Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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INTERAÇÃO NA COMUNIDADE DE VILA NOVA: PLANEJAMENTO PARA GESTÃO EM SAÚDE
Yasmim Henn, Bárbara Luanna Alves Lira, Edenira Nunes Costa, Wilson Sabino

Última alteração: 2018-05-13

Resumo


INTRODUÇÃO

Em contraponto à atual visão tecnicista na área da saúde, o curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) implementa um modelo diferente no processo de ensino – pesquisa – aprendizado: a interdisciplinaridade, voltada para a atenção integral da saúde com início pelo contato. Visto que de acordo com CUNHA 2009, diálogos e aproximação com a comunidade uma vez que houve uma surpreendente mudança ideológica sobre as populações tradicionais da Amazônia que eram consideradas entraves do desenvolvimento e agora foram promovidas à linha de frente da modernidade.

Referente ao artigo, Oliveira, TRB (12/12/2006), designa interdisciplinaridade como uma base formada de disciplinas interligadas entre si, desenvolvendo um ciclo de aprendizagem, cujo objetivo consiste na identificação de um problema e, através deste fazer um levantamento das possíveis saídas teóricas e de políticas básicas para sua solução. A interdisciplinaridade na saúde revela que não somente fatores biológicos, mas sociais, econômicos e culturais influenciam diretamente na saúde de uma população. Existem pontos fundamentais para o profissional da área da saúde, sendo eles: a ampliação do conceito de saúde, a diversificação dos cenários de práticas nas universidades, a aproximação da graduação/formação do profissional com o Sistema Único de Saúde e a educação interprofissional. (CAPOZZOLO, A; CASENO, S; HENZ, A, 2013).

O papel das universidades, acadêmicos, professores, profissionais da saúde e usuários é crucial para protagonizar esse processo e ajudar a atingir os próprios objetivos. É necessário anular o individualismo e entender que quanto mais coletivo for o trabalho maiores são as chances de produzirem bons e satisfatórios efeitos. (CAPOZZOLO, A; CASENO, S; HENZ, A, 2013).

Este trabalho visa relatar o processo de desenvolvimento da interação     acadêmica em relação ao assentamento agroextrativista da comunidade de Vila Nova na região do Eixo Forte.

METODOLOGIA

O componente curricular ofereceu como suporte um texto intitulado “Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia.”, o Decreto N° 8.750 de 9 de Maio de 2016, o texto “Planejamento e gestão em APS.”, o PDA Eixo – Forte, o livro “Decreto que cria Projeto de Assentamento Agroextrativista” e uso de ferramentas online de pesquisa como “Google Earth” e sites de dados demográficos e estatísticas direcionados especificamente a região do Eixo Forte. O foco das aulas ao longo do terceiro semestre foi estudar e elaborar planejamentos de gestão com finalidade direta sobre o aspecto mais relevante a ser solucionado na comunidade de Vila Nova, segundo os diálogos que foram desenvolvidos lá, saber e entender as causas e porque elas aparecem, como relacionam-se entre si, com moradores e na região. O segundo passo foi organizá-las em um diagrama simples e claro e a partir disso desenvolver um profundo estudo de gestão aplicador de respostas que tinham potencial para serem solucionadoras.  Em sala de aula, juntamente aos docentes, os conhecimentos sobre planejamento estratégico e gestão e os dados coletados com os agentes comunitários mais os dados presentes na internet foram unidos e usados para desenvolver um método avaliativo situacional sobre a melhor ação a ser feita na região estudada, analisando em ordem as demandas da comunidade: os números mais incidentes relacionados à doenças e causas de atendimento no posto mais próximo e as maiores reclamações nos aspectos social, econômico, de bem estar e político. Ferramentas simples foram utilizadas para a elaboração dessa etapa de planejamento: coleta de dados em folhas, conversas com o agente comunitário de saúde, pesquisas online e uso de computadores para construção de dados técnicos e organizados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início do estudo elaborar e concluir as tarefas foi visto como um desafio levando em consideração que a etapa a ser concluída no segundo semestre ainda não havia sido fechada.  O clima da região com incidência de chuvas fortes e inesperadas também dificulta o acesso a Vila Nova, tendo observado que as condições de estrada são precárias e a comunicação é mínima, contando também com os acontecimentos externos que envolviam os alunos e os professores em outros assuntos e eventos importantes como a décima quarta conferência municipal de saúde, que ocorreu nas dependências de um dos campis da UFOPA e as reuniões das pré-conferências que eram componentes da conferência municipal. Durante todo o processo de reuniões com docentes, foram dadas as orientações necessárias para elaboração desses documentos situacionais, organizados sempre de acordo com os dados coletados e revisados pelos próprios alunos. Nas rodas de discussões e planejamentos nos dias letivos que se seguiram, foi analisado e dado pontuações para cada problema apresentado pela comunidade do acordo com o grau de emergência visto por eles e o modo de visão de cada aluno acerca deles, para que posteriormente haja uma intervenção direta na comunidade, a fim de solucionar, junto aos comunitários e possíveis parceiros, os problemas encontrados. Durante todo o processo de pesquisa e análise, vivenciar a experiência permitiu a consciência quanto às dificuldades encontradas nas regiões periféricas de Santarém, bem como o melhor conhecimento de sua cultura, fatores que influenciam diretamente na saúde da população. O ver a si no ato de cuidar é buscar desde as experiências em campo, e entender como vivem as populações menos favorecidas da região amazônica.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Participar deste processo de pesquisa e aprendizagem, tornou uma considerável e satisfatória oportunidade para o desenvolvimento e capacitação dos discentes dentro da sua futura área de atuação, uma vez que, através dessas etapas iniciais no meio acadêmico, ocorre a transformação na visão à respeito das práticas em saúde, colocando em exercício futuro uma clínica comum para a população amazônica. Construindo assim, um currículo flexível de futuros profissionais comprometidos no trabalho de ação e defesa à respeito das determinantes sociais de saúde. Em síntese é claro o papel da universidade na saúde integral da região onde está inserida. Para que isso ocorra é necessária a intensa aproximação e interação da comunidade acadêmica com a população, afim de que ocorram trocas de conhecimentos entre ambos os lados, construindo um trabalho conjunto, um currículo flexível de futuros atuantes profissionais da saúde, mais humanizados do que técnicos, compromissados, respeitadores, construtores de uma clínica comum e usuários das práticas que norteiam os princípios básicos do SUS: equidade, universalidade e integralidade

REFERÊNCIAS

Blog.concursosdasaude.com.br/sus-principios-diretrizes-regionalizacao-e-gestao-do-sus/;

DA CUNHA, MARCELA CARNEIRO; DE ALMEIDA, MAURO W. BARBOSA. Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia. São Paulo: Cosac Naify, 2009;

OLIVEIRA, TRB. Artigo especial, Interdisciplinaridade: Um desafio para a atenção integral à saúde. / Rev. Saúde.com 2007; 3(1): 20-27/ publicado em: 12/12/2006

CAPOZZOLO, A.; CASETTO, S.; HENZ, A. Clínica comum: itinerários de uma formação em saúde, São Paulo: Hucitec Editora, 2013. 309 p.

 

 

 

 

 


Palavras-chave


Promoção de saúde; gestão; comunidade