Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Morte: a influência do morrer na formação médica
Rebeca Patrícia Quereza e Silva Faria, Raquel Patrícia Quereza e Silva Faria

Última alteração: 2018-01-06

Resumo


O tema morte é extremamente dramático e, no geral, bastante desafiador para grande parte das pessoas. Falar de morte é algo intrinsecamente complexo, pois envolve crença, religião,  costume, valor, estado emocional. Além disso, deve-se atentar ao fato de que a morte envolve múltiplos fatores, incluindo-se não apenas o paciente terminal, mas também a todo o seu contexto, seja familiar, profissional ou social. O que pouco se enfoca é que até mesmo aquele indivíduo que está se formando para futuramente enfrentar essa possibilidade também está inserido nesse grupo. Cada pessoa lida de forma diferente em relação à morte, umas aprendem a aceitar mais cedo, outras nem cogitam comentar sobre o assunto. O fato de haver a possibilidade do morrer pode gerar angústia, dor, aumentar o sofrimento e, ao mesmo tempo, trazer a sensação de impotência. Todos esses fatores devem ser levados em consideração também em relação  aos profissionais da saúde. A grande maioria das grades curriculares das faculdades de Medicina, não preparam os profissionais dessa área para lidar com o impacto da morte e as consequências que podem causar. Esse trabalho visa relatar uma experiência de acadêmicos de medicina relacionada à morte, onde foi feita uma visita a um cemitério, local onde, através do esforço do preceptor, foi proporcionada uma interação maior dos seus alunos com a medicina, mostrando as várias faces do morrer. Foi utilizado no debate literaturas específicas ao que estava sendo tratado e  experiências próprias do preceptor e dos alunos a quem encorajou que se pronunciassem sobre casos próximos; tentando passar aos discentes a ideia de que a morte será algo comum ao seu ato profissional, não escapando-lhes a responsabilidade sobre o paciente e, dessa forma, preparando-os para o que poderiam enfrentar nesse âmbito. A abordagem de tal tema é de suma importância para a formação de profissionais médicos e também de grande parte dos demais profissionais da saúde, tendo em vista que lidar com essa situação é desconfortável, porém necessária. Na medicina, o maior alvo é a salvação de vidas de todos os pacientes possíveis, portanto observa-se que dar um atestado de óbito é algo incômodo para muitos médicos. Ainda que existam leis que o protejam para fazê-lo, muitas vezes a incerteza permeia o coração dos médicos, tendo em vista sua carga emocional, formação pessoal e profissional nem sempre serem concordantes sendo acusadores de sua capacidade profissional. Tratar desse assunto nos primeiros períodos de um curso que exige tanto de seus aprendizes, como é a Medicina, é de suma importância, visto que na preparação para a carreira médica, o não saber encarar a morte causa aflição e até mesmo desespero. Alinhar um acadêmico para não apenas conseguir salvar os pacientes, mas também manter-se firme mesmo com a morte de um ou outro paciente, é de fundamental importância, visto que sua capacidade profissional não deve ser medida quanto a esses parâmetros.

Palavras-chave


capacidade profissional; medicina; sofrimento