Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Relato de experiência: intervenções artísticas potencializando a formação médica.
VICTOR CHAUSSÊ XAVIER, Dayane Shirley de Lima Santiago

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


A arte é um meio efetivo para o desenvolvimento de empatia, humanização do ser e da sensibilidade, características que a população almeja em um médico. Este relato tem por objetivo apresentar a arte e seus benefícios para o ambiente da formação médica, através da experiência vivenciada na promoção de duas intervenções artísticas em meio acadêmico da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMCM-UFRN). Por ter sido criado em 2014, o curso é considerado jovem e segue as novas diretrizes curriculares nacionais para a formação médica, que visa a formação de médicos mais críticos e humanos. Nesse contexto é possível explorar com eficiência o potencial formativo que a arte possui promovendo a empatia, atenção aos detalhes e capacidade de observação, nas turmas desse curso. As intervenções aconteceram no espaço de convivência da escola, onde circulam graduandos de medicina, residentes, professores e funcionários, local propício para a discussão de arte e problematização da formação médica. As intervenções apresentaram distintas metodologias: a primeira, chamada “sensações”, consistiu em experiência multissensorial, na qual foi oferecido pirulitos aos participantes, que enquanto saboreavam o doce, eram expostos há áudios com propriedades ASMR (Autonomous sensory meridian response), estes sons produzem sensação agradável de formigamento na cabeça, couro cabeludo e regiões periféricas do corpo. Ao término do áudio os participantes foram questionados sobre mudança da percepção do sabor do pirulito os sentimentos e sensações produzidas pelo áudio; já a segunda intervenção, chamada de “arte dos outros”, consistiu em deixar sozinha uma tela em branco, acompanhada de pinceis e tintas, com a instrução “quem encostar no pincel terá o privilegio de dar somente duas pinceladas por dia”, no período de uma semana. O resultado dessa experiência foi extremamente positivo e benéfico, pois houve uma grande adesão não só dos graduandos de medicina como também das outras pessoas que convivem nos espaços da universidade, fomentando a problemática do uso da arte no processo formativo da academia, além de ampliar a discussões sobre arte e criar um clima de descontração na instituição. Estas intervenções artísticas proporcionaram perceber a importância da arte no processo formativo, como também como agente transformador de espaço e fomentador de discussões importantes para a escola, além de estimular a integração da própria comunidade acadêmica. Na intervenção multisensorial percebeu-se um processo de empatia entre os participantes, procurando saber o que o colega sentiu; enquanto que a intervenção “arte dos outros” estimulou discussões éticas sobre “cumprir instruções” e o direito de modificar algo produzido por outrem. Com isso posto, a arte humaniza, e se ela humaniza, é mais necessária do que nunca no meio acadêmico. O contato de cada indivíduo com uma música, um poema ou um quadro implica uma apreciação que envolve aspectos cognitivos, afetivos que incrementam sua formação. Por meio da arte o sujeito torna-se consciente de sua existência social como fruto de diferentes práticas e relações sociais, em determinado momento histórico.


Palavras-chave


Arte; formação medica; intervenção artística