Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A valorização do papel do agente comunitário de saúde a partir do olhar do Programa Mais Médicos: uma mudança de prática
IVONNE CANSECO CANALES, Maria Cristina Ferreira Abreu, Wenderson Wagner Garcia Matos, Meiriane Souza Ferreira

Última alteração: 2018-05-25

Resumo


Apresentação:

Nhamundá, município do interior do Amazonas, tem população de 20,6 mil habitantes (2016), possui acesso exclusivamente fluvial e a viagem dura em média de 08 a 36 horas a depender da embarcação e das condições de navegação.

Em 2013, o município aderiu a Projeto Mais Médicos para o Brasil e recebeu dois médicos, Intercambistas Cooperados.

A médica, Silvia Maria Marin Rodriguez, de nacionalidade cubana, relatou vivenciar em Nhamundá uma nova prática com os ACSs se reconhecendo como integrantes da equipe, pois em Cuba não há esse formato.

Gomes (2009), afirma que há um conflito entre a teoria e a prática do ACS, pois o que se pode perceber é que as ações realizadas per eles se resumem na realização do trabalho sem reflexão do ato realizado, apenas o fazer vinculado à cobrança da gerencia.

Para que aconteçam mudanças relacionadas à prática do fazer, se exige a construção de espaços de diálogo com toda a equipe, possibilitando a reflexão, o planejamento e a avaliação conjunta.

Desenvolvimento do trabalho

Identificado essas dificuldades, a médica propôs a realização de reuniões e discussões de caso visando à capacitação dos ACS. Inicialmente houve resistência por parte dos profissionais da ESF onde, conforme relato, havia a sensação de que “a médica queria mandar na equipe” ou que “a médica queria fiscalizar o trabalho dos ACSs”. Foram necessárias reuniões e muito diálogo para sensibilizar os profissionais da equipe e, em especial os ACSs.  Os profissionais foram sensibilizados sobre a importância da mudança das práticas e do quão importante isso era para a melhoria da saúde da população adscrita.

Resultados / Impactos

Em aproximadamente seis meses, foi possível observar que os ACSs passaram a se sentir integrantes da equipe, reconhecendo a importância de seu papel como elo de ligação entre a ESF e a comunidade e a rotina de trabalho mudou para melhor.

Como resultado dessa mudança de práticas, identificou-se o impacto na saúde das crianças menores de cinco anos e das gestantes. Foi possível estimar a menor morbidade na referida faixa etária, além de um acompanhamento mais eficaz as gestantes, puérperas e crianças da Unidade de Saúde Nossa Senhora Assunção.


Palavras-chave


Mais Médicos. Agentes Comunitários de Saúde. Educação. Integração