Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Mortalidade perinatal: revisão integrativa da literatura
Layana de Souza Rebolças, Ilse Sodré da Mota, Maria Suely de Souza Pereira, Semírames Cartonilho de Souza Ramos, Ivonne Canseco Canales, Nair Chase da Silva, Maria do Livramento Prata, Arinete Véras Fontes Esteves

Última alteração: 2018-05-30

Resumo


Apresentação: A importância teórica é legitimada pela utilidade prática essencial a todas as áreas da ciência. Todavia, o tema sobre mortalidade perinatal, tem sido recomendado como o mais apropriado indicador para a análise da assistência obstétrica e neonatal de utilização dos serviços de saúde, de modo a dar visibilidade ao problema e propiciar a identificação das ações práticas de prevenção para o alcance da redução dos elevados números apontadas por esse índice. Diante disso, o estudo tem como objetivo identificar nas evidências científicas os principais fatores relacionados à mortalidade perinatal, retratando os aspectos que provocam mudança no cenário atual, no sentido de potencializar a prevenção e reduzir os indicadores

Desenvolvimento: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, com intenção de investigar nos artigos científicos sobre mortalidade perinatal, publicados entre os anos de 2013 a 2017. O método utilizado, propõe um processo de sistematização de resultados de pesquisas primárias, afim de analisar os dados e desenvolver uma síntese do conhecimento. Para nortear o estudo foi criada a seguinte questão norteadora: Quais são os principais fatores relacionados à mortalidade perinatal no período de 2013 a 2017? As buscas foram realizadas em novembro/2017, utilizando artigos científicos disponíveis em português e inglês, nas bases de dados BDENF, MEDLINE e LILACS. Para a busca, foram utilizados os seguintes descritores: “Mortalidade Perinatal”, “Óbito fetal” e “Óbito neonatal precoce”, para a busca avançada destes descritores nas bases foi utilizado o operador booleano AND.

Resultados e método do estudo: Seguindo os critérios de inclusão e exclusão para esta revisão, foi selecionado uma amostra de 11 artigos ao total. Após a busca dos dados, obteve-se 11 artigos, para facilitar a compreensão, os artigos selecionados foram identificados numericamente (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10e 11). Dos 11 artigos examinados, seis (54,5%) foram extraídos da base de dados LILACS, três (27,3%) da MEDLINE e dois (18,2%) da base de dados BDENF; quanto ao país de publicação nove (81,8%) foram publicados no Brasil, enquanto que dois (18,2%) foram publicados na África, os artigos foram distribuídos por ano de publicação, sendo três (27,3%) em 2013, dois (18,2%) em 2014, um (9,1%) em 2015, dois (18,2%) em 2016 e três (27,3) no ano de 2017. Os estudos são todos do tipo descritivo.  Todos os 11 artigos, se padronizam em apontar que vários inquéritos foram realizados para obter uma explicação para tal fato e apontaram diversos motivos como: o trabalho de parto prematuro, a malformação fetal, a gestação múltipla na gestação atual, além de prematuridade, muito baixo peso ao nascer e índice de apgar menor que sete no quinto minuto de vida. Além de problemas relacionados à assistência materno-infantil. Os estudos primários incluídos de uma sete foram agrupados na primeira categoria, pois pesquisaram problemas relacionados à assistência pré-natal, parto, nascimento e acesso aos serviços, observando aspectos sociodemográficos e relacionados à gestante e a gestação como fatores predisponentes do risco de óbito perinatal. Impede salientar, a participação da Enfermagem nas produções científicas desta categoria, onde quatro publicações foram em revistas de enfermagem, duas em revistas de saúde pública, e um em jornal pediátrico. Desse modo, as Pesquisas contempladas pela primeira categoria, evidenciam de forma unânime a necessidade de melhorar a assistência a gestante e ao recém-nascido, e mesmo sendo realizadas com metodologias diferentes, elas confirma e reconhecem a necessidade de haver intervenção com estratégia de enfrentamento para a redução da taxa de mortalidade perinatal.

Quanto as Pesquisas primárias classificadas na segunda categoria que abrange de 8 a 11, pois pontuaram como principais fatores responsáveis pelos óbitos perinatais a prematuridade, partos vaginais, asfixia intraparto, malformações congênitas, imaturidade e as afecções, as publicações referentes a esta categoria foram três em revistas de enfermagem e apenas um em revista de saúde pública. Os estudos primários incluídos nesta revisão sugerem como recomendações: 1) melhoria da assistência materno-infantil, assegurando o acesso oportuno da gestante e neonato a serviços de qualidade; 2) consulta de pré natal de qualidade com controle dos riscos e melhoria da assistência ao parto;3) necessidade de investimentos direcionados para os serviços de saúde, a formação profissional e a informação das mulheres e da sociedade como um todo;4) atenção ao pré-natal de qualidade, de forma integral,  condições biológicas e socioeconômicas para as mães; 5) Fortalecimento da adesão ao pré-natal,  melhora da estrutura do programa, garantia do transporte da equipe da Estratégia Saúde da Família, e o preenchimento de documentos incompletos (fichas de investigação de óbitos e declarações de óbito); 6) uso de cuidados pré-natais, de mosquiteiro devido a malária e suplementação de ferro durante os três primeiros meses gravidez;7) necessidade de uma busca mais aprofundada da causa da morte;. E os estudos da categoria B: 8) identificação de fatores de risco para auxiliar no planejamento de ações para consolidação da rede perinatal, implementação de programas específicos devem ser incentivados na busca de resultados perinatais expressivos, como a redução da mortalidade neonatal;9) atenção especial nos serviços de saúde de pré-natal, parto e puerpério, intervenções de qualidade  em tempo oportuno; 10) mostra que é elevada a ocorrência de óbitos fetais e neonatais entre as pacientes com near miss materno; 11) necessidade de planejamento e execução de ações para promoção da saúde aponta a necessidade de planejamento e execução de ações para promoção aponta a necessidade de planejamento e execução de ações para promoção da saúde e prevenção dessa mortalidade da saúde.

Conclusões: É necessário avaliar a qualidade dos estudos, para fazer o devido apontamento do que deve ser melhorado para a mais perfeita compreensão dos achados e então propor sugestão de intervenção, no que diz respeito ao problema investigado. Nesse sentido, foi observado que as taxas de mortalidade perinatal no Brasil e na África do Sul são ainda muito elevadas, mas que podem ser prevenidas por meio de ações políticas voltadas e direcionadas para a promoção e a prevenção deste agravo à saúde pública. Foi também considerado que a correta atuação dos enfermeiros pode contribuir significativamente para a identificação de todos estes fatores, possibilitando o acompanhamento durante o pré-natal, parto e nascimento com qualidade, bem como a qualidade das informações. Portanto, recomenda-se que a investigação dos óbitos perinatais, deve ser incentivada por meio de estudos em nível local e regional, em virtude da grande diversidade dos eventos observada em todos os estudos. Nesse contexto, a classificação de Wigglesworth representa uma proposta a ser incorporada nos serviços de saúde de análise simples, com enfoque na evitabilidade dos óbitos perinatais e em sua relação com a qualidade da assistência, o que pode facilitar o monitoramento para planejar as intervenções que mudarão todo este catastrófico cenário de mortes perinatais e, que de fato, possam ser aplicadas transcendendo a simples e repetidas indicações de solução para o problema, como é feito em todos os estudos abordados como objetos desta pesquisa.


Palavras-chave


Mortalidade perinatal; óbito fetal; óbito neonatal precoce.