Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE
WANDERSON LIMA DANTAS E SANTOS, LUCIANA Pessoa Maciel Diniz, LUCIANA Pessoa Maciel Diniz, LUCIANA Pessoa Maciel Diniz, NADJA maria dos santos, NADJA maria dos santos, NADJA maria dos santos, EMILLY Vitória Macedo Lima, EMILLY Vitória Macedo Lima, EMILLY Vitória Macedo Lima, FERNANDA oliveira pereira, FERNANDA oliveira pereira, FERNANDA oliveira pereira, ROXANA Braga de Andrade Teles, ROXANA Braga de Andrade Teles, ROXANA Braga de Andrade Teles, KELLE CAROLINE FILGUEIRA DA SILVA, KELLE CAROLINE FILGUEIRA DA SILVA, KELLE CAROLINE FILGUEIRA DA SILVA, JULIANA freitas campos, JULIANA freitas campos, JULIANA freitas campos

Última alteração: 2017-12-26

Resumo


Apresentação: A promoção de um ambiente adequado para as práticas do trabalho em saúde é fundamental para a promoção de ações de qualidade e que visem a redução de riscos para o profissional como também para a comunidade assistida e meio ambiente. A história remonta às práticas de cuidados no ambiente como forma de trazer o equilíbrio para a saúde das pessoas. Sendo assim, e embora com enfoques distintos, dependendo da época em que se situe, sempre houve a preocupação de se associar as relações entre os ambientes ente o cotidiano da sociedade com a qualidade de vida dessa e a sua organização no setor da saúde. O conceito de saúde se torna amplo ao passo que não pode estar associado minimamente a ausência da doença, mas a um completo bem-estar bio-psico-sócio e cultural. Nesse contexto, vem se observando um abandono da ideia de proteção ao ambiente, o que conduz a uma apropriação dos seus recursos e a incessante necessidade de usufruir os bens e serviços produzidos pela natureza. Tal fato gera excedente de resíduos os quais, mal condicionados e acumulativos, tornam-se parte degradante da qualidade de vida. Destaca-se o chamado “lixo hospitalar” o qual é produzido por todos os níveis de atenção da saúde e que, embora não represente uma grande parcela dos resíduos produzidos na sociedade, apresentam grande relevância por contribuir para o risco ocupacional como também para a qualidade do meio ambiente. Nesse sentido, o gerenciamento inadequado desses resíduos pode levar infecções nos serviços de saúde, além de endemias devido a contaminação dos lençóis freáticos resultante das destinações inadequadas desse lixo. Na contramão das discussões envolvendo questões ambientais e mais especificamente o processamento dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde (RSSS), o setor saúde ainda parece não está integrado na preocupação com a questão da sustentabilidade uma vez que seus profissionais ainda parecem desassociar as questões ambientais do conceito de saúde e qualidade de vida. Nesse contexto, e com o intuito de se incorporar de maneira precoce a consciência da indissolubilidade entre meio ambiente, saúde e qualidade de vida, faz-se necessário entender o processo de aprendizagem a cerca desse assunto ainda na academia. No entanto, percebe-se uma subestimação, por parte dos alunos, no que se refere aos assuntos direcionados a essa temática, o que corrobora com o entendimento racionalista de que a natureza faz parte de suas necessidades e não a considera como componente essencial para o provimento da promoção da saúde. Nessa perspectiva, o estudo teve como objetivo avaliar o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem da Universidade de Pernambuco – campus Petrolina acerca do processamento de resíduos sólidos em serviços de saúde. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado com 50 acadêmicos de enfermagem do 7º e 9º períodos que já haviam cursado a disciplina que aborda o tema sobre Resíduos Sólidos em Serviços de Saúde (RSSS) do campus de uma Universidade Pública localizada na cidade de Petrolina – PE. A coleta ocorreu entre os meses de setembro e dezembro de 2016, utilizada como técnica a entrevista e como instrumento um questionário autoaplicável. Os dados foram digitalizados e categorizados em planilha do Excell versão 2007, e para a análise estatística utilizou-se o software GRETL v. 1.9.1 de 24 de junho de 2010. Este estudo foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade de Pernambuco e obedeceu aos preceitos estabelecidos na Resolução Nº. 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde tendo sido aprovado com CAAE n° 57904516.9.0000.5207. Resultados: Ao serem perguntados qual a fonte de origem dos Resíduos de saúde, 74% dos acadêmicos informaram corretamente que seriam de fontes especiais, 12% afirmaram não saberem da resposta e 14% dos alunos informaram a opção errada. Em relação ao componente/periculosidade foi perguntado quais eram os resíduos infectante: 22% dos alunos entrevistados optaram pelo quesito correto (Rejeitos radioativos, Medicamento vencido, Resíduos químicos), 8% dos alunos não souberam responder e 70% optaram pelos quesitos errados. Ao questionar quais resíduos eram de origem especial, 20% dos discentes optarem pela questão errada enquanto que 24% relataram não conhecer a resposta e 60% optaram pela alternativa correta. Na pergunta sobre quais eram os resíduos comuns, 8% dos alunos informaram não saberem da resposta, 90% responderam o quesito correto. Ao serem questionados sobre a classificação dos resíduos de acordo com a RDC ANVISA  306/04 e resolução CONAMANO 358/05, em biológico (A), químico (B), radioativo (C), resíduo comum (D) e perfuro cortante (E), nenhum aluno optou pela opção correta, 8% informaram não saberem dessa classificação e 92% optaram pelos quesitos cujas respostas estavam erradas. Quando perguntados a que se refere os resíduos classificados no GRUPO A, 66% dos discentes informaram a resposta correta (resíduos biológicos) e 34% informaram não saber ou optaram pela resposta errada. Sobre o correto processamento dos resíduos em saúde, cuja ordem se refere a segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final apenas 22% dos respondentes optaram pela ordem correta, 8% dos alunos informaram não conhecer a resposta e 70% dos acadêmicos informaram a ordem desse processamento errada. Considerações finais: Foi possível verificar que o conhecimento dos acadêmicos relacionados ao processamento e gerenciamento dos Resíduos em Serviços de Saúde está aquém do ideal para a implementação de práticas que promovam a promoção de um ambiente sustentável e que previnam agravo para em um local de trabalho saudável e preservação do meio ambiente. Percebe-se que o conhecimento acerca dessa temática encontra-se limitado e com falhas em pontos essenciais para um correto gerenciamento do serviço no que se refere ao processamento adequado dos resíduos, situação agravada pelo fato de que os alunos participantes da pesquisa se tratavam daqueles que já haviam cursado a disciplina que abordava o assunto e que estavam nos últimos períodos do curso. Faz-se necessário que os discentes e a universidade incorporem a consciência crítica que o processo de trabalho e os modos de atuação com o meio ambiente interferem diretamente na saúde e qualidade de vida da população. Mais especificamente, os acadêmicos de enfermagem, futuros profissionais, têm a necessidade imperial de entender a inter-relação entre saúde, ambiente e qualidade de vida uma vez que está diretamente ligado ao processo de produção e gerenciamento de resíduos nos serviços de saúde, seja na prática em si ou no processo de educação para outros profissionais.


Palavras-chave


Resíduos sólidos de serviços de saúde;Conhecimento;Bacharelado em Enfermagem