Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERFIL DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA ACERCA DO USO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS
TANIA MARIA ASCARI, RAQUEL RIBEIRO NOGUEIRA, MARTA KOLHS, SARA PICCOLI, ROBSON LOVISON, TAINÁ APARECIDA VENDRUSCOLO, LAURA FREITAS BARD, GEISA PERCIO PRADO

Última alteração: 2018-01-02

Resumo


O consumo de medicamentos psicotrópicos tem aumentado significativamente nos últimos anos, com início de uso cada vez mais precoce. Um fator que leva os indivíduos a usarem medicamentos psicotrópicos é a busca do fortalecimento da sua capacidade no enfrentamento de situações cotidianas. Este estudo teve objetivo de conhecer o perfil dos estudantes de enfermagem de uma universidade pública acerca do uso de medicamentos psicotrópicos. Trata-se de uma pesquisa quantitativa epidemiológica transversal, realizada entre março a maio 2016 com acadêmicos de enfermagem de uma Universidade pública do Estado de Santa Catarina. A coleta de dados foi realizada através de questionário adaptado da versão virtual do questionário Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos sob parecer CAAE Nº: 53535816.6.0000.0118. No primeiro momento os pesquisadores foram a sala de cada fase, nesta abordagem explicou-se objetivos e metodologia da pesquisa. Em seguida os participantes foram encaminhados para sala de informática para o preenchimento do questionário. Utilizou-se como ferramenta o Google Formulários para a coleta de dados. As informações obtidas foram avaliadas por meio de análise descritiva simples. No semestre 2016/1 estavam matriculados 199 acadêmicos no curso de enfermagem. Participaram do estudo 151 (76% do total). Na caracterização sociodemográfica constatou-se que são: adultos jovens entre 18 a 22 anos de idade (76,15%), solteiros (83,4%), sem filhos (90%), do sexo feminino (91%), de raça étnica caucasoide (86,76%), grande parte católicos (67,54%), moram em república, com amigos (35%) ou sozinho (15%) e satisfeitos com o seu curso de graduação (91%); grande parte dos participantes estavam no segundo ano do curso (27,81%). Quanto ao uso dos medicamentos psicotrópicos, 30% afirmaram que já utilizaram esse tipo de medicamento em algum momento na vida. No período da coleta de dados 11,2% utilizavam antidepressivos, alguns casos associados a ansiolíticos ou estabilizantes de humor. Esse dado sugere que há um número que pode ser considerado significativo de participantes da pesquisa que sofre de algum transtorno depressivo. Chama atenção o percentual de participantes que usam antidepressivos, pois esse índice se caracteriza em mais que o dobro da prevalência da depressão no Brasil, apontada pela OMS. Os antidepressivos mais utilizados foram a classe dos Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) com 70,6%, seguido pelos Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (ISRSN) COM 17,6% e por último os Tricíclicos (ADT) com 11,8%. Acerca dos ansiolíticos, a única classe utilizada foi dos benzodiazepínicos. O Topiramato foi o estabilizante de humor mais utilizado correspondendo 50%. Os resultados obtidos, apontam para a importância da implantação de reflexões e propostas de ações preventivas na Universidade, como a realização de oficinas com a participação de diversas áreas de conhecimento para abordar sobre a temática do sofrimento mental nas suas diversas nuances. Cabe ainda implementar estratégias de cunho educativo, proporcionando maior conhecimento aos acadêmicos quanto ao uso, efeitos colaterais e terapêuticos dos psicotrópicos, com a finalidade de modificar o atual cenário apresentado.


Palavras-chave


Enfermagem; Psicotrópicos; Universitários.