Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2018-05-03
Resumo
Introdução: A sífilis congênita é sem dúvida um indicador da qualidade da assistência pré-natal, já que é um agravo de saúde passível de prevenção por meio da identificação e tratamento adequado das gestantes infectadas e seu parceiro sexual ainda no pré-natal. E quanto antes for feito o diagnóstico da sífilis na gestação, menor será a chance de haver transmissão vertical para o concepto, desde que o tratamento seja feito corretamente e monitorado através dos testes sorológicos para sífilis. Acredita-se que anualmente ocorram aproximadamente cerca de 12 milhões de casos novos de sífilis congênita no mundo e que pelo menos meio milhão de crianças nasçam com a forma congênita, assim como a sífilis em gestantes, causem milhões de abortos, natimortos e malformações congênitas, sendo um grave problema de saúde pública, principalmente em países emergentes. Objetivo: Determinar a incidência sífilis congenita em uma maternidade pública de referência para a região sudoeste do estado do Maranhão, localizada em Imperatriz-MA. Métodos: Estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado de janeiro a dezembro de 2014. Dados obtidos a partir das fichas de notificação do serviço de vigilância epidemiológica do Hospital Regional Materno Infantil de Imperatriz-MA, maternidade pública de referência para toda região. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Maranhão sob o parecer nº 161.895. Resultados e Discussão: O número de nascidos vivos em 2011, 2012, 2013 e 2014 foi respectivamente 6.132; 5.825; 6.155 e 6.465 crianças. Nos mesmos anos foram notificados 88; 71; 40 e 66 casos de sífilis congênita respectivamente. Encontrou-se que a incidência da sífilis congênita em 2011 foi 9,62 casos para cada 1.000 nascimentos. Em 2012 a incidência foi 11,9; em 2013 a incidência foi 6,4 e em 2014 10,2 por cada 1.000 nascimentos. A sífilis congênita é um grave problema de saúde pública, principalmente em países emergentes. Apesar do Ministério da Saúde ter proposto a eliminação da sífilis congênita até meados do ano de 2000, tal objetivo não foi alcançado, tampouco a meta de 1 caso para cada 1.000 nascidos vivos, uma vez que a ocorrência de sífilis congênita na maternidade pública de Imperatriz-MA foi superior a meta preconizada pelo Ministério da Saúde. É importante que a detecção dos casos de sífilis ocorra ainda no pré-natal, evitando assim a transmissão vertical para a criança. Conclusão: Concluiu-se que a incidência da sífilis congênita na presente casuística está muito acima da recomendação do Ministério da saúde. Diante disso se tornam necessárias medidas efetivas para o fortalecimento de políticas voltadas para a Atenção Básica, uma vez que essa é responsável para prevenir, diagnosticar e tratar os casos diagnosticados na gestação, visto que o processo de prevenção da sífilis congênita é feito por ações simples, eficientes e de baixo custo e dependem do diagnostico da sífilis entre as mulheres gestantes e seus parceiros.