Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O BRINQUEDO TERAPÊUTICO COMO INSTRUMENTO PARA HUMANIZAÇÃO E GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Cléo Da Costa Araújo, Dhiuly Anne Fernandes Da Silva, Jackeline Chaves Fonseca, Erika Beatriz Borges Silva, Gicelda Pimentel Costa, Elaine Priscila Ângelo Zagalo

Última alteração: 2017-12-21

Resumo


APRESENTAÇÃO: Desenvolver caminhos para humanização frente às ideologias biomédicas ainda presentes na acadêmica e nos hospitais, torna-se papel primordial para a contribuição no cuidado a saúde dos pacientes, é através do trabalho de sensibilização e humanização na formação da base, ou seja, graduação, que se conseguirá construir novos horizontes para na abordagem em saúde. O desafio de relatar essa experiência é discutir o brinquedo terapêutico como um processo de gestão do cuidado em saúde capaz de produzir impactos significativos na assistência à criança hospitalizada, e de formar estudantes sensibilizados quanto às estratégias lúdicas do cuidar a saúde do paciente pediátrico, e assim evidenciar significado a humanização no serviço de saúde, qualidade e bem-estar no serviço prestado a esses pacientes. O que se propõe nesse relato é um despertar para as evidencias cientificas da utilização do lúdico na prestação do cuidado, bem como transcender o modelo tradicionalista do cuidar da criança baseado na figura do adulto. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é relatar experiência significativa na gestão do cuidado prestado por acadêmicos de enfermagem em pediatria a partir da utilização do brinquedo como ferramenta de assistência. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por estudantes do curso de graduação e licenciatura plena em Enfermagem, da Universidade Federal do Pará (UFPA), no período de 2017, durante semi-internato na atividade curricular de pediatria, no qual os discentes construíram uma estratégia didática com o boneco terapêutico para abordagem a criança hospitalizada. A experiência aconteceu em um hospital público do município de Belém, referencia em atendimento pediátrico, com 06 (seis) acadêmicos.  A didática ocorreu em quatro momentos, o primeiro momento “tentativa do dialogo com a criança e com o pai”, transcorreu a partir de uma tentativa prévia de diálogo e aproximação com a paciente e seu responsável, a partir da apresentação dos estudantes e os procedimentos que iriam ser realizados; no segundo momento “aproximação com a criança a partir de seus objetos de brincar”, nesse contexto os discentes recorreram a uma análise rápida dos pertences da criança, seu gosto e o brinquedo que mais gostava, para com isso conduzir a avaliação; terceiro momento “identificando achados clínicos a partir do objeto (boneco) escolhido”, nesse momento os estudantes a partir do zelo que a criança apresentava pela boneca escolhida, indagaram a forma como a criança cuidava dela, nesse sentido questionaram o estado da boneca, na percepção infantil, o estado dela naquele momento e sobre suas necessidades básicas humanas (NHB), após isso retornando a pergunta para a criança, dona e cuidadora da boneca, sobre sua condição de saúde naquele momento e suas NHB, estabelecendo assim uma relação de comunicação e vínculo a partir do brinquedo; no quarto momento “aplicação da assistência baseado no brincar”, os envolvidos induziram o protagonismo da criança naquele momento, contribuindo para diminuição dos seus medos e ansiedade, através da utilização da boneca da paciente, aplicando as técnicas do exame físico na paciente e solicitando sua ajuda para avaliar a boneca, induzindo-a a repetir os procedimentos realizados pelos estagiários na boneca, exemplificando e explicando os procedimentos e o motivo da sua realização, contribuindo assim no trabalho dos próximos profissionais nos dias seguintes. Ao quinto momento “ensino do autocuidado para a paciente pediatria a partir do cuidar do seu boneco”, os estudantes ensinaram hábitos do cuidar de si através dos ensinamentos orientados à criança quanto aos cuidados que ela deveria ter com relação a sua boneca no período de internação, e clarificando os mesmo cuidados deveriam ser voltados a ela, salientando a questão do cuidar é dar bons exemplos, então foi induzido à criança a dar bons exemplos de cuidado, através de suas atitudes, para a sua paciente (boneca) pudesse reproduzir o mesmo. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: Durante o período de semi-internado, observou-se a não utilização, pelos profissionais, de estratégias a colaborar na implementação do planejamento do seu cuidado, e principalmente, para a contribuição na redução de medos e ansiedades evidenciados na criança frente a sua internação. A partir da utilização do boneco como parte de seu instrumento de serviço, pelos estudantes, a assistência prestada pelos discentes demonstrou grade significância nas questões de gestão do cuidado, desenvolvimento neuropsicomotor e principalmente na humanização do serviço em saúde. A utilização do brinquedo e do brincar durante a assistência contribuiu na construção do vínculo com o paciente pediátrico e seu familiar, possibilitando assim uma maior avaliação do desenvolvimento e reabilitação, e na implementação dos procedimentos de cuidado prestados, bem como na sensibilização desses estudantes, futuro profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), para a prestação do cuidado humanizado, atendendo as necessidades de cada usuário do serviço conforme sua limitação e sua entrega aos cuidados planejados para sua melhora. A implementação da assistência, a partir do seu planejamento com a utilização do boneco terapêutico, foi condutor de uma aprendizagem significativa e problematizadora na formação desses futuros enfermeiros, envolvendo-os quanto às questões de humanização, do cuidar e do planejar a assistência, com isso, os acadêmicos de enfermagem sentiram-se envolvidos pela boa pratica na assistência a saúde da criança hospitalizada, e pela construção de estratégias simples e eficazes que venham a contribuir no planejamento da assistência. CONSIDERAÇÕES FINAS: A experiência do trabalho com o brinquedo demonstrou potencial instrumento a ser utilizada na gestão do cuidado a criança hospitalizada, por produzir vínculo entre os envolvidos, reduzir danos psicológicos ao paciente pediátrico, e principalmente pela prática da humanização no serviço de saúde como novas formas de se produzir bem-estar. Planejar o cuidado em saúde vai além de traçar estratégias frente ao paciente internado, é construir meios para que esse cuidado seja efetivo e significativo na saúde do ser em processo de cuidado, principalmente na criança imersa ao contexto hospitalar. Dessa forma, as estratégias lúdicas devem ser postas na grade curricular dos cursos da saúde como uma disciplina a contribuir na formação de estudantes competentes e habilidades a cuidar do paciente pediátrico. Sendo assim, discutir e protocolar novas formas de abordagem a esse público é um caminho a ser construído para a melhoria na gestão do cuidado e o compromisso dos profissionais na redução dos danos provocados pelo processo de hospitalização, haja vista nenhuma estratégia presente até o momento, orientando quanto às formas de assistir esses pacientes.


Palavras-chave


Brinquedo terapêutico; Humanização; Enfermagem; Criança Hospitalizada; Pediatria