Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-21
Resumo
Apresentação: o nascimento prematuro, a repercussão deste fato para a família, para o sistema de saúde e para a própria criança, reforça a necessidade da utilização de tecnologias de educação em saúde que instrumentalizem os pais no cuidado domiciliar. Associar o uso de tais tecnologias com a prática da visita domiciliar (VD), possibilita o seguimento do cuidado e promoção da saúde, com potencial para reduzir a morbimortalidade neonatal. A VD às famílias com bebês prematuros deve ser valorizada como um horizonte de práticas mais efetivas, buscando a melhoria da saúde, da qualidade de vida e da atenção às necessidades das famílias para o desenvolvimento infantil. Desse modo, objetiva-se identificar a importância da visita domiciliar em interface com o uso de tecnologias educativas como ferramenta na promoção do cuidado ao desenvolvimento infantil de crianças prematuras. Desenvolvimento do Trabalho: Pesquisa qualitativa, do tipo descritiva. Participaram 13 cuidadores de crianças prematuras acompanhadas em um serviço de follow up, de Viçosa- MG, selecionadas por conveniência. Uma tecnologia educativa (cartilha), intitulada “História de Sofia: Batalhas e Conquistas da família no cuidado e desenvolvimento da criança nascida prematura”, foi entregue aos cuidadores no referido serviço, sendo estes orientados a realizarem uma leitura do referido material. Transcorrido um mês após o primeiro encontro foi realizada uma visita domiciliar para cada família. Nesta foi realizada uma atividade educativa individualizada relacionada à cartilha, trabalhando as práticas de cuidado nela explicitadas, potencializando o contexto domiciliar como lócus de promoção do desenvolvimento infantil. A visita domiciliar consistiu de duas partes: a primeira deu-se por meio de uma atividade lúdica de “mito ou verdade”, e a segunda na apresentação de figuras provenientes da própria cartilha, para que os cuidadores escolhessem três que melhor representassem suas experiências desde a gestação até o momento presente. Resultados e/ou impactos: evidenciou-se o quanto o uso da cartilha, quando abordada no contexto domiciliar, configurou-se como estratégia potencializadora da emersão de reflexões sobre o vivido e como ancoradouro para uma abordagem mais singularizada das crianças e suas famílias. As imagens mais escolhidas pelos cuidadores para expressar o presente vivido (proveninentes da cartilha) foram a que representavam os pais olhando para um bebê na incubadora da UTI (associada pelos pais como o momento mais impactante no relacionamento familiar com as crianças prematuras) e uma que representava a superproteção, revelando que o fator prematuridade se relaciona à ideia de fragilidade, a qual evidenciou-se como importante no acompanhamento à criança e suas famílias. Evidenciou-se, na dinâmica do mito e verdade o quanto o uso do material educativo, associado ao contexto domiciliar, figura como estratégia de potência para trabalhar aspectos geradores de dúvidas e incertezas por parte dos familiares. Considerações finais: o uso do material educativo atrelado às atividades lúdicas figuram como estratégias apropriadas para as compreensão das relações familiares com as crianças prematuras, potencializando a capacidade de intervenção e acompanhamento dos profissionais de saúde no tocante à promoção do cuidado do desenvolvimento infantil de crianças prematuras.