As mulheres de outrora foram excluídas de tudo e qualquer atividade social, cultural, política e econômica na sociedade. Nasciam predestinadas ao casamento, ao cuidado doméstico e criação dos filhos, além de total submissão ao marido. No Brasil, a luta das mulheres por direito, em especial ao direito a saúde pública, foi de suma importância para a população, assim como para o movimento feminista. A história de lutas e conquistas dessa categoria, por meio dos movimentos sociais marcou o início de uma nova era para a sociedade brasileira. A participação das mulheres diretamente ligadas aos movimentos sociais, desenvolvidos desde os anos de 1930 a 1970, trouxe consigo a conquista não só do direito ao voto, como também direitos por um serviço de saúde voltado as suas particularidades. Nesse sentido, esta pesquisa teve por objetivo analisar as condições de acesso de mulheres aos serviços de saúde voltados à prevenção do câncer de colo uterino, ofertados no Centro de Saúde Irmão Francisco Galliani, no município de Parintins/AM. Nesse contexto os objetivos específicos foram: contextualizar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da mulher (PNAISM) no Brasil e no território parintinense; caracterizar as ações desenvolvidas no Centro de Saúde Irmão Francisco Galliani quanto a prevenção do câncer do colo de útero, em Parintins/AM; problematizar a partir da visão dos profissionais e das mulheres usuárias as condições de acesso aos serviços de saúde voltados a prevenção do câncer de colo uterino no Centro de Saúde Irmão Francisco Galliani. Os sujeitos da pesquisa foram dez mulheres usuárias do Centro de Saúde Irmão Francisco Galliani, com faixa etária de 18 a 57 anos de idade e oito profissionais da saúde da referida instituição, que foram entrevistados num período de três meses. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados formulários de entrevista semiestruturada. O estudo pautou-se na pesquisa bibliográfica, documental e de campo de natureza qualitativa e utilizou-se o método dialético. Quanto aos resultados da pesquisa constatou-se o quanto a saúde pública brasileira e parintinense ainda não foi contemplada com políticas de saúde efetivas, precarizando a oferta e o acesso aos serviços de saúde relativos a prevenção do câncer do colo uterino, os quais passam a ser seletivos e descontínuos, no centro de saúde pesquisado. Isto é reflexo do projeto neoliberal de Estado mínimo e mercado máximo, o qual sucateia e minimiza as políticas sociais brasileiras, em especial as políticas voltadas à saúde da mulher.