Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE MULHERES SUBMETIDAS A IMPLANTAÇÃO DO MÉTODO CONTRACEPTIVO IMPLANON EM UMA UNIDADE DE REFERENCIA NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM, PA
Gabriela Oliveira de Nazaré, Camila Santos do Amaral, Fabiana Santarém Duarte, Hélio Cabral da Silva, Patrícia Araújo de Sousa, Rebeka Santos da Fonseca, Simone Aguiar da Silva Figueira, Suan Kell dos Santos Lopes

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


Apresentação: O Planejamento Familiar consiste em um conjunto de ações que auxiliam o casal na constituição da prole desejada e programada de forma consciente, podendo apresentar-se não só para a concepção, mas também para a anticoncepção. A anticoncepção é um dos recursos principais por usar métodos e técnicas com o intuito de prevenir que o relacionamento sexual resulte em gravidez. Os métodos utilizados são reversíveis: comportamentais, de barreira, dispositivos intrauterinos, hormonais e os de emergência; ou definitivos cirúrgicos: esterilização cirúrgica feminina e esterilização cirúrgica masculina. Neste cenário, destaca-se um tipo de anticoncepcional subcutâneo denominado IMPLANON na forma de um pequeno tubo de plástico, medindo cerca de 4 centímetros de comprimento por 2 milímetros de largura, contendo progesterona, chamada de etonogestrel e possui ação contínua por três anos através da liberação deste hormônio para o organismo da mulher, funcionando de dois modos: impede a ovulação e espessa o muco do colo uterino, que dificulta a passagem dos espermatozoides para o útero. Apresenta uma eficácia superior a 99%, igual ou superior a eficácia de outro método contraceptivo que é a laqueadura tubária. Possuindo vantagens por ser um método prático e de longa duração, não interfere com a relação sexual, amamentação, melhora as cólicas menstruais, pode ser utilizado por mulheres que não podem tomar pílulas contendo estrogênio, não diminui a massa óssea e têm início de ação e retorno rápido e fertilidade após sua remoção. No entanto, este método possui desvantagens por ocasionar irregularidade na menstruação, em alguns casos sangramento, aumento do fluxo menstrual/amenorreia, sendo estas alterações mais comuns no primeiro ano de uso, além de algumas mudanças na pele, dores de cabeça, enjôos, sensibilidade mamária e variações do humor ou probabilidade de aparecer cistos benignos nos ovários. Logo, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil das mulheres que obtiveram a implantação deste método contraceptivo Implanon, em uma unidade de referência no município de Santarém-PA, sendo este oportunizado pela primeira vez dentro do Programa de Planejamento Familiar do Sistema Único de Saúde (SUS) no município. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo descritivo, de cunho quantitativo, realizado em uma unidade de referência especializada de Santarém-PA no período de 24 a 30 de outubro de 2017 por uma equipe multidisciplinar composta de médico ginecologista, enfermeiros, residentes do curso de medicina e acadêmicos do curso de enfermagem. Os dados coletados estavam em formulário anexado ao prontuário, sendo que as informações contidas neste instrumento serviram como critério para a implantação do método contraceptivo, abordando pontos como: dados socioeconômicos, antecedentes pessoais, antecedentes familiares, antecedentes ginecológicos e obstétricos. A partir desta avaliação, e com base nos critérios de exclusão para o uso, foram selecionadas 31 mulheres aptas para receber o IMPLANON, tendo concordado com a implantação e assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados encontrados foram tabulados e analisados de acordo com estatística descritiva no Windows Microsoft Excel 2010. Resultados: No presente estudo foram analisados 37 prontuários de pacientes que demostravam interesse na implantação do IMPLANON, com a média de idade de 27,9 anos, sendo 13,5% casadas; 54% solteiras; 13,5% união estável; 18,9% não constavam informação. Quanto à ocupação 83,7% trabalham fora, 13,5% do lar, 2,7% não consta informação. Aos antecedentes pessoais 100% afirmaram não possuir doenças hepáticas, trombofilias, trombose, diagnóstico de câncer, tuberculose em tratamento, epilepsia, doenças reumatológicas, em relação às doenças endócrinas 91,8% afirmaram não possuir esta patologia e 8,1% afirmam que sim. Em relação às doenças cardiovasculares 91,8% afirmaram não possuir esse tipo de patologia, 2,7% possuíam e 5,4% não possui informação no prontuário; enxaqueca 86,4% afirmaram não possuir essa patologia e 13,5% responderam apresentar. Aos antecedentes familiares 62,1% afirmaram não possuírem nenhuma das doenças acima citadas, 35,1% afirmaram possuir histórico de diabetes, câncer, diabetes/hipertensão, hipertensão, câncer/hipertensão/infarto na família. Aos antecedentes ginecológicos 86,4% afirmaram ter o ciclo menstrual regular, 8,1% com irregularidade e 5,4% não possui informação no prontuário. Em relação ao uso de métodos contraceptivos 59,4% afirmaram fazer uso de algum método contraceptivo, sendo 29.7% não utilizam nenhum tipo de método e 10,8% sem informação no prontuário. Sobre o sangramento uterino 86,4% relataram não possuir nenhum tipo de perda sanguínea uterina e 13,5% sem informação no prontuário. Quanto ao número de Gestações (G): G0 16,2%, G1 45,9%, G2 21,6%, G3 13,5%, G5 2,7%, ao aborto A0 81%, A1 18,9%. Amamentação 72,9% afirmaram não estarem amamentando, 5,4% afirmaram que sim e 21,6% não consta a informação no prontuário. Após avaliação completa das 37 pacientes, 83,7% foram compatíveis com os critérios necessários para o implante e 16,2% não possuíam as características para a implantação do método onde este valor corresponde a 6 mulheres que não estavam aptas para implantação, de acordo com os seguintes fatores de eliminação: três por apresentarem sobrepeso e obesidade podendo haver maior probabilidade de falha no método e ganho de peso, uma por enxaqueca, uma por enxaqueca com áurea por poder ocorrer alterações como dor de cabeça, o que intensificaria as dores pré-existentes e uma por uso de método contraceptivo injetável próximo a data proposta à implantação, sendo esta aconselhada a retornar no mês seguinte. Considerações finais: O perfil das interessadas no Implanon foi constituído predominantemente por mulheres jovens e solteiras, sendo esses aspectos relacionados à maior busca devido estarem em idade fértil e buscarem um método confiável, com baixo risco de falha e de maior durabilidade. A partir desta procura e dos dados obtidos nota-se que geralmente são as mulheres jovens e solteiras que buscam um método que proporcione maior conforto e praticidade no uso, tendo em vista que os contraceptivos como pílulas são inúmeras vezes esquecidos, assim como os injetáveis que causam desconforto, sendo o IMPLANON um método de aplicação subcutânea que facilita sua eliminação gradativa no organismo em um período de três anos, facilitando em praticidade e eficácia comparada aos métodos já em uso no mercado. As usuárias que tiveram o método implantado serão avaliadas pelos próximos três anos pela equipe multiprofissional da unidade, com data para retirada estabelecida de acordo com seu prazo de validade. Quando se pensa no uso do IMPLANON no SUS, é necessário que os profissionais estejam treinados para sua implantação, e as pacientes bem esclarecidas quanto suas vantagens e contraindicações, por ser um dos métodos eficazes de longa duração que tem se buscado a inclusão no Programa de Planejamento Familiar.

Palavras-chave


Método contraceptivo; Planejamento familiar; Implante subcutâneo