Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
Tamanho da fonte: 
CATEGORIA DA EXPOSIÇÃO RACIAL AO HIV/AIDS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO NA PARAÍBA
Joanna Angelica Araujo Ramalho, Ivoneide Lucena Pereira, Silvia Regina Rodrigues Leite, Sandra Aparecida Almeida, Edja Analia Rodrigues de Lima, Jordana Almeida Nogueira, Renata olivia gadelha Romero, Evandro Batista Almeida, Fabio Targino

Última alteração: 2018-01-15

Resumo


APRESENTAÇÃO: Na contemporaneidade brasileira, mesmo de forma velada ou explicita, a concepção da supremacia racial branca têm forjado cenários de desigual de no acesso a informação, a bens materiais e também na construção de uma identidade vinculada do papel social herdado do Darwinismo Social, em conjunto com a antropologia e a etnografia do século XIX conforme testifica Hobsbawn (1977, p.84). Do mito da supremacia racial surgiram diversificadas formas de exploração do homem negro e da mulher negra, que passaram a ser utilizados como meio de capitalização econômica e também de satisfação sexual, colocando-os em situação de vulnerabilidade social. Tal realidade é proeminente na busca de compreender como se dão as práticas sexuais desprovidas de mecanismos de segurança contra a infecção pelo vírus HIV neste grupo, que historicamente têm sido negligenciados pelas estratégias pedagógicas baseadas na concepção da “democracia racial”, que nega a existência de desigualdades sociais entre as raças no Brasil. Souza (2006, p.35) afirma que “a invisibilidade social do afro-brasileiro manifesta-se, ainda, na incapacidade de enxergá-lo fora dos papéis sociais a ele destinados pela sociedade”. Observa-se que nos últimos nove anos a epidemia de HIV/Aidspropagou-se na população negra, somadaaos pardos e pretos, devido a negação da cor preta por parte dos mesmos no momento da coleta de dados, tem como objetivo conhecer a proporção de casos de HIV/Aids segundo  a categoria raça na Paraíba. DESCRIÇÃO: Tratou-se de um estudo retrospectivo, transversal, descritivo e com abordagem quantitativa, baseado nas informaçõesdos registros de casos de infecção pelo HIV/Aids do sinan/PB de 2007 à 2016.RESULTADOS E IMPACTOS: O banco de dados apresentou 5.133/100% casos notificados de HIV/Aids no Estado da Paraíba, destes, 74,4% eram da cor negra, 21,4% branca, 0,2%  amarela e 0,3% indígena. Nesse sentido, observou-se que o critério racialtorna-se um recorte populacional significativo para transmissão do HIV/Aids e que se constituiuum marco importante da epidemia, com expressão relevante em todas as regiões do Estado, fortalecendo atese  sob o pressuposto da raça, da seleção e da proteção do segmento branco em comparação aos demais segmentos da população, a partir da existência de desigualdades ligadas ao modo de operação de mecanismos sociais tais como a educação formal e informal,e suas práticas pedagógicas,a seletividade do mercado de trabalho, a pobreza e a organização familiar.

CONSIDERAÇOES FINAIS: Os resultados do estudo constituem sinal de alerta à população negra, já que os números apontam aumento da prevalência do HIV/Aids, havendo ainda o estigma de lhes atribuir aos considerados  grupos de risco, a responsabilidade pela propagação da doença, fortalecendo as práticas de exclusão, despertando-nospara a necessidade da produção de estratégias eficazes, por parte das  esferas governamentais,  que despertem entre a população negra a consciência da prevenção em seu cotidiano.

Palavras-chave


HIV, Aids, raça, epidemiologia, vulnerabilidade