Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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MODOS ALTERNATIVOS DE SE PROMOVER SAÚDE COM INDÍGENAS VENEZUELANOS REFUGIADOS EM BELÉM DO PARÁ
ISABELA RAMOS SILVA

Última alteração: 2017-12-26

Resumo


A partir de uma experiência de assistência voluntária com os indígenas venezuelanos da etnia Warao, este trabalho busca compreender a elaboração de alternativas paralelas de promoção da saúde básica, que possam auxiliar indígenas em contexto de vulnerabilidade social e de saúde, enquanto soluções, diante de situações emergenciais, não são efetivadas por órgãos públicos. Sabe-se que Belém do Pará tem se tornado uma rota cada vez mais procurada pelos indígenas venezuelanos, em um cenário onde se verifica uma flagrante discrepância entre os números de novos refugiados na região, a parca quantidade de abrigos e a inexistência de políticas públicas do Estado para indígenas refugiados. Por isso, se procura enfatizar, o caráter múltiplo dos indígenas, mas, principalmente, a dupla complexidade na qual estão inseridos e nas quais tropeçam os profissionais da saúde, que é o contraste entre culturas e línguas e a ocupação de indígenas, que antes viviam em locais com particularidades específicas, e que hoje ocupam os centros urbanos da capital paraense. Para isso, se evidencia a importância do lugar da escuta na construção de uma trilha aberta em direção aos diálogos com os indígenas, para que a gênese da compreensão se dê a partir do outro e para o outro. É onde a ética pode ser exercida, em um lugar de consonância com as urgências do outro. O presente artigo baseou-se na vivência, junto com os Warao, da prestação de assistência humanitária voluntária, a partir da formação de uma equipe de auxilio, chamada União e Solidariedade, promovida por um grupo de paraenses interessados a serem proativos na causa, já que o próprio Estado não possui políticas públicas para refugiados; o que juntamente com a falta de compromisso e de capital, embargaram todas as possíveis medidas de proteção a esses indígenas. Sendo confrontados pelos impactos da experiência, se verifica a necessidade de agrupamentos e coletivos que somem forças paralelas, já que os próprios órgãos mantidos e criados pelo governo são levianos e falhos em suas atuações. E dentro da adversidade e da dificuldade, se encontrar uma conjunção transformadora, que seja provocada pela intersecção de fatores, como diligência, criatividade na assistência a saúde diante da escassez de recursos, de escuta apurada e o desejo de se desenvolver a atividade. Há sempre um caminho por onde se contornar que desague na felicidade de se fazer o bem.


Palavras-chave


saúde; indígenas; indígenas venezuelanos; psicologia