Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Educação permanente com a equipe de enfermagem de um Hospital Público Oncológico: um relato de experiência
Eliene do socorro da silva Santos, ana kedma correa pinheiro, BRUNNA SUSEJ GUIMARÃES GOMES, ANA PAULA REZENDES DE OLIVEIRA, GABRIELA EVELYN ROCHA DA SILVA, WILSON DAVI VAZ MATOS, IRANETE PEREIRA RIBEIRO GRANDE, William Dias Borges

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


Apresentação: O elo existente entre a educação e a profissão da enfermagem evidencia, sobretudo, que as atividades desempenhadas por esses profissionais também estão intimamente vinculadas às ações educativas, o que reflete a importância de uma contínua sensibilização desse grupo quanto à valorização do aprendizado, com vistas à melhoria da qualificação profissional. Os processos educativos assumem um papel de grande relevância para o desenvolvimento dos profissionais, a exemplo de capacitações, treinamentos, cursos, palestras, rodas de conversa, dentre outros, pois, são capazes de possibilitar uma gama de conhecimentos em diferentes aspectos, bem como transformações na conduta do trabalhador e no processo de trabalho. Em 2009, o Ministério da Saúde anuiu a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Essa medida, que passou a ser inserida também ao Sistema Único de Saúde, estabelece que as propostas educativas direcionadas aos profissionais da saúde se façam a partir de problemáticas e desafios ocorridos em seu próprio cotidiano, a fim de gerar impactos positivos na organização do serviço e na qualidade da assistência. Considera-se que as práticas de educação, entre elas, a Educação Permanente em Saúde nas instituições, muitas vezes propiciam um novo olhar aos profissionais, levando-os à observação e a auto-reflexão, e consequentemente ao incremento de suas competências e habilidades de forma dinâmica e interativa. Deste modo, a pesquisa teve como objetivo descrever a experiência da realização de uma educação permanente, na forma de roda de conversa, coma equipe de enfermagem de um Hospital Público Oncológico de Belém- PA. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um relato de experiência realizado na clínica hematológica de um Hospital Público Oncológico da região metropolitana de Belém – PA no período de abril de 2017, durante os turnos matutino e vespertino. A atividade foi desenvolvida por quatro acadêmicas do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Pará, correspondente ao término de suas aulas práticas do componente curricular Enfermagem nas Clínicas Médica e Cirúrgica. O posto de enfermagem foi o locus onde se concretizou a ação, sendo autorizado e disponibilizado pela enfermeira responsável da clínica. Quanto aos participantes, estiveram presentes oito técnicos em enfermagem e dois enfermeiros (a). O local recebe clientes com diagnósticos de Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin, Leucemia Linfoblástica Aguda, Leucemia Mielóide Aguda e Mieloma Múltiplo, além de oferecer atendimento multiprofissional, tais como, médicos e residentes hematologistas, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeiros e técnicos em enfermagem, com suporte de outras especialidades médicas. Resultados e impactos: Durante a vivência das discentes constatou-se a dificuldade dos técnicos em enfermagem, na ausência do enfermeiro (a), na definição do número de gotas necessárias na administração de soluções medicamentosas por bomba de infusão. Apesar do enfermeiro (a) conter em sua prescrição um espaço destinado a quantidade de gotas que se devia utilizar, formato padronizado na clínica, por vezes, devido à sobrecarga de suas atribuições, o mesmo não encontrava tempo imediato para realizar essa conduta, o que gerava dúvidas aos profissionais técnicos no momento em que precisavam ter definido a velocidade de infusão, levando-os, em certas ocasiões, à cálculos baseados em um conhecimento empírico. Desta forma, foi organizada uma roda de conversa com a equipe de enfermagem no qual, na primeira etapa, foi ressaltada a importância de uma administração correta e segura, com ênfase na velocidade de infusão por via endovenosa, e de que forma isso influência na segurança do paciente. Neste sentido, a Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente Polo RS possui dentre as suas doze estratégias a administração segura de medicamentos, assim como, enfatiza que as falhas relacionadas a terapêutica medicamentosa geralmente estão associadas à erros de prescrição, dispensação e administração, ocorrendo constantemente em âmbito hospitalar. Ressalta entre os aspectos potenciais de risco, relativos aos efeitos adversos medicamentosos, a fragmentação do conhecimento dos profissionais no que diz respeito aos fármacos, como: nomes, reações, interações, vias de administração, velocidade de infusão, diluição e reconstituição. Na segunda etapa da roda de conversa, foi disponibilizada uma tabela de gotejamento para a equipe, a qual foi fixada no posto de enfermagem, a fim de subsidiar na administração dos medicamentos e em uma assistência segura e eficiente. Esse instrumento foi criado pelas organizadoras considerando o volume das soluções utilizadas e a frequência dos horários/tempo estabelecido pela enfermeira. De acordo com o Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos, do Ministério da Saúde, a velocidade de infusão está relacionada a reações adversas, portanto, é imprescindível que se determine a velocidade na prescrição, a fim de evitar, à saúde do cliente, danos que podem ser prevenidos. Desta feita, no geral, consideramos que a discussão abordada teve um bom desenvolvimento e um resultado satisfatório com a equipe da manhã, dado que, o convite se estendeu para que se realizasse com os profissionais que exerciam suas atividades laborais no período da tarde. Toda a equipe de enfermagem, de ambos os turnos, aderiram à atividade desenvolvida, em razão da receptividade e interação dos profissionais, sempre demonstrando interesse em relação ao que foi proposto. As acadêmicas e a enfermeira orientadora também buscaram esclarecer os questionamentos que surgiram no transcorrer da ação. Quanto aos entraves encontrados, destaca-se o espaço disponibilizado para a realização da prática educativa, pois, o posto de enfermagem era extremamente compacto, o que tornou o espaço desconfortável e inadequado, em virtude da quantidade de pessoas que estiveram presentes. Outro ponto a se enfatizar foi o tempo reduzido para a explanação do tema, em razão de alguns profissionais estarem impossibilitados de permanecerem no local durante todo o curso da atividade, pois precisavam se retirar para o preparo das medicações e/ou realização de procedimentos. Considerações finais: Com isto, no decorrer do trabalho foi possível perceber que os técnicos em enfermagem tinham algumas lacunas de conhecimento a respeito da temática, o que corroborou para a relevância da atividade. Vale ressaltar que a realização da educação permanente em saúde e o instrumento disponibilizado podem propiciar um cuidado mais seguro e, consequentemente, um menor risco a integridade do paciente oncológico. Além de colaborar para uma assistência de enfermagem em que os cuidados prestados sejam realizados com qualidade e embasados em conhecimentos técnico-científicos em todas as suas etapas.


Palavras-chave


Palavras chaves: educação continuada; educação em saúde; equipe de enfermagem