Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ENFERMAGEM NA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA E COMBATE AO AEDES AEGYPTI
Germana Maria da Silveira, Leidy Dayane Paiva de Abreu, Gislanny Rodrigues Oliveira, Maria Izabel l Lopes, Luzia Martins Pereira, Ana Hirley Rodrigues Magalhães

Última alteração: 2017-12-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: Dengue, febre, chikungunya e zika vírus são transmitidos pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti e no caso da Chikungunya, o Aedes albopictus também é um dos vetores do Brasil. O vetor destas doenças é considerado um mosquito oportunista e tem mudado de hábitos constantemente na tentativa de driblar os meios de combate. Por esta razão, o seu controle é considerado trabalhoso e deve ser feito rotineiramente. Atualmente, os mosquitos têm migrado para criadores incomuns como ralos de cozinha e banheiro, vasos sanitários, bandejas de ar-condicionado e geladeira. O Plano de Contingência Nacional para Epidemias de Dengue é um documento elaborado com o intuito de auxiliar na resposta às epidemias de dengue, cujas consequências podem provocar sérios danos às pessoas e ao meio ambiente dos entes integrantes do Sistema Único de Saúde. Durante o período não sazonal da doença, as equipes do SUS desenvolvem diversas atividades de rotina, que dão sustentação às ações que serão aplicadas no plano de contingência. Entre as atividades da vigilância epidemiológica estão incluídas o monitoramento da ocorrência de casos, dos óbitos e da circulação viral. Em relação ao controle vetorial, as ações compreendem a assessoria técnica, a normatização técnica das ações de controle vetorial, a provisão e o estoque de insumos estratégicos, a consolidação dos dados entomológicos provenientes do município: distribuição espacial, nível de infestação e criadores predominantes do vetor e o monitoramento da resistência do Aedes aegypti. Esse monitoramento de dados entomo-epidemiológicos permite a detecção de alterações no padrão de comportamento da doença e os momentos de implantação das diferentes fases do plano de contingência. A Educação em Saúde pode ser considerada um instrumento de prevenção e promoção à saúde, porquanto uma prática multidisciplinar permeada por práticas dialógicas e reflexivas. Em presença, esta experiência vem promover uma discussão acerca da atuação do enfermeiro na gestão na coordenação de vigilância Epidemiológica junto aos enfermeiros da Equipe de Saúde da Família no combate da Dengue e da Febre Chikungunya do município de Reriutaba-CE. Torna-se primordial a participação, a articulação e o diálogo entre a Coordenação Vigilância Epidemiológica e todos os profissionais da Atenção Básica. Traçamos como objetivo descrever a construção do Plano de Contingência e Combate ao Aedes aegypti, por meio da coparticipação da enfermagem, junto a Vigilância Epidemiológica, Estratégia de Saúde da Família município de Reriutaba/CE, por meio de articulações intersetoriais. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de uma pesquisa participante. Foi realizado no município de Reriutaba/CE, na coordenadora da Vigilância Epidemiológica junto a Gestão Pública de Saúde, Estratégia de Saúde da Família, Vigilância Sanitária, Agentes de Combate a Endemias, Conselhos de Saúde, Escolas Públicas e Privadas, na construção do Plano de Contingência e Combate ao Aedes aegypti. A experiência foi realizada de janeiro a maio de 2016. Durante a pesquisa foi utilizada a observação sistemática in loco, territorialização com utilização de questionário para obtenção do diagnóstico local dos nove (09) territórios de saúde, a fim de obter o registro de informações objetivas a respeito do mosquito, assim como as condições de vida, sociais, ambientais e de saúde da comunidade. Para referencial teórico utilizou-se do caderno do Ministério da Saúde e Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis Plano de Contingência Nacional para Epidemias de Dengue. A pesquisa foi dividida em categorias: Descrevendo a incidência do número de casos do mosquito no município de Reriutaba/CE; Medidas estratégicas na assistência para o enfretamento do Aedes aegypti: construção do plano de contingência e combate ao Mosquito. RESULTADOS: A criação do Plano teve como objetivo promover saúde e prevenir também de outras doenças que estavam surgindo no País, não mais a Dengue, mais também o Zika Vírus e a Febre Chikungunya. Descrevendo a incidência do número de casos do mosquito no município de Reriutaba-CE: No município realizou um trabalho constante no combate ao Aedes Aegypti em janeiro de 2015, em que foram realizadas campanhas educativas, mutirões de limpeza, remoção de potenciais criadouros, usam de larvicida, telamento das caixas d’água, capacitação de profissionais e de multiplicadores, rodas de conversa com a comunidade, parcerias com escolas municipais e estaduais e divulgação nos meios de comunicação. Contudo os índices de infestação do mosquito transmissor da dengue até dezembro de 2015 se encontram acima da meta proposta pelo Ministério da Saúde que é de menos de 1%, tendo no município no ano de 2015, 953 casos notificados oportunamente, 862 casos confirmados, 91 casos descartados, sendo um óbito em investigação. Medidas estratégicas na assistência para o enfretamento do Aedes aegypti: construção do plano de contingência e combate ao Mosquito: E foi por meio dos dados de 2015, que foram criadas estratégias para construção do Plano de Contingência e Combate ao Aedes aegypti, junto a Estratégia de Saúde da Família. Inicialmente, foram realizadas reuniões e rodas de conversas pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica, junto a Coordenação de Atenção Primária e as 09 equipes de Saúde da Família, Vigilância Sanitária, Conselho Municipal de Saúde, Coordenação das escolas publicas e particulares, na construção do Plano de Contingência.  A construção do Plano foi coletiva e assim redistribuída as ações para cada setor como pode ser vistas abaixo relacionadas: Componente Mobilização Social: orientar o funcionamento da sala de situação dos locais com notificação de risco; divulgação em rádios comunitárias e nas redes sociais, colocação de faixas alusivas ao tema nos principais pontos da cidade, distribuição de panfletos folders nas ruas;Componente dos Agentes de Combate a Endemias: realização de mutirões de limpeza em toda a cidade no intuito de destruir possíveis focos do mosquito Aedes aegypti; bem como amostras do mosquito juntamente com distribuição de material educativo nas escolas e solicitação e apoio técnico do setor de endemias junto à 11ª CRES-SOBRAL. Componente Epidemiologia: alimentação diária das notificações de casos suspeitos junto ao sistema de informação de agravos de notificação (SINAN). Componente Hospital Local: realização de coleta de sangue para diagnóstico sorológico no LACEN; assegurar garantia de exames para o apoio diagnóstico com o funcionamento do laboratório 24h. Componente Estratégia de Saúde da Família - ESF e Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF: ações educativas do ESF/NASF junto à comunidade; intensificação de visitas domiciliares pelos ACS e equipes da ESF; capacitação de profissionais da saúde e líderes comunitários, para que estes se tornem multiplicadores nas ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Componente Gestor de Saúde: reuniões intersetoriais para discutir a participação de cada setor nas ações de controle ao mosquito Aeds aegypti; gerenciamento das ações desenvolvidas pelos setores nas áreas mais atingidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É evidente a relevância da construção do Plano de Contingência e Combate ao mosquito, por meio da criação de estratégias por meio das ações intersetoriais, levando ao desenvolvimento de atividades críticas e reflexivas e na capacitação da população como responsável pelo cuidado do ambiente em que reside. A atuação conjunta da população e dos órgãos responsáveis pelo planejamento do Plano de atividades para o controle e a prevenção do mosquito é a melhor forma de controlar a doença no País. Percebe-se a importância da presença da equipe de profissionais da saúde, em especial a enfermagem, nos territórios de saúde, onde as ações educativas em saúde possuem um território fértil.


Palavras-chave


Aedes aegypti; Enfermagem; Intersetorialidade.