Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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VER-SUS RIO GRANDE DO NORTE: Relato de experiência sobre a vivência em um município do interior do estado
Alan Campelo Pontes, Arthur Deyvison Melo de Santana, Leonardo Diego da Silva Silveira, Vinicius Campelo Pontes Grangeiro Urbano

Última alteração: 2018-01-25

Resumo


APRESENTAÇÃO: Vivências e Estágios na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS) é um projeto do Ministério da Saúde em parceria com a Rede Unida, com a Rede Governo Colaborativo em Saúde/UFRGS, com a União Nacional dos Estudantes (UNE), com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). Esse projeto tem como objetivo a realização de vivências e estágios na realidade do SUS e possibilita aos participantes a oportunidade de experimentarem novos espaços de aprendizagem, bem como processos de trabalho nos equipamentos sociais de variadas cidades - que são definidas pela comissão organizadora do projeto em seus respectivos estados - com o intuito de debater acerca do SUS e formar profissionais comprometidos para atuar nesse sistema. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Durante o período de 11 a 20 de janeiro de 2016 foi realizado o projeto VER-SUS na cidade de Monte das Gameleiras, município localizado no interior do estado do Rio Grande do Norte, e que faz fronteira com o estado da Paraíba. Esta cidade recebeu a equipe de estudantes de graduação composta pelos cursos de enfermagem, fisioterapia, farmácia, serviço social, fonoaudiologia, psicologia, odontologia e nutrição. Assim, o objetivo foi vivenciar a realidade do SUS no município e propor, através de um olhar crítico, possíveis melhorias e sugestões caso houvesse alguma necessidade. Durante os dez dias de atividade realizada na cidade foram visitados os equipamentos sociais e profissionais de saúde, como Secretaria Municipal de Saúde, Unidade Básica de Saúde, Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF); os equipamentos sociais de assistência social como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Convivência do Idoso (CCI); as áreas de concentração de grupos como praças, bares, feira, quadra poliesportiva; e as áreas de risco como o lixão. Ainda, foram efetuadas visitas domiciliares a zona urbana e rural do município. Nessa perspectiva, ao final das atividades da vivência foi produzido um documento com os resultados observados pela equipe e apresentado ao público da cidade (gestores, profissionais e comunidade), bem como produzido um documentário audiovisual da vivência que foi socializado nas redes sociais e no 1º Seminário VER-SUS RN, realizado na cidade de Mossoró/RN. IMPACTOS: A princípio, a ansiedade tomou de conta, devido ser uma experiência nova, com pessoas novas. Porém, sabíamos que estas pessoas também estavam ali com os mesmos objetivos, sair um pouco dos muros da universidade e conhecer de perto a realidade do Sistema Único de Saúde, de forma a contribuir para a melhoria do mesmo. Fizemos visitas à unidade mista do município, onde funcionava a Secretaria Municipal de Saúde, Unidade Básica de Saúde e Hospital municipal, podendo assim entender um pouco como operava a saúde do município, tivemos uma conversa bem proveitosa com o secretário de saúde, que nos relatou toda a situação pela qual o município se encontrava no que se refere a saúde, como por exemplo: qual a regional que abrangia Monte das Gameleiras, a questão do transporte dos pacientes, sobre a falta de profissionais, ou seja, um bate papo bem pertinente e proveitoso. Visitamos todos os ambientes dessa unidade, o que nos possibilitou um contato direto com os profissionais e pacientes que estavam lá naquele momento. O grupo foi dividido de acordo com seus núcleos profissionais para ter uma conversa e experiência mais direcionada com a profissão, podendo inclusive participar diretamente dos atendimentos a população. Ao conhecermos os profissionais do NASF, sentimos a falta do fisioterapeuta, tendo em vista a grande importância deste para a população. Em outro momento foi a vez de conhecermos os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que são profissionais que fazem diretamente o elo entre a sociedade e o serviço de saúde, tornando-se um indivíduo indispensável para o “fazer saúde”. Visitamos também algumas casas e o que mais nos chamou atenção foi que os ACS conhecem minuciosamente a realidade de cada casa, de cada pessoa, o que contribui para uma abordagem acolhedora e humana no processo de promoção do cuidado. Em relação aos equipamentos da assistência social fizemos visitas no CRAS, acompanhando o dia-a-dia dos profissionais, os projetos que são realizados, o público-alvo destes projetos, que são: crianças, gestantes (visto que o município estava com um alto índice de adolescentes grávidas), adolescentes, e idosos, e descobrimos que também são realizadas atividades de promoção à saúde nos encontros grupais, o que fortalece o trabalho intersetorial. Visitamos ainda o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos idosos, onde foi feito o acompanhamento do serviço e realizada conversa com os participantes. Em outro momento, visitamos a escola municipal, onde tivemos um diálogo com a diretora e o coordenador da escola e fizemos perguntas em relação à parceria saúde-escola. Questionamos se a parceria era satisfatória, se o programa saúde na escola funcionava, como funcionava e o que eles achavam, obtendo como resposta que sempre que solicitados os profissionais compareciam com ações educativas de promoção e prevenção a saúde, tanto para as crianças, quanto para adolescentes. No que concerne a isto, sugerimos ações, através do documento apresentado a cidade, do programa saúde na escola para os profissionais do equipamento social de educação, entendendo que estes também compõem o público-alvo do programa.  Fizemos visita ainda, ao conselho tutelar da cidade que havia tomado posse há dois dias, então fomos lá para saber como funcionava esse órgão que também trabalha em prol da promoção e prevenção da saúde, mesmo que seja de uma forma indiretamente. Perguntamos como era o trabalho delas, visto que no momento só havia duas conselheiras no local, assim, o principal problema que elas enfrentam é a falta de informação por parte da população em relação ao trabalho do conselho tutelar, então desta forma sugerimos que as mesmas fizessem esse trabalho de divulgação a respeito do papel deles na cidade, e que isso poderia ser feito em escolas, grupos de jovens e idosos, entre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: De acordo com nossa vivencia percebemos a necessidade de realizarmos uma intervenção, onde poderíamos abordar diversos temas. A multidisciplinariedade da nossa equipe foi um fator positivo para a realização desta intervenção, onde pudemos contar com a presença da equipe de saúde e da população da cidade. Nos chamou atenção, como maior público-alvo, as crianças e idosos participantes, o que nos proporcionou bastante felicidade, pois nosso objetivo teria sido alcançado, através da educação em saúde na busca da promoção e prevenção. Logo, essa experiência foi única para todos os viventes, pois conseguimos passar um pouco do nosso conhecimento, como também aprendemos muito com a população, com a gestão e os profissionais do município. Problemas sempre haverá, mas enquanto existir profissionais compromissados e honrando o juramento que fizeram, os princípios do SUS serão sempre postos em prática.


Palavras-chave


Política de saúde; VER-SUS; Vivência.