Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2017-12-22
Resumo
O matriciamento implica em discussões sobre um determinado assunto entre vários profissionais de especialidades diferentes com o intuito de compartilhar conhecimento sobre determinada necessidade. Nesse sentido, chamam-se de matriciadores aqueles profissionais que possuem um conhecimento sobre algo e matricia esse conhecimento compartilhando com outros profissionais de áreas diferentes que não sabem como atuar com determinada demanda. Essa ferramenta é importante, por que possibilita compartilhar experiências e ao mesmo tempo possibilita uma maior integração entre os dispositivos de saúde, facilitando assim a comunicação entre os dispositivos de saúde. Esse estudo tem por objetivo compreender as implicações do matriciamento em saúde mental na atenção básica e de conhecer as dificuldades e potencialidades do trabalho matricial entre o Centro de Atenção Psicossocial e as Unidades Básicas de Saúde. Trata-se de um relato de experiência desenvolvido com um grupo de profissionais integrantes de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), tais como, psiquiatra, enfermeiro, psicólogo, assistente social e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A pesquisa foi desenvolvida durante um período março a junho de 2016 em horários pré-estabelecidos com os profissionais de ambos os serviços. Para a coleta de dados foram utilizadas reuniões com a equipe, rodas de conversas, com registros em diários de campo. Durante o percurso, foram encontradas algumas dificuldades por parte dos profissionais da UBS em compreender a importância do matriciamento em saúde mental e como coloca-las em prática utilizando as redes de serviço do município. Além da falta de apoio da gestão municipal em apoiar e se envolver de forma horizontal. E como potencialidade encontrou-se a disposição dos profissionais em fazer busca ativa de casos no território, e a construção de um espaço de diálogo entre as redes de atenção. Verificou-se pelas falas dos entrevistados a necessidade de fazer entender que a atenção básica também deve cuidar da pessoa com transtorno, entendendo que a política de saúde mental apoia-se na comunidade, de que a tendência do cenário atual é a transformação do modelo hospitalar para uma ampliação de uma rede extra- hospitalar para uma base comunitária, além de vários outros fatores. Dessa forma, a experiência desta pesquisa permitiu conhecer a complexidade do objeto de estudo e várias possibilidades de análise e discussão dos resultados diante da abrangência e relevância do tema. Portanto, esta experiência proporcionou diferentes concepções de matriciamento entre profissionais do CAPS e UBS como formas que se constituem não apenas sobre o olhar de algo repetitivo, mas como algo necessário e preciso, a fim de garantir a continuidade do cuidado de forma universal.