Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Vivências de Acadêmicos de Enfermagem no Acolhimento e Classificação de Risco em uma Unidade de Pronto Atendimento
Sávio Felipe Dias Santos, Claudiane Santana Silveira Amorim, Fernanda Cruz de Oliveira, Ruth Carolina Leão Costa, Vaneska Tainá Pinto Barbosa, Larissa Lima Figueira Freire, Mayane Silva Lopes, Maicon de Araújo Nogueira

Última alteração: 2018-01-06

Resumo


 

APRESENTAÇÃO: Os serviços de urgência e emergência apresentam-se como um ambiente bastante dinâmico e baseado em decisões objetivas e rápidas para que haja uma resolutividade eficiente diante do quadro que determinado usuário apresenta, nesse sentindo, o Sistema Único de Saúde detém um instrumento que organiza, direciona e facilita o acesso e a adesão desse ser humano no atendimento de urgência e emergência, denominado de Acolhimento com Classificação de Risco. Esse dispositivo tem como finalidade observar e mensurar o grau de urgência, a partir das queixas do usuário, dos sinais e sintomas visíveis e do embasamento teórico dos protocolos vigentes, a fim de que possa direcionar o atendimento em ordem de prioridade de urgência e não no modelo tradicional de chegada. No atual cenário, destaca-se a sobrecarga do serviço e em muitos casos esse fenômeno ocorre por inúmeros fatores, como por exemplo, aumento do número de casos de doenças cardiovasculares, acidentes ocasionados por fatores externos, envelhecimento populacional e o próprio desconhecimento dos usuários sobre os serviços que o cercam, fazendo com que a procura por atendimento inicie em um ambiente totalmente diferente para a resolutividade do seu problema, ou seja, existe um grande número de usuários que apresentam problemáticas que podem ser solucionadas em outros níveis de atenção, porém procuram os serviços de urgência e emergência com a justificativa de que a assistência ocorre de forma mais rápida nesse ambiente. O Acolhimento com Classificação de Risco surge com o objetivo de direcionar todos os grupos que compõe este ambiente, desde gestores, coordenadores e profissionais até os usuários que necessitam desse serviço, a partir da criação da Política Nacional de Humanização projeto que busca desde 2000 conscientizar os servidores e clientela sobre a relevância de tornar o Sistema Único de Saúde mais humanizado e responsivo a sociedade, buscando uma ampla eficiência de seus serviços e a qualidade na assistência em todos os aspectos que cercam o ser social, além desse fato, o Acolhimento com Classificação de Risco busca organizar o fluxo no atendimento seja ele mediato ou imediato, orientar e ordenar os profissionais presentes nesse serviço e garantir um atendimento rápido e eficiente. Na perspectiva do enfermeiro, a resolução do Conselho Federal de Enfermagem número 159/93, direciona esse profissional com uma importante função na construção desse serviço e na utilização do instrumento de classificação, pois se apresenta com as competências e habilidades necessárias para acolher e avaliar o usuário, além de organizar o fluxo de atendimento estabelecido a partir do instrumento criado pela Política Nacional de Humanização. Desse modo, o estudo propõe descrever a experiência vivenciada pelos discentes de enfermagem sobre a classificação de risco utilizada em uma Unidade de Pronto Atendimento e refletir sobre a relevância desse procedimento no serviço à saúde da população. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Este estudo foi embasado em um relato de experiência vivenciado por acadêmicos de enfermagem do 4º ano da Universidade do Estado do Pará (UEPA), dentro das práticas de Enfermagem em Urgência e Emergência, em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada na região metropolitana de Belém do Pará, durante o mês de setembro de 2017. Durante esse período, o grupo de discentes foi ambientado a Unidade de Pronto Atendimento, foram apresentados a todos os profissionais de enfermagem do serviço e discutiram sobre as funções que cada um deles detinha naquele ambiente. A unidade apresenta dois Postos de Enfermagem, o primeiro voltado a administração de medicamentos e o segundo voltado a observação dos usuários, uma Unidade de Reanimação e dois Consultórios de Enfermagem onde ocorre o Acolhimento e a Classificação de Risco. Enquanto o grupo observava como funcionava o ambiente de acolhimento e classificação, puderam perceber a responsabilidade do profissional de enfermagem nesse serviço desde acolher o usuário que adentra o consultório até a capacitação que este profissional necessita frente a protocolos para adequá-los a cada usuário que recebe para classificá-lo de forma objetiva, correta e organizada. A partir disso, o grupo discutiu e decidiu descrever sobre as vivências neste ambiente assim como dissertar sobre a temática a fim de aprofunda-se nesse contexto e compreender a atuação do profissional de enfermagem nesse serviço de Acolhimento e a Classificação de Risco e a relevância desse atendimento. RESULTADOS E/OU IMPACTOS: As prática na Unidade de Pronto Atendimento possibilitaram que o grupo  pudesse observar as consultas de enfermagem na Classificação de Risco resultando no reconhecimento de que os usuários desconhecem o fluxograma dos serviços de saúde, destaca-se neste sentido os usuários que apresentavam problemáticas referentes à Unidade Básica de Saúde ou Estratégia Saúde da Família, porém buscavam atendimento naquele ambiente por ser mais rápido, tornando o fluxo do atendimento mais lento e com superlotações diárias que resultavam na impaciência dos usuários e tensão dos profissionais com a situação. Destaca-se a partir desse contexto, a conduta do enfermeiro que apesar dos problemas externos, preocupavam-se em atender e classificar quem adentrava no consultório de forma competente, principalmente nas abordagens de cunho explicativo, sendo solícitos a discorrer sobre onde cada usuário deveria recorrer caso tais sinais e sintomas voltassem a surgir e referenciando o atendimento daqueles que se encaixavam na classificação. Está ótica, possibilitou aos acadêmicos de enfermagem que devesse compreender e introduzir no ambiente de trabalho, principalmente na atenção primária, a lógica de educar os usuários para que conheçam os serviços que os cercam e que possam procurá-los de forma coerente com o intuito de que sejam atendidos de forma objetiva. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O cenário de urgência e emergência associado ao instrumento institucionalizado pela Política Nacional de Humanização, o Acolhimento e Classificação de Risco, apresenta-se como o resultado de obstáculos e complicações de uma orientação erronia sobre os serviços que cercam a clientela e desorganização por parte dos gestores em divulgar essa informação. Nesse sentido, o grupo de discentes de enfermagem pode perceber durante as práticas na Unidade de Pronto Atendimento a relevância do profissional de enfermagem nas condutas tomadas para assistir à população que adentra nesse ambiente, independentemente, se o caso for ou não caracterizados nos parâmetros das classificações descritas nos protocolos. Além disso, os acadêmicos puderam compreender e adquirir habilidades e competências do profissional de enfermagem no âmbito da urgência e emergência, principalmente quanto a utilização da classificação de forma eficiente e do acolhimento que deve ocorrer de forma equânime e objetiva ao bem-estar do usuário.


Palavras-chave


Enfermagem; Serviço Hospitalar de Emergência; Classificação