Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
¬CONDIÇÕES DE SAÚDE DO IDOSO, DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE PARINTINS AMAZONAS
Evelin Gonçalves de Vasconcelos, Flávia Maia Trindade, Fernanda Farias de Castro, Maria de Nazaré de Souza Ribeiro, Ghedria Loyanna Martins Batista, Roger Martinho Filgueira de Farias, Luan Guimarães Pessoa, Mayara Soares Gonzaga

Última alteração: 2017-12-22

Resumo


O acelerado envelhecimento populacional trouxe um importante impacto para a sociedade, não só pela presença de morbidade comum nesta fase da vida, mas também por importantes alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que o processo de envelhecimento carrega. O presente trabalho objetiva investigar as condições de saúde, perfil sóciodemográfico e hábitos de vida de idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família, de Unidade Básica de Saúde – UBS do município de Parintins, Amazonas. A investigação no contexto escolhido foi relevante, considerando a escassez de pesquisas na região, pautando-se ainda na possibilidade de revelar as peculiaridades da população estudada e identificar os principais agravos na população idosa da área de abrangência da Unidade de Saúde, além de contribuir para o planejamento de estratégias diferenciadas no trabalho da equipe de Saúde e políticas de saúde adequadas para os idosos. Trata-se de uma pesquisa transversal, descritiva e analítica, exploratória de natureza quantitativa, sobre as condições de saúde dos idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde - UBS do município de Parintins, realizada com idosos com idade igual ou maior que 60 anos que possuíam condições cognitivas e aceitavam participar da pesquisa. Utilizou-se um questionário padronizado, contendo as variáveis de acordo com os objetivos que incluiu a aferição da Pressão Arterial e dados antropométricos dos participantes.  Com o resultado da pesquisa identificou-se nos entrevistados 60 (45,4%) idosos do sexo masculino e 72 (54,6%) do sexo feminino, assim verifica-se que o número de mulheres é maior do que a de homens, mostrando a feminização da população idosa. Uma vez que quanto mais à população envelhece mais feminina se torna devido a maior expectativa de vida das mulheres. Quanto à faixa etária dos entrevistados verificou-se que há um número de idosos maior com faixa etária de 60 a 75 anos contabilizando 82 (62,1%) idosos do que na faixa etária de 75 a 80 anos com 50 (37,9%) pessoas. Em referência a escolaridade identificou-se entre os entrevistados que 76 (57,6%) dos idosos o que equivale à metade da população entrevistada possui o primário como nível de escolaridade e 28 (21,2%) o 1º grau incompleto, correspondente a um nível de escolaridade baixo. Quanto a variável estado civil verificou-se que 84 (63,6%) idosos são casados ou vivem em união estável e 48 (36,4%) são viúvos, solteiros ou divorciados. Nota-se a prevalência de idosos com companheiro conjugal, o que por alguns é colocado como benéfico ter com quem compartilhar seus sentimentos, suas angustias e seu dia-a-dia, uma vez que o fato de ter alguém como apoio pode diminuir o aparecimento de sinais depressivos em idosos, pois quando viúvos ou solteiros estes costumam sentir-se como estorvos para seus filhos, precisando deste para realizar suas atividades básicas, já que a maioria dos filhos tende a ter uma superproteção em seus pais. A respeito da religião dos 132 idosos entrevistados 105 (79,6%) disseram ser católicos e 25 (18,9%) evangélicos, na qual se verifica que ainda se tem grande influência do cristianismo na população idosa, a religiosidade ainda tem grande relação com as condições de saúde dos idosos, pois muitos buscam apoio na religião e na fé. Quanto ao número de filhos 48 (36,4%) tem de sete a dez filhos e somente 04 (3%) nunca tiveram filhos. Nota-se que a maioria dos idosos teve um número alto de filhos o que pode influenciar no fato de muitos não morarem sozinhos, tendo dessa forma alguém para cuidar. Assim, observa-se que do total dos idosos, 54% moram com alguém da família ou com um cuidador, dos quais a grande maioria vive em domicílios multigeracionais, coabitam com esposo (a) e/ou filhos e/ou genros ou noras. Questionados sobre em que trabalhou ou sua ocupação na maior parte de sua vida 38 (28,8%) idosos respondeu ter tido como ocupação o trabalho na agricultura, 27 (20,5%) foi dona de casa, 25 (18,9%) trabalhavam como autônomo, 13 (9,8%) eram pescador, os demais trabalharam em profissões distintas como juteiro, costureira, maritimo, bordadeira, entre outro. Observa-se que a maioria dos idosos passou a maior parte de sua vida trabalhando em atividades agrícolas, nas quais se destacam o trabalho na agricultura familiar que é a principal atividade e fonte de renda dos ribeirinhos na região amazônica por um longo tempo até estes alcançarem a idade de aposentadoria como trabalhadores rurais, plantando, colhendo e vendendo seus produtos para tirar o sustento de suas famílias. E outra parte passou a maior parte de suas vidas como dona de casa, característica das mulheres as quais eram as principais responsáveis pelas atividades de casa e seus esposos por ajudar no sustento através de atividades agrícolas ou remunerada. Sobre as condições de saúde dos idosos, onde 98 (74,2%) declararam possuir algum problema de saúde. Sendo que 49 (37,1%) possuem Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS, 30 (22,7%) Diabetes, 20 (15,2%) Osteoartrose e 44 (33,4%) possuem outros problemas de saúde, tais como catarata, problema de Colesterol Alto, Gastrite, Anemia, Tonturas, Litíase biliar, Tuberculose, Alteração de próstata, hérnia umbilical, etc. Nota-se que os problemas vivenciados pelos idosos entrevistados, são os mesmos dos pesquisados em outras regiões do país, inclusive citando as mesmas doenças, como a Hipertensão Arterial Sistêmica, o Diabetes Mellitus e a Osteoartrose. No entanto essas condições de saúde podem ser menos assistidas ou estar em condições agudas, serem agravadas pela falta de serviços de saúde disponível na localidade, como as alterações fisiológicas especifica do envelhecimento que necessitam de profissionais qualificados e que saibam cuidar desses casos. O idoso pode ter dificuldade para acessar serviços básicos de saúde devidos sua condição de saúde e socioeconômica, não tendo acesso direto e rápido aos serviços de saúde, levando-o ao agravamento dos casos ou não tratamento adequado. Quanto ao serviço de saúde que costuma utilizar, 94 (71,2%) dos idosos utilizam os serviços oferecidos pela Unidade Básica de Saúde – UBS do local onde residem, 21 (15,9%) costumam utilizar os serviços de um dos dois hospitais da cidade, 09 (6,8%) usam os serviços oferecidos pela Estratégia Saúde da Família e apenas 08 (6,1%) dos idosos entrevistados não utiliza nenhum tipo de serviço de saúde público ou privado. Questionados se realizavam uso de algum medicamento apenas 86 idosos responderem sim, que utilizavam medicamentos, uns para controle de doenças como Diabetes e Hipertensão e outros utilizam como paliativos, apenas para alivio de dores ou outra sintomatologia. Observou-se durante a pesquisa que os medicamentos mais utilizados pelos idosos são para controle da Hipertensão Arterial e do Diabetes, outras medicações citadas por eles são utilizadas para o alivio da dor, talvez seu uso seja pelo aparecimento de dores reumáticas e osteoarticular. O desenvolvimento deste possibilitou ainda identificar as peculiaridades da população estudada e identificar os principais agravos na população idosa pesquisada, além de contribuir para o planejamento de estratégias diferenciadas no trabalho da equipe de Saúde e políticas de saúde adequadas para os idosos no local de pesquisa. Contudo observa-se um número significativo de idosos com doenças crônicas não transmissíveis, os quais precisam de estratégias voltadas para melhorar sua condição de saúde, assim como chamar atenção para um cuidado diferenciado junto à equipe da Estratégia Saúde da Família, em olhar multidisciplinar para a qualidade na saúde do idoso.


Palavras-chave


Idoso; Estratégia Saúde da Família; Enfermagem