Associação da Rede Unida, 13º Congresso Internacional Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A produção do cuidado interdisciplinar a bebes portadores da Síndrome do ZIKAV Congênito na Clínica Escola de Odontologia do Centro Universitário Christus.
MARIA CLÁUDIA DE FREITAS LIMA, ISABELLA FERNANDES CARVALHO, FABRICIO BITU, PHILLIPE NOGUEIRA BARBOSA ALENCAR, LAVINA SOUSA ARAÚJO, MICHELLY CAVALCANTE MONTEIRO PEDROSA

Última alteração: 2017-12-27

Resumo


Apresentação: A identificação no Brasil em maio de 2015, com casos confirmados inicialmente na região nordeste, do vírus Zika, um arbovírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypt por método de biologia molecular tem proporcionado fomento a pesquisas e a produção do conhecimento, bem como redimensionado o processo de trabalho no âmbito da saúde. Nesse contexto, é importante ressaltar que os casos apresentavam exames de imagem, cujo padrão era compatível com infecção congênita e as mães referiam quadro sugestivo de infecção pelo Zika Vírus na gestação. Além da microcefalia, outras alterações vêm sendo detectadas: lesões oculares, perda auditiva, falta de tônus muscular e artrogripose, denominando-se esta infecção como Síndrome do ZIKAV Congênito. No município de Fortaleza essa realidade tem se constituído num desafio para a área da saúde. Descrição da experiência: considerando esse cenário e as possíveis consequências na cavidade oral dos bebes, foi estruturada uma equipe de profissionais e discentes monitores na Clínica Escola de Odontologia - Unichristus com o propósito de assegurar atenção à saúde, pesquisar e acompanhar alguns bebês com Síndrome do ZIKAV Congênito, as malformações e sequelas decorrentes da mesma. Destaca-se nesse ínterim, que os cuidados necessários a esses bebês modificam a rotina das famílias, uma vez que eles necessitam de cuidado multiprofissional, e desse modo compromete bastante o tempo dos pais, em especial das mães, para a realização dos procedimentos e das atividades com diversas especialidades. Acrescenta-se a esse contexto, a angústia vivenciada pelas famílias, frente às incertezas do prognóstico da síndrome, visto que nem mesmo a comunidade científica possui informações de como essa doença vai se comportar a médio/longo prazo. Nessa compreensão, a equipe se organizou no sentido de realizar ações para os bebes e familiares e com esse propósito realizou uma oficina de planejamento com as famílias, considerando suas potencialidades, fragilidades e expectativas. As ações de saúde bucal desenvolvidas compreendem: exame e avaliação, exame por imagem radiográfica e prevenção e as atividades de promoção são desenvolvidas com as famílias, por meio de metodologias participativas, com temáticas previamente pactuadas, como por exemplo, ações focadas no cuidado ao cuidador e saúde da mulher. Resultados: evidencia-se no desenvolvimento das atividades que os pais se dedicam com esforço hercúleo à atenção dos bebês de forma sistemática. A organização e execução das ações de forma pactuada com o grupo proporcionam novos sentidos para os familiares, fortalecem o protagonismo e contribuem de forma significativa para o acompanhamento a saúde bucal do bebe e familiares. Destaca-se ainda, que esse processo gera ressignificação quanto à concepção ampliada da saúde na formação em Odontologia. Considerações finais: o acolhimento aos bebes e as famílias e a construção e pactuação de ações de atenção à saúde com os diversos sujeitos implicados no processo favorecem o compartilhamento das vivências, fomento ao trabalho interdisciplinar propiciando cuidado integral e produção do conhecimento a partir de novos olhares sobre a vida.


Palavras-chave


Microcefalia;Cuidado; Interdisciplinar.