementação destas redes contrastam agudamente com uma formação que reduz a aspectos estritamente técnicos a vasta gama de questões envolvidas no campo dos transtornos psíquicos, e relega ao segundo plano o estudo das políticas públicas necessárias para abordá-los devidamente, na perspectiva da atenção psicossocial e da promoção de cidadania Almeja-se a capacitação desses trabalhadores de forma que assegurem a integralidade e a universalidade dos cuidados. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os profissionais que hoje atuam nos novos serviços de Saúde Mental vêm compensando, com seu empenho e sua criatividade, estas lacunas na formação. Contudo, na medida em que os serviços se ampliam, oferecendo cobertura a uma parcela sempre crescente da população, tornam-se cada vez mais necessárias a clareza conceitual e a reflexão crítica sobre seu trabalho, sob pena do empobrecimento e da automatização da prática que desenvolvem. Urge, por conseguinte, propor e realizar novas estratégias no campo da formação - dentre as quais se destaca a Residência Multiprofissional em Saúde Mental. O Estado de Minas Gerais, apesar de suas importantes conquistas no âmbito da Reforma Psiquiátrica, dispõe de poucos espaços de formação consistente e continua no âmbito da saúde mental, e a nossa proposta de criação da Residência Multiprofissional em Saúde Mental visa preencher esta lacuna.