Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O parto normal humanizado no Brasil: uma revisão integrativa da literatura
Mariana Borges Sodré Lopes, Rebeca Fernandes Mariano, Catilena Silva Pereira, Maikon Chaves de Oliveira, Marcela de Oliveira Feitosa, Ana Maria da Costa Teixeira Carneiro, Floriacy Stabnow Santos, Fernando Luiz Affonso Fonseca

Última alteração: 2018-05-16

Resumo


Introdução: Considera-se parto humanizado, quando a mulher retoma ao controle do seu parto. Neste, o atendimento é centrado na mulher, no qual é tratada com respeito, podendo escolher seu acompanhante, utilizar métodos para alívio da dor, como banhos de água morna e massagens. As intervenções farmacológicas, como por exemplo, ocitocina, e a episiotomia acontece somente quando é estritamente necessário. Com isso, a enfermagem carrega como um dos seus princípios a humanização do seu atendimento, seja na saúde da mulher, da criança, do adulto ou idoso, priorizando o atendimento holístico e individualizado. Visto isso, a Política de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), instituída em 2000, tem como missão diminuir a morbimortalidade materna e infantil, visando o aumento do número de parto normal, de forma humanizada. Entretanto, regiões como o Sudeste, segundo DATASUS, ainda possui um elevado índice de parto cesáreo. Objetivo: Analisar, a partir da revisão integrativa, o atendimento prestado pela equipe de saúde, especialmente da enfermagem, de algumas regiões do Brasil, distinguindo aquelas que se adaptaram ao PHPN. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa, que buscou evidenciar e discutir acerca das produções sobre o tema parto normal humanizado, publicados nacionalmente entre janeiro de 2011 a fevereiro de 2016, a partir de publicações científicas de enfermagem indexadas na base de dados Medical Literature on Line (MEDLINE), Literatura da América Latina e Caribe (LILACS), Revista Brasileira Materno Infantil, Revista Mineira de Enfermagem (REME), Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste (RENE), Scientific Electronic Library Online (SCIELO). É válido ressaltar que os critérios de inclusão para realização do estudo foram: pesquisas publicadas em formas de artigos nacionais, que investigaram o tratamento que as parturientes receberam em algumas regiões do Brasil, publicados no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2016, em pesquisa qualitativa. Quanto aos critérios de exclusão, estes incluíram os estudos que não abordavam os procedimentos realizados na parturiente, pela equipe de plantão e de abordagem quantitativa. Pretendeu-se com a realização do estudo, fornecer conhecimento para os profissionais de saúde em geral, especialmente para os enfermeiros e a comunidade, sobre a importância de se adaptarem ao parto normal humanizado, de modo a garantir ao binômio mãe-filho segurança, conforto e bem-estar. Resultados e Discussão: A amostra desta revisão integrativa totalizou 10 artigos, dos quais 04 (40%) foram encontrados na base de dados SCIELO, 02 (20%) na BVS, 02 (20%) na REVISTA ELETRÔNICA GESTÃO & SAÚDE, 01 (10%) na REVISTA ENFERMAGEM UPE, 01 (10%) na REVISTA DE ENFERMAGEM UFSM. Quanto às regiões em que foram realizadas pesquisas sobre o parto humanizado, pode-se observar que, o desenvolvimento destas predominou na região Nordeste com 03 estudos realizados no Piauí e 01 no Ceará. Assim, no Piauí no ano de 2016, Ribeiro et al publicou dois artigos na Revista Eletrônica Gestão & Saúde, sendo um sobre a assistência ao parto normal sob o olhar da parturiente,e o outro a cerca da avaliação da assistência ao parto normal em uma maternidade pública, publicado na revista supracitada. No ano de 2014, outro estudo foi realizado no Piauí, sendo ele: Percepção de puérperas sobre a assistência á saúde em um centro de parto normal, publicado na Revista de Enfermagem da UFSM, também produzido por Ribeiro e colaboradores, como pode ser observado na tabela 1. No Ceará, apenas 1 artigo foi publicado no ano de 2013 sobre a  Humanização do parto e nascimento: acolher a parturiente na perspectiva dialógica de Paulo Freire na revista de Enfermagem em UPE. Na região Sudeste, 02 artigos foram publicados no ano de 2013. Um dos estudos foi realizado no Rio de Janeiro por Guida et al, tendo como tema: o ambiente de relaxamento para humanização do cuidado ao parto hospitalar, publicado na Revista Mineira de Enfermagem. E em São Paulo, publicado no Caderno de Saúde Pública por Jamas et al abordando a narrativa de mulheres sobre a assistência recebida em um centro de parto normal. Na região Sul apresenta-se com 02 artigos publicados, sendo um no Paraná, no ano de 2011, com abordagem no Parto humanizado e tipo de parto: avaliação da assistência oferecida pelo Sistema Único de Saúde em uma cidade do Sul do Brasil, publicado por Nagahama et al na Revista Brasileira Saúde Materno Infantil. Em seguida, no ano de 2013, no Rio Grande do Sul, exposto por Silva et al, no Texto Contexto Enfermagem, como tema o discurso e a prática do parto humanizado de adolescente. Na região Centro-Oeste, em Brasília com 01 artigo publicado em 2011 por Busanelo et al, exposto na Revista Brasileira de Enfermagem, tendo como tema: a atenção humanizada ao parto de adolescente: análise das práticas desenvolvidas em um Centro Obstétrico. Quanto à formação dos autores, 09 (90%) artigos foram publicados por enfermeiro e/ou acadêmicos de enfermagem, sendo apenas 01 (10%) por médico.  Diante destes resultados, percebe-se que a Enfermagem está mais preocupada com o cuidado que as gestantes estão recebendo, principalmente, no parto. Nisto, ela vem resgatando a idéia do parto normal humanizado, proporcionando meios para um parto mais humano, além de criar elo entre a parturiente, o profissional e a família.  A análise crítica dos estudos selecionados possibilitou constatar que no Brasil, já existem maternidades que realizam procedimentos humanísticos com as parturientes, como no Rio de Janeiro, onde a equipe de enfermagem criou uma sala de relaxamento que utilizava métodos não-farmacológicos para auxiliar as gestantes na hora do parto.  Por outro lado, verificou-se também que algumas maternidades ainda são pautadas em práticas consideradas desrespeitosa à saúde da mulher pelo Ministério da Saúde. No entanto, constatou-se também a relevância dos profissionais da área da enfermagem no tratamento humanizado, visto que houve relevantes estratégias desenvolvidas por tais profissionais para melhorar o atendimento da gestante na hora do parto, evidenciado assim que o processo de humanização traz grandes benefícios ao binômio mãe-filho. Assim, levando em consideração essa prática da equipe de enfermagem, é importante destacar que 90% das publicações deste artigo foram realizados por profissionais da enfermagem. Nisto, pode-se destacar que a enfermagem esta diretamente relacionada ao cuidar humanizado. Conclusão: Conforme o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN) para atender o modelo de humanização do parto, cabe às maternidades do Brasil se adaptar a este novo processo. Diante disso, pontua-se a necessidade dos gestores de saúde das três esferas do governo, bem como aos profissionais de saúde que atuam nas maternidades, proporem estratégias que visem diminuir a morbimortalidade infantil e materna do país, bem como, reduzir o número de procedimentos invasivos e desnecessários, que embora tradicionalmente realizados não trazem benefícios para o binômio mãe-filho, e que com freqüência, acarretam maiores riscos a ambos.


Palavras-chave


Gestantes, Trabalho de Parto, Parto Humanizado.