No século XX a saúde surge como “questão social” em paralelo à emergência do trabalho assalariado principalmente com o processo de industrialização, a partir da década de 1930. Após esse período, as relações e interesses sociais se desenvolveram diante dos moldes capitalistas, inclusive a saúde. Essa última passa a ser considerada como direito universal a partir da Constituição Federal de 1988, compondo junto a Previdência e Assistência Social o tripé da Seguridade Social Brasileira. No entanto, a implantação do projeto Neoliberal no Brasil tem sido responsável pelo sucateamento e minimização dos direitos humanos, sociais e trabalhistas, precarizando as políticas sociais, em especial as de saúde. Este estudo visa refletir acerca da atuação do assistente social no Hospital Municipal de Oriximá – HMO/PA, destacando o trabalho desenvolvido pelo respectivo profissional na área da saúde deste município. Inicialmente realiza-se uma discussão sobre a saúde no Brasil, bem como um panorama das transformações no mundo do trabalho com o foco para atuação do assistente social no âmbito da saúde. Posteriormente destaca-se a o exercício profissional do Assistente Social no Hospital Municipal de Oriximiná/PA, identificando os desafios, legitimidade e perspectivas presentes no campo de atuação. O sujeito da pesquisa foi a Assistente Social da referida instituição, e como instrumento de coleta de dados utilizou-se as entrevistas semiestruturadas. O estudo pautou-se na pesquisa bibliográfica, documental, de campo, de natureza qualitativa e utilizou o método dialético. Os resultados da pesquisa apontaram situações adversas às quais acometem o cotidiano de trabalho do assistente social entrevistado. Essas estão refletidas nos desafios encontrados pela profissional, como por exemplo, na transferência dos usuários da instituição para as sedes, Hospital Municipal e Regional de Santarém, além da ausência de documentos dos pacientes, o que dificulta, retarda e precariza o atendimento ao usuário dos serviços de saúde da Instituição. Quanto à legitimidade identificou-se uma prática profissional voltada ao viés conservador da profissão, o que implica no reconhecimento da própria identidade profissional, sobretudo na relação que se deve estabelecer com o usuário dos serviços, enquanto público alvo prioritário das políticas públicas de saúde. Em relação às perspectivas futuras no seu campo de atuação constatou-se a ausência de posicionamento político profissional por não se reconhecer como sujeito inserido nas relações de trabalho precarizadas que se revelam por meio da rotatividade profissional, ausência e/ou insuficiência de capacitação profissional por parte da gestão local, atividades de trabalho seletivas, descontínuas entre outros. Portanto, apesar dos avanços significativos na área da saúde no Brasil, essa vem sofrendo de forma intensa os impactos negativos do projeto neoliberal o qual sucateia as políticas sociais, os serviços de saúde, as condições de trabalho e salários dos profissionais da área da saúde, sobretudo em Oriximiná/AM. Isto é reflexo de um Estado Mínimo para a população e Máximo para o Mercado, o qual fragiliza e precariza os serviços ofertados a população usuária, tornando as políticas de saúde e os serviços seletivos e focalizados.