Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Intersetorialidade e promoção de saúde sexual: realização de oficinas com adolescentes de um bairro popular de Salvador-BA
Laio Magno, Lilian Fatima Barbosa Marinho, Sara Menezes, Tatiane Bacelar, Rejane Reis dos Santos, Helen Paes, Cinara Nunes, Gisele Maria de Brito Lima

Última alteração: 2017-12-20

Resumo


Apresentação

A discussão sobre a inclusão da temática da sexualidade nas escolas do ensino médio e fundamental é um debate em aberto no Brasil. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens, por sua vez, enfatiza aspectos relacionados à Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, nos marcos dos Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. Ambos enfatizam, entre outros aspectos as ações educativas e a participação das/os adolescentes como multiplicadores. Tendo em vista estas políticas e a demanda dos Agentes Comunitários de Saúde do bairro de Arenoso, em 2016, desenvolveu-se um projeto de extensão com parceria entre a Universidade Estadual da Bahia (UNEB), duas escolas públicas (ensino fundamental e médio) e uma Unidade de Saúde da Família (USF), ambas localizadas em Arenoso, um bairro popular da cidade de Salvador-BA. O objetivo deste projeto foi realizar ações intersetoriais de promoção da saúde sexual de adolescentes, matriculados nas referidas escolas.

Desenvolvimento do trabalho

A perspectiva da promoção da saúde e dos direitos humanos norteou as ações do projeto. Utilizamos a estratégia de educação em saúde, no contexto escolar, inspirados nas ideias de Paulo Freire sobre a problematização. Trabalhamos quinzenalmente com grupos pequenos de adolescentes e as ações com cada grupo foram realizadas em etapas que compreenderam a sensibilização e levantamento das necessidades dos adolescentes, planejamento, execução e avaliação das oficinas. As temáticas enfatizadas foram: sexualidades, prevenção de IST e HIV/AIDS, empoderamento negro, diversidade sexual e vulnerabilidades percebidas. Foram envolvidos no projeto docentes da universidade, acadêmicas da área da saúde e profissionais de saúde da USF do território.

Resultados

A articulação intersetorial foi uma ação complexa que gerou benefícios importantes para a manutenção da discussão da temática de promoção de saúde para adolescentes na equipe de saúde da USF e nas escolas do território. Todavia, tivemos dificuldades na articulação com os professores da escola, pois estes não ficavam durante a realização das oficinas. Outra questão importante foi a violência no bairro, que nos fez cancelar algumas oficinas e a não trabalhar com temáticas como o uso abusivo de substâncias psicoatividas. A participação de estudantes universitárias foi um elemento facilitador no diálogo com os estudantes das escolas.

Considerações finais

A realização das oficinas motivou o desenho de uma pesquisa que será realizada com o objetivo de compreender a experiência de sexualidade de adolescentes matriculados nestas escolas e descrever a percepção de adolescentes sobre as atividades educativas implementadas pelo projeto. Além disso, buscaremos estratégias para envolver as/os docentes das escolas visando participação mais ativa no processo de planejamento das oficinas e garantia de maior adesão destes sujeitos às ações do projeto.