Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A IMPORTÂNCIA DO FAMILIAR NO PAPEL DE CUIDADOR PARA UM PACIENTE PÓS-AVC
Prisca Dara Lunieres Pêgas Coêlho

Última alteração: 2018-01-26

Resumo


APRESENTAÇÃO: Cuidado, significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. O bom cuidador é aquele que observa e identifica o que a pessoa pode fazer por si, avalia as condições e ajuda a pessoa a fazer as atividades. Cuidar não é fazer pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. A pessoa após um Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode apresenta-se acamada e/ou com limitações, porém mesmo necessitando de ajuda do cuidador, pode e deve realizar atividades de autocuidado sempre que possível. O Acidente Vascular Cerebral é resultado da falta de circulação do sangue em uma área do cérebro, que pode ocorrer devido à obstrução ou sangramento cerebral originado a partir de um vaso sanguíneo. De modo geral, a doença pode deixar sequelas que envolvam alterações motoras (força muscular) sensitivas (sensibilidade), prejudicando a mobilidade física, no entanto a gravidade dependerá da região no cérebro e extensão da lesão. Dessa forma, a sucessiva investigação das necessidades de saúde dos pacientes que foram acometidos com Acidente Vascular Cerebral reveste-se de considerável importância, sobretudo pela relevância clínica e epidemiológica. Em busca de atender a essas demandas, as pesquisas voltadas para o adoecimento por AVC e seus cuidados têm-se evidenciado entre as temáticas, com vistas à melhoria da qualidade do cuidado prestado a essa clientela. Nesse sentido, o exercício do cuidado pleno requer dos profissionais de saúde subsídios teóricos, práticos, e de procedimentos terapêuticos, além dos destinado a atender as necessidades de saúde do paciente e da família. Dessa forma, considerando os aspectos mencionados, o presente estudo teve como objetivo relatar a importância do familiar no papel de cuidador a um paciente pós-AVC e espera-se que este estudo possa contribuir para melhoria da assistência prestada a essa clientela, sobretudo relacionando a importância do familiar como cuidador. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO: Trata-se de um relato de experiência, do tipo reflexivo, vivenciado pela Residência Multiprofissional em Saúde do Programa de Atenção Integral na Saúde Funcional em Doenças Neurológicas, do Hospital Universitário Getúlio Vargas, da Universidade Federal do Amazonas, durante cenário de prática no Ambulatório de Espasticidade, do Ambulatório Araújo Lima, da cidade de Manaus, capital do Amazonas, durante o período de maio de 2017 a fevereiro de 2018. Esse trabalho foi desenvolvido a partir da percepção do elevado número de pacientes acometidos por AVC apresentando sequelas, dos 51 pacientes acompanhados durante o período de prática nesse campo 17 (33.33%) foram identificados. Nota-se, portanto, a importância dos familiares estarem preparados para o papel de cuidadores com a finalidade de melhorar a qualidade de vida desses pacientes. RESULTADOS e/ou IMPACTOS: Sobreviver ao Acidente Vascular Cerebral não significa que o paciente está imune a um novo derrame, ao contrário. Por isso controlar os fatores de risco devem se tornar um novo hábito/rotina para o resto da vida. Nesse contexto, o familiar cuidador é de fundamental importância para incentivar a manter o acompanhamento médico e relembrá-lo dos benefícios que terá ao aderir hábitos mais saudáveis, ou seja, para auxiliar a manter o tratamento, pois a adesão ao tratamento é fundamental para a redução do risco de morbidade e mortalidade. A participação de vários profissionais da área da saúde, com uma abordagem multidisciplinar, pode facilitar a adesão ao tratamento e consequentemente aumentar o controle da doença. A equipe multidisciplinar será responsável por avaliar as funções do indivíduo para garantir que os vários aspectos comprometidos sejam reabilitados ao mesmo tempo e além de contribuir na observação de algumas sequelas para futuro relato ao especialista responsável, o cuidador tem participação fundamental para garantir o bem-estar do familiar acometido durante as atividades rotineiras. A seguir algumas tarefas que podem fazer parte da rotina do familiar cuidador: Atuar como elo entre a pessoa cuidada e a equipe de saúde; Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada; Ajudar nos cuidados de higiene; Estimular e ajudar na alimentação; Ajudar na locomoção e atividades físicas, como andar, tomar sol e exercícios físicos; Estimular atividades de lazer e ocupacionais; Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de conforto; Administrar medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de saúde; Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada; Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de vida e recuperação da saúde dessa pessoa acometida com AVC como, por exemplo, posições corretas na cama, na cadeira de rodas, ao vesti-se, ao levantar-se e a responsabilidade por dar continuidade aos exercícios realizados em ambiente hospitalar e ambulatorial. Contudo, cabe ressaltar que nem sempre se pode escolher ser cuidador, principalmente quando a pessoa acometida por um AVC é um familiar. A carência de um suporte adequado no amparo às pessoas que precisam de cuidados pós-AVC faz com que a responsabilidade máxima recaia sobre a família e, normalmente, é sobre um único membro da família. Torna-se fundamental termos compreensão de se tratar de tarefa nobre, porém complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditórios. A doença ou a limitação física em uma pessoa provoca mudanças na vida dos outros membros da família, que têm que fazer alterações nas funções ou no papel de cada um dentro da família e todas essas mudanças podem gerar insegurança e desentendimentos, por isso é importante que a família, o cuidador, e a equipe de saúde conversem e planejem as ações do cuidado domiciliar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em função de o paciente acometido pelo AVC poder sofrer diferentes sequelas que afetam as áreas motoras, cognitivas, emocionais, sociais e familiares, além do acompanhamento com o neurologista, ele deve ser submetido a uma equipe de profissionais como fisiatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, enfermeiro, nutricionista e fonoaudiólogo, além de outras especialidades que podem ser agregadas. O conjunto de todas as atividades exercidas pelo familiar cuidador torna-se fundamental na reabilitação do paciente pós-AVC, sob as quais a participação e a supervisão do cuidador é essencial para a motivação, melhor desempenho e sucesso de seu tratamento. Porém, com a finalidade de evitar o estresse, o cansaço e permitir que o cuidador tenha tempo de se autocuidar, é importante que haja a participação de outras pessoas para a realização do cuidado.


Palavras-chave


Acidente Vascular Cerebral; Cuidadores; Relações Familiares.