Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Projeto de assistência à saúde em uma área de ocupação no município de Santarém, Pará
Ana Flávia Ribeiro Nascimento, Davi Emmanuel Malcher de Carvalho, Emanuel Roberto Figueiredo da Silva, Pedro Bruno Paixão Ribeiro, Gabriel Tavares de oliveira Silva, Vivaldo Gemaque de Almeida

Última alteração: 2017-12-28

Resumo


APRESENTAÇÃO: A Amazônia brasileira possui imensos desafios quanto à atenção à saúde. Percebe-se a união de profissionais da saúde, gestores e movimentos sociais para a reivindicação de melhorias neste quesito. Ações que permitam a aproximação entre as instituições de ensino e a comunidade estão em sintonia com esta necessidade, dado que cursos de graduação em saúde necessitam capacitar seus egressos para atuação nos espaços do Sistema Único de Saúde e nos variados espaços comunitários. Nesse sentido, a medicina de família e comunidade estimula o contato do profissional de saúde ou estudantes de graduação com as diversas realidades de um território. Este trabalho objetivou a realização de atendimentos em saúde por acadêmicos de medicina participantes da Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade (LAMFAC) em uma área de ocupação do município de Santarém. DESENVOLVIMENTO: Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo relato de experiência, estando inserida nas atividades dos discentes do curso de Medicina da Universidade do Estado do Pará, campus Santarém. As ações em saúde foram desenvolvidas na Comunidade Vista Alegre do Juá, cujo contexto está fortemente marcado por dificuldades físicas e socioeconômicas. Com os atendimentos, foi possível o contato da população com o profissional médico, possibilitando o suprimento de suas necessidades em saúde provenientes da dificuldade de acesso. Primeiramente, a equipe fez reconhecimento da estrutura e do funcionamento local em uma visita, com informações colhidas da liderança local. Verificou-se que a comunidade tem população diversificada proveniente de diversos bairros periféricos. Posteriormente, foram realizados 11 dias de consultas médicas, sempre contando com suporte do MTLM (Movimento dos Trabalhadores em Luta pela Moradia), que ficou responsável pela divulgação, marcação das consultas e por ceder espaço físico – um barracão. RESULTADOS: Foram atendidas em média 25 pessoas por dia. Durante as ações, os alunos eram divididos em mesas, sozinhos ou em duplas, realizando anamnese e exame físico do paciente (feito em espaço privativo). Condutas só eram tomadas após avaliação do preceptor. A liderança local descreveu o movimento não como uma invasão desregrada, mas como uma ocupação regularizada, amparada por diversos profissionais qualificados, preocupada com os impactos ambientais e ciente da necessidade de promover espaço organizado para receber escola, espaço lúdico e igreja. Nas consultas, foram recorrentes a queixa da dificuldade de acesso à assistência à saúde e também a gratidão à ação realizada. Foram encontradas queixas de diversas gravidades, desde resfriado a suspeitas de câncer, além de patologias relacionadas à falta de saneamento do local, como gastroenterites e dermatites. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A região amazônica é carente em muitos aspectos de acesso adequado à saúde, padecendo de patologias evitáveis por medidas preventivas, aproximação do profissional de saúde e superação de distanciamentos sociais e geográficos. Ações que almejem essa aproximação devem ser incentivadas e difundidas, em uma espécie de adequação ao princípio de universalidade do SUS no contexto da Amazônia brasileira. A vivência dos acadêmicos de saúde reforça sua intenção ao realizar atividades na comunidade, pautados na própria fundamentação da Medicina da Família: de visualizar o paciente no contexto em que está inserido.


Palavras-chave


Saúde Pública; Medicina de Família e Comunidade; Amazônia.