Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
CURSO TÉCNICO EM GERÊNCIA DE SAÚDE: UMA ABORDAGEM REFLEXIVA PARA O FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
Valdirene Silva Pires Macena, Catiucia Aparecida Silva, Halex Mairton Barbosa Gomes e Silva, Nagele Maria Garcia Hadid, Renata Moraes Correa, Silvana Aparecida Ferraz, Valdinei Pereira de Souza, Pedro Augusto Pacheco de Miranda, Deisy Adania Zanoni, Davi de Oliveira Santos

Última alteração: 2018-05-22

Resumo


INTRODUÇÃO A Atenção Básica (AB) é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. A Atenção Básica é considerada a principal porta de entrada e centro de comunicação das Redes de Atenção à Saúde (RAS) e ela oferta integralmente e gratuitamente os serviços de saúde a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e condicionantes de saúde. Portanto, para melhorar a qualidade dos atendimentos prestados aos usuários na Atenção Básica, o Ministério da Saúde criou o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ - AB) com o objetivo de incentivar os gestores a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) por meio das equipes de Atenção Básica à Saúde. A meta do programa é garantir um padrão de qualidade por meio de um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde. Para a consolidação os trabalhos realizados aos usuários no Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ - AB) eleva os recursos do incentivo federal para os municípios participantes, que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento. Neste contexto, denota-se que para ser gerente, se faz necessário planejar, controlar e avaliar a implementação de programas de saúde para atender de forma integral e equânime todos os usuários do Sistema Único de Saúde. Quando os gerentes em saúde são capacitados eles adquirem autonomia para gerenciar os serviços e as unidades de saúde de forma mais humanizada, colaboram para desenvolver projetos de gestão em saúde, realizam estudos de custos e viabilidade, realizam previsão e provisão do sistema de estoque, compras e distribuição de material sem causar desperdícios aos cobres públicos e alimentam estatísticas de indicadores de saúde. OBJETIVO Motivar os gerentes em saúde a realizarem o curso de capacitação para reestruturar o Sistema Único de Saúde de forma empreendedora para inovar as ações de coordenação e gerência das unidades de saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA Trata-se de um relato de experiência vivenciado por 07 docentes do Curso Técnico em Gerência de Saúde e por 03 avaliadores do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ - AB) no Estado de Mato Grosso do Sul. RESULTADOS E/OU IMPACTOS Compreende-se que gerenciar as unidades de saúde na Atenção Básica não é uma tarefa fácil porque exige preparo prévio dos profissionais de saúde que irão atuar como gerentes nos estabelecimentos de saúde que prestam ações e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS. Para ser gerente em saúde, o profissional necessita receber instruções para consolidar melhorias nas unidades, diminuir gastos públicos, reduzir a insatisfação dos usuários, conhecer as particularidades do Sistema Único de Saúde e saber direcionar os usuários de alta e média complexidade às Redes de Atenção à Saúde. Sabendo das competências e habilidades exigidas para o cargo de gerência em saúde, verificou-se nas observações que os gerentes inseridos na Atenção Básica no Estado de Mato Grosso do Sul, enfrentam vários nós-críticos: 01) Os cargos de gerência são por indicação política; 02) Conforme a gestão municipal há uma grande rotatividade de gerentes; 03) Embora a Secretaria de Estado de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul ofertar gratuitamente o Curso Técnico em Gerência de Saúde à comunidade, observa-se nos cursos que não há o interesse dos gerentes das unidades em participar. Este fato é um aspecto negativo para fortalecera Atenção Básica de Saúde no Estado porque gerenciar não é apenas representar a unidade, mas sim, conhecer como funciona o Sistema Único de Saúde na íntegra, compreender que para promover, proteger e recuperar a saúde dos usuários e realizar o controle social é preciso conhecer as Leis Orgânicas do SUS: 8.080/1990 e 8.142/1990, buscar implantar a Política Nacional de Humanização (PNH) no dia-a-dia de trabalho, estar compromissado com a sua comunidade, saber realizar Educação em Saúde aos usuários mais vulneráveis ao risco de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Doenças Crônicas Não Transmissíveis, identificar as atribuições de cada profissional de saúde. Enquanto avaliadores do PMAQ observou-se que a figura do gerente nem sempre existe na Atenção Básica, e, quando tem o gerente a maioria das vezes são cargos políticos. Ao avaliar as unidades, notou-se pouco preparo e interesse do mesmo em relação as suas funções, gerando certo comodismo e falta de comprometimento em buscar capacitações, treinamentos e oficinas que viriam com o intuito de elucidar o seu papel enquanto gestor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Espera-se que através do curso de capacitação, os gerentes técnicos em saúde, recebam uma formação adequada voltada à saúde pública, adquirindo uma maior compreensão dos desafios a serem enfrentados e de uma gestão transparente, compreendo a necessidade do emprego correto dos recursos financeiros e de recursos humanos sempre levando em consideração o cliente que receberá o resultado desta boa gestão em formato de uma assistência humanizada, esperando também uma gestão participativa que envolva toda a equipe nas tomadas de decisões, pensando sempre no coletivo, na equipe multiprofissional que tem muito a contribuir no processo de gerenciamento das unidades de saúde, e o gestor que não se põe no papel de chefe, mas, que se coloca como líder, saberá utilizar de todos os recursos a ele disposto empregando da melhor maneira, criando um ambiente prazeroso para o desempenho de suas funções, valorizando a sua equipe, criando empatia e demonstrando cuidado com a satisfação do servidor e não apenas dos usuários, levando sempre em consideração a participação popular através dos conselhos, sendo assim refletirá em uma gestão que servirá de exemplo a seu município, estado e a nível federal, pois bons exemplos de gestão devem ser multiplicados, e procurando sempre aprimorá-los.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Portal Saúde, 2012. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_pmaq.php>. Acesso em: 15 dez. 2017.

BRASIL. Portaria nº. 1.645, de 2 de outubro de 2015. Dispõe sobre o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 out. 2015. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=legislacoes/pmaq>. Acesso em: 15 dez. 2017.

BRASIL. Portaria nº. 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, seção 1, nº 183, set. 2017. p.68.



Palavras-chave


Gerente em saúde; Atenção Básica; Curso de capacitação.