Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-01-25
Resumo
As questões de gênero mostram uma barreira no que tange à saúde, diferenciando homens de mulheres, pois os mesmos estão sujeitos a altos índices de morte e adoecimento, por falta de cuidado e percepção com sua saúde. Pode-se dizer afirmar que os homens não buscam serviços em âmbito preventivo, dificultando o cuidado e prevenção de doenças e/ou causas externas. Objetivamos proporcionar um diálogo com homens para conhecer os motivos que levam estes a não buscarem o cuidado à saúde de forma preventiva e proporcionar uma autorreflexão por parte dos mesmos. Trata-se de um relato de experiência, a partir de um momento da campanha Novembro Azul, que ocorreu em novembro de 2017, na localidade do Boqueirão, na cidade de Sobral – Ce, com dois profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde da Família, um Fisioterapeuta e uma Terapeuta Ocupacional. O momento contou com a participação de cerca de 30 homens, de diferentes idades. Iniciou-se com uma breve apresentação da proposta do Novembro Azul, em seguida foi utilizada metodologia ativa, usando um papel madeira com a frase “O que é ser homem pra você?” e pedia para eles falarem palavras que vem a cabeça quando se fala de saúde do homem e o porquê dessa não procura, de forma espontânea eles foram falando as palavras. As palavras ditas por eles foram as mais diversas, podendo citar: preconceito, teimoso, falta de tempo, descuidado, machista, forte, dentre outras. Quando todos falaram e foram anotadas as palavras, de forma coletiva lemos todas para iniciar a discussão sobre a temática saúde do homem, onde foram relatadas histórias de vida, com usuários presentes que já presenciaram ou passaram por algum tratamento e aconselharam os demais a se cuidarem. O momento foi enriquecedor, pois a partir da construção coletiva, dos homens presentes, com histórias de vida dos mesmos e palavras ou situações vinda deles, pudemos pensar o quanto este grupo populacional é carente e necessita de cuidado e atenção. A partir do diálogo, da utilização de metodologias ativas, onde os sujeitos são atores da construção, pode-se observar a importância de debater a temática saúde do homem ainda tão pouco cuidada, quando os mesmos expõem a partir das suas vivências a sua percepção do seu corpo e saúde, podemos entender que o diálogo acerca da temática é relevante na construção de saberes e mudanças nas conduções dos processos profissionais, gerando então novos encargos, mostrando que ações com utilização de tecnologias leves, proporcionam um momento de cuidado, compartilhamento de saberes que podem de alguma forma gerar alguma mudança no cenário.